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Quando abri meus olhos, vi Alexia lutando com o ciclope. Meu corpo doía, minha visão estava com pequenos pontos escuros. Eu me sentei, e percebi que estava muito próximo ao fogo. Mais 30 centímetros, e eu teria pegado fogo. Me levantei e caminhei até onde meu arco estava. Ele estava quebrado. Murmurei uma maldição em grego, e peguei uma das flechas. Eu tive uma ideia de repente. O monstro estava de costas para mim, eu tomei impulso e pulei em cima do monte de metal retorcido, atingindo a cabeça do ciclope no segundo salto. Ele tentou me esmagar com suas grandes mãos, mas eu fui mais rápido. Segurei a flecha com força, e escorreguei por suas costas, cortando tudo. Quando cheguei ao chão, apenas o pó do monstro pairava no ar, o que me fez espirrar.

- Uau Gustavo! - Alexia disse sorrindo.

- Como está Dennis? - Perguntei.

Nós caminhamos até ele. Ele estava com os olhos abertos, olhando para o alto, talvez o céu.

- Você está bem cara? - Perguntei.

- Dor no ombro e nas costas. Mas bem. - Ele se sentou. - O que eu perdi?

- Bom, Gusta matou o ciclope, com uma única flecha. - Alexia sorriu e beijou minha bochecha.

- Ele quebrou meu arco. - Falei me levantando.

Meu arco fora quebrado no meio. Não conseguiria arrumá-lo, pelo menos não aqui, sem muitos recursos.

- Oh... E agora? - Dennis perguntou se aproximando.

- Eu não sei. Estou desarmado. - Resmunguei.

- Talvez outro arco? - Alexia perguntou.

- Não sei se tem um por aqui. - Bufei.

Eu peguei minha aljava e a pus em minhas costas. Peguei meu arco quebrado e olhei pro céu. As estrelas já apareceram, deviam ser por volta das 22:00, ou mais tarde.

- Vamos procurar por um lugar para passar a noite. - Falei.

Nós andamos mais um pouco e encontramos uma pensão barata, alugamos um quarto com três camas, e nos deitamos.

Meu sonho começou assim que dormi. Eu estava em um tipo de cabana, em um canto, um arco e flecha brilhava com uma luz dourada, com certeza, era a arma que procurávamos.

- Eles estão chegando mais perto. - Um rapaz disse. Ele era grande e estava sentado em uma cadeira, eu não podia ver seu rosto por conta da escuridão.

- Sim, logo logo estarão aqui. - Uma voz feminina disse. A garota estava de costas para mim, eu só podia ver seu cabelo grande e escuro.

- Nós não podemos deixá-los levar a arma. - O grandalhão disse.

- Eles não vão. Temos um aliado.

Eu não podia me mexer em meu sonho, mas sabia que estavam falando de nós.

- Agora, vamos mandar mais monstros. - A garota disse, e caminhou para fora.

O cara grande saiu em seguida. Eu notei então que a arma de Apolo estava em cima de uma mesa de pedra, a cabana era escura, mas a luz que vinha da arma iluminava um pouco. Então, o rapaz grandalhão voltou, olhou em minha direção e sorriu. Seu rosto era duro, mas não conhecido. Meu sonho acabou, e eu acordei com Alexia chamando.

- Vamos, devemos continuar.

Filho de Apolo: A Arma Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora