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Meu aniversário tinha chegado. Finalmente. Eu passei os últimos dias no acampamento, meus amigos tentavam me distrair, e eu já estava melhor em relação a tudo. Eu estava em casa já faziam seis dias, e minha mãe estava me mimando.

- Filho, você chamou seus amigos? - Ela gritou da cozinha.

Eu andei até lá, e a encontrei fazendo o meu bolo de aniversário. Minha mãe é vegetariana e me faz comer verduras também, mas nos meus aniversários eu como o que quero. Muita porcaria.

- Chamei. Mas não sei se todos eles vêem. - Eu peguei um pouco da massa com o dedo. - Baunilha. - Sorri.

- Me deixe cozinhar! - Ela sorriu e beijou minha bochecha. - Já arrumou seu quarto?

- Mãe, ninguém vai entra lá. 

- Gustavo. - Ela me mandou um olhar reprovador. - Por favor.

- Eu já arrumei dona Eduarda.

A campainha tocou. Ela olhou o relógio na parede e franziu a testa.

- Ainda faltam duas horas para a festa começar.

- Deve ser Dennis. Eu abro.

Eu corri até a porta e a abri, esperando encontrar meu amigo. Mas me surpreendi. Não era Dennis quem estava parado em frente à porta, com uma roupa despojada e um sorriso nos lábios.

- Apolo?

- Olá Gustavo. Posso entrar?

Eu concordei e abri caminho para que ele entrasse.

- Crianças, tem bolo de chocolate na geladeira, vocês... - Minha mãe veio falando da cozinha, mas parou ao ver quem realmente era. Seus olhos brilharam, e seu rosto se suavizou. - Apolo.

- Olá Eduarda.

- Vamos até a cozinha, têm bolo de morango.

- Chocolate mãe.

- É é, chocolate.

Ela correu para a cozinha, e eu sorri para meu pai.

- Acho que ela ainda gosta de você.

Ele sorriu para mim e nos sentamos no balcão, enquanto minha mãe colocava o bolo no forno.

- Então, por que está aqui? - Perguntei cortando um pedaço de bolo. - Quer dizer, eu sei por que mas...

- É seu aniversário. Eu vim te parabenizar.

- Obrigada.

Eu lhe entreguei o bolo, e ele comeu um pedaço.

- Isso está ótimo.

- Vindo de um deus, então deve estar mesmo. - Minha mãe se sentou conosco. Parecia até uma família feliz.

- Sabe, eu acho que você se saiu bem em sua missão. - Apolo sorriu. Ele estava sempre sorrindo. - A pesar de tudo.

- É, a pesar de tudo deu certo. Mas, o que aconteceu entre mim e o arco?

- Como?

- Bom, é como se eu soubesse exatamente onde ele estivesse, parecia que uma corda me ligava a ele.

Meus pais se olharam. Algo devia estar errado.

- Uma ligação? Como? - Minha mãe perguntou para mim.

- Não sei se era exatamente uma ligação, mas parecia que ele me chamava, eu sabia quando estávamos perto. E eu também sonhei com ele. O lugar onde ele estava.

- Eu te disse, você é especial garoto. - Apolo piscou. - Eu tenho que ir agora, não posso deixar a carruagem sozinha por tanto tempo. Desculpe.

- Tudo bem, pelo menos você veio.

Ele se despediu da minha mãe, e nós dois fomos até a porta.

- Ah, sabe, talvez você devesse olhar sua cama.

- O que tem lá?

Ele não respondeu. Apenas me desejou feliz aniversário e saiu a caminho do elevador.

Filho de Apolo: A Arma Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora