Capítulo 2

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Fui andando para casa nas ruas escuras, passava por becos e lugares perigosos, geralmente eu era cautelosa, mas hoje minha mente estava avoada, totalmente despreocupada com os perigos alheios, a única coisa que passava por minha mente era seus olhos acinzentados e seu sorriso malicioso, eu me senti tão infligida pela sua voz rouca e grave. Quando me dei conta já estava abrindo a porta de casa, respirei fundo, estava tão exausta, minha cabeça estava latejando e logo atravessei a sala chegando ao meu quarto, fechei a porta de madeira e me joguei na cama.

– Filha, você não vai jantar? – Ouvi minha mãe falar do outro lado da porta.

– Eu estou muito cansada mãe, amanhã eu acordo mais cedo e tomo café.

– Ok filha, boa noite. – Não a respondi apenas afundei o rosto no travesseiro.

Minha cabeça estava repleta de pensamentos obscenos, lembrar daqueles olho me encarando, não conseguia me conter, deslizei minha mão sobre minha barriga chegando até minha calcinha, coloquei minha mão delicadamente dentro dela e comecei a massagear meu clitóris, não acreditava no que estava fazendo, ele conseguia entrar na minha mente e transmudar meus pensamentos fazendo com que me excitasse a cada lembrança que por minha mente passavam, seus cabelos armados e escuros, seus olhos extremamente claros, seus lábios rosados juntamente com seu sorriso avassalador e postura incivil me fizeram gozar rapidamente. Minha respiração estava intensa e meu coração acelerado, minha mão estava suja e me sentia desprezível, usei a imagem de um estranho para cessar minhas vontades e desejos.

– Bom, a noite foi terrível, mal consegui dormir direito. – Falava para mim mesma.

Minha cabeça ainda doía, sentia um pesar em meus ombros como se fossem cai, abri a porta da cafeteria onde trabalhava brutalmente jogando todo meu peso sobre ela, o que quase me fez cair no chão, peguei meu avental preto no armário atrás da escada perto do balcão de entrada e fui para o balcão de atendimento do lado oeste do estabelecimento, comecei a arrumar as xicaras, pratos e talheres, lavar o que precisava e esperar pelo primeiro cliente.

O dia hoje estava agitado, muitos alunos do ensino médio vieram até nossa livraria procurar um livro especifico para comprar, acho que provavelmente eles devem precisar fazer um trabalho sobre ele, consequentemente eles acabaram comprando cafés e doces o que me deixou totalmente ocupada o resto do dia tentando atender a todos, porém minha mente estava desatenta ao meu derredor, apenas consegui respirar direito quando aquele acumulo de alunos se foi, me joguei em cima do balcão e respirei fundo

– Me faz um café. – Aquela voz fez meu coração disparar.

Me virei rapidamente para pegar o café, minhas mãos tremiam e eu logo lembrei da noite passada, podia ver pelo espelho que estava na minha frente meu rosto se avermelhando e por um segundo pude ver no reflexo seu olhar dominador me encarando, peguei a xicara com pressa e a dei para ele.

– Você de novo. – Lhe falei friamente enquanto ele sorria atrás da xícara que acabara de pôr na boca para beber seu primeiro gole.

– Você não é muito gentil, não é? – Ele me encarava.

– Bom vamos ver. – Ele olhou rapidamente para meu crachá.

– Carol, estou certo? – Concordei com a cabeça.

– Pouco me importa sua gentileza comigo, não irei mentir para você eu também não sou nem um pouco fidalgo, voltei aqui para perguntar se você quer transar comigo. – Meu coração acelerou na mesma hora.

– Por favor. – Falava com a voz trêmula.

– Eu estou trabalhando. – Eu estava com a cabeça baixa, apenas ouvia sua risada.

– Que horas seu turno acaba? – Ele se levantou e esperou minha resposta.

– Daqui meia hora. – Falei com a voz baixa, sentia minhas pernas tremerem.

– Vou sentar em uma daquelas poltronas e esperar você. – Concordei com a cabeça ainda olhando para baixo.

Aquela meia hora passou voando, quando menos esperava meu turno já havia acabado e a garota do próximo turno já estava vestindo seu avental para me substituir.

– Como estava o movimento hoje. – Ela me perguntou enquanto entrava no balcão.

– Bem movimentado, alguns adolescentes vieram e eu fiquei ocupada o dia todo. Bom, vou indo até amanhã. – Estava tirando meu avental apressadamente e soltando meu cabelo, meu coração começou a acelerar.

– Você não vai tomar nada antes de ir? – Ela me perguntava enquanto limpava o balcão.

– Não obrigada, hoje tenho compromisso. – Passei na frente dela e lhe apontei disfarçadamente para o homem na poltrona que me esperava.

– Ah ok, entendi, se cuida e boa noite. – Apenas acenei com a mão enquanto andava até ele.

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