Filho de Apolo: A Arma Perdida.

17

- Levante-se.

- Não! - Gritei em meio ao choro. O homem se abaixou a minha frente, e analisou a cena. - A salve! Você pode!

- Não, eu infelizmente não posso.

- Você é o Deus da cura! - Gritei para Apolo.

- E também o da profecia, não é possível desfazer uma.

- Não.

Eu chorava sobre o corpo de Alexia como uma criança.

- Vamos, vou levá-los de volta ao Acampamento-Meio-Sangue.

**

Já na carruagem do sol, Dennis se sentou atrás com o corpo de Alexia. Eu me sentei ao lado de Apolo, que estava sério.

- Você já sabia que era ela? - Perguntei baixo.

- O quê? - Ele me olhou rapidamente. - Sabia o que?

- Que ela era a traidora.

- Não. Eu não sabia, e fico triste por isso. Ela era uma boa menina.

Eu não falei nada o resto da viagem. Eu apoiei a cabeça na janela, e peguei no sono.

**

Eu acordei com Apolo resmungando algo. Ele mexia nos botões e resmungava palavrões em grego antigo.

- Tudo bem? - Perguntei.

- Está sim, só não estou encontrando o botão certo.

- Pra quê exatamente?

- O limpa vidros.

- Ah. - Eu tive um pequeno momento de puro pânico. Se ele não encontrava nem o botão certo, quem dirá conseguia dirigir aquilo. Mas ele passou milênios dirigindo o sol, acho que ele sabe oque está fazendo.

Ele demorou para achar, mas sorriu quando encontrou.

- Chegamos. - Ele anunciou.

Eu podia ver o Acampamento. O dia já havia chegado, pelo menos eu achava, considerando que estava voando pelo céu dentro do próprio sol. Alguns campistas estavam no lago de canoagem, que foi bem onde Apolo estacionou.

- Estão entregues. Eu pego a garota.

- Não, eu faço isso.

- Tudo bem.

Nós saímos do carro, e todos os campistas pararam para olhar. Eu dei a volta no carro e abri a porta, enquanto eles faziam uma reverência ao Deus. Eu peguei Alexia no colo, e murmúrios surgiram.

- Obrigada pai. - Eu olhei diretamente para os seus olhos cor de mel.

- De nada filho. - Ele sorriu mais largamente. - Você sabe o que fazer.

Ele entrou no carro, e eu e Dennis seguimos até a Casa Grande, para contar tudo à Quiron. Os irmãos de Alexia a levaram, iriam prepará-la para o funeral.

**

- É uma pena mesmo, ela era tão boa. - Quiron lamentou. - Mas, acho que você deve ir até o seu chalé Gustavo, seus irmãos têm notícias.

Eu caminhei até lá, com os olhares de todos sobre mim. A porta estava aberta, e apenas Austin e Raphael estavam ali.

- Quiron disse que vocês têm notícias. - Falei ao entrar.

- E não são boas. - Austin disse tristemente. - É Rebecca... Ela...

- Morreu. - Concluiu Raphael.