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Pensa Gustavo. Disse a mim mesmo. Eu precisava de um plano. Não poderia morrer assim, não ainda.

- O que vai fazer? - Perguntei ao monstro.

- vou assá-lo. - Ele mexia em uma fogueira.

- Não sou bom assado. - Falei. Um plano, eu preciso de um plano. - Talvez eu seja melhor cozido, mas a água tem que estar bem quente. - Falei.

O ciclope me olhou. Seu olho estreito.

- Oque? - Perguntou ele.

- Ah, eu tenho uma doença contagiosa. Não posso ser comido sem antes ser cozido, vai matá-lo dolorosamente.

Ele me estudou. Depois, pareceu pensar.

- É uma boa idéia. Vou comer você e seus amigos como sopa. - Ele disse.

Ele foi até a lata de lixo, tirou o metal retorcido e logo em seguida meus amigos. Ele os amarrou assim como eu, e os colocou ao meu lado. O ciclope se virou para o fogo, e colocou um grande caldeirão sob ele.

Alexia se mexeu e me chutou. Eu a olhei.

- As cordas. - Ela disse apenas mexendo seus lábios, sem som algum.

Eu percebi oque ela quis disser. As cordas não estavam tão fortes, talvez conseguíssemos sair. Dennis se mexeu e rolou até ficar atrás de mim.

- Tente tirar minhas cordas. - Ele disse baixo.

Eu toquei as suas cordas, mas era difícil tirá-las com as mãos presas.

- Não dá. - Bufei.

O ciclope começou a cantarolar, enquanto pegava do lixo alguns alimentos estragados. Ele estava de costas para nós, então não nos veria.

- Consegui! - Alexia disse baixo. Ela desamarrou seus pés. - Shii... - Ela pôs o dedo indicador sobre os lábios.

Ela tirou as cordas das minhas mãos, em seguida fez o mesmo com Dennis. Quando estávamos soltos, nos levantamos em silêncio e eu dei um passo em direção ao local onde meu arco se encontrava. Mas o ciclope se virou, ele nos viu em pé, e gritou de ódio. Eu me joguei em direção ao meu arco, e o peguei, deslizei pelo chão e ainda deitado, atirei flechas no monstro.

- Ajuda seria bom. - Resmunguei.

Dennis correu e pegou sua espada aos meus pés, Alexia gritou insultos para o monstro, e pegou uma barra de ferro ali perto.

- Eu vou matá-los! - O ciclope gritou.

Eu atirei várias flechas em direção ao seu rosto feio. Uma atingiu seu olho, mas ele a tirou e soltou um grito de ódio. Pelo menos seu olho estava um pouco danificado, mas ele estava com ainda mais ódio. Dennis e Alexia estavam mais próximo ao monstro, acertando golpes em suas pernas e pés.

- Aaaaa! - O ciclope gritou e sua mão varreu Dennis para longe.

Ele bateu na parede, e caiu sobre uma pilha de lixo, que o monstro revirara. Eu gritei, e o monstro se virou para mim.

- Alexia cuide de Dennis. - Pedi.

Ela tentou protestar, mas correu até onde ele tinha caído. Eu armei uma flecha, e caminhei ao redor do ciclope. Ele não me viu, por conta de seu olho machucado. Eu não tinha ideia do que fazer.

- Pense Gustavo... - Resmunguei baixo.

O ciclope se virou, tão rápido que eu não pude perceber, ele me deu um tapa forte. Eu voei em direção ao caldeirão, caindo desacordado próximo ao fogo.

Filho de Apolo: A Arma Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora