Respirei fundo ligando para ela torcendo para que esteja em casa.
– Oi? – Sua voz estava baixa.
– Você está em casa?
– Sim, por quê? – Olhei para cima para seu apartamento a luz estava acessa.
– Eu estou aqui em baixo, vou subir. – Falei abrindo a porta do prédio e apertando o botão do elevador. Cheguei até a porta da sua casa e bati levemente.
– O que aconteceu você está bem? – Ela parecia preocupada.
– Sim estou. – Entrei tirando os sapatos.
– O que aconteceu? – Respirei fundo e me sentei no sofá.
Começamos a conversar, mas eu só queria me deitar e dormir, minha cabeça estava latejando de tantas emoções que tive em tão pouco tempo. Assim que acabamos Larissa me deu várias ideias, mas todas eram totalmente loucas o que me fez dar algumas risadas como por exemplo ir até a casa do Matheus para conversar, o que era inimaginável.
– Vou dormir agora já está tarde. – Larissa levantou do sofá.
– Bom eu também, acho que vou dormir aqui mesmo.
– Tudo bem você que sabe, Boa noite. – Ela entrou no quarto e fechou a porta.
Levantei-me com dificuldade do sofá e fui até o banheiro, tirei aquelas roupas justas e curtas e pus o pijama que tinha deixado ali na noite passada, prendi meu cabelo e lavei o rosto.
– Bem melhor. – Falei me olhando no espelho até mesmo arrisquei dar um sorriso.
Fechei a porta e voltei para o sofá, me cobri com uma manta que tinha na ponta e me afundei em meio aos travesseiros.
Novamente aquela escuridão. Estava sonhando, agora já sabia o caminho, comecei a correr até encontrar o poste de luz, parei por um instante para respirar e logo aquele som grave e rasgado tomou conta da minha audição, o clima pesou instantaneamente, comecei a correr desesperadamente para longe da luz e novamente a escuridão tomou conta da minha visão, os passos começaram a aumentar enquanto se aproximavam, eu não sabia mais para onde ir, de repente senti que o chão não estava mais lá, estava caindo tão rapidamente que só percebi quando atingi o fundo.
Percebi que havia caído em um sofá velho e empoeirado, olhei em volta e percebi que estava na casa de Matheus, a luz do luar passava por entre as janelas empoeiradas e pelas cortinas brancas que estavam sendo sopradas por um vento misterioso já que o lugar estava quente e abafado, comecei a ouvir uma respiração na porta de entrada o que fez meu olhar se voltar para lá, tentei enxergar algo mas o brilho do luar não iluminava muita coisa, meu coração disparou assim que uma silhueta alta e formosa começou a se deslocar em minha direção, o jeito incivil de andar me deixou claro que era ele, Matheus.
– Parece que está em perigo, garotinha! – Ele começou a me olhar fixamente com um sorriso pervertido.
– O que você está fazendo aqui? – Desviei meu olhar, seu corpo estava parado em minha frente, seus músculos amostra.
– Bom, essa é minha casa. – Se abaixando segurou no meu queixo me forçando a olhar para ele.
– Isso é um sonho! – Falei com o coração disparado, minhas bochechas coraram ele estava tão perto.
– Seus sonhos. – Ele estava com a cabeça baixa.
– São seus desejos. – Ele me olhou fixamente ainda com a cabeça baixa.
– Quais são seus desejos? – Com verocidade seu tronco se levantou ficando de joelhos de frente para mim, seu rosto estava colado ao meu, seus braços apoiados rentes as minhas coxas.
Sua postura, seu olhar, seu toque e seu cheiro me deixavam nervosa e excitada, minha fala se perdia em meio ao transtorno que minha mente passava.
– Não vai falar nada, garotinha? – Suas mãos deslizaram em minhas pernas, seu olhar fixado em minha boca.
– Não me chame de garotinha! – Respirei fundo.
– Por que não? – Batendo a mão com força no sofá ele se aproximou mais ainda, reclinei minha costa tentando me afastar dele.
– Quais são seus desejos? – Desviei o olhar.
– Por que não me conta? – Ele gritou, me encolhi e fechei os olhos na hora com o susto.
– Eu não sei. – Falei com a voz baixa e trêmula.
– Por que veio parar aqui? – Sussurrou no meu ouvido.
– Estava fugindo de alguém e cai em um buraco.
– Lentamente abri meus olhos.
– Então você pensou em mim? – Sua voz havia mudado parecia emocionado.
– Acho que sim.
– Sou um porto seguro para você? – Não queria revelar meus sentimentos, mas era maior do que eu.
– Sim. – Pude ver de canto de olho seu sorriso.
– Parece que eu conquistei seu coração. – Lhe encarei com espanto.
– Eu não disse isso. – Afirmei com a voz alta.
– Então por que fica nervosa quando me aproximo? – Novamente nossos lábios quase se encostaram.
Sem pensa me aproximei mais ainda dele e sem excitar ele segurou no meu quadril.
– Ah garotinha, como eu queria que isso fosse verdade e não só um sonho estúpido. – Naquele momento uma tristeza muito grande tomou conta de mim.
– Você tem razão. – Coloquei minha mão direita em seu rosto com delicadeza.
– Faça isso se tornar real. – Ele segurou minha mão e a beijou.

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Acaso
RomanceMe vi perdidamente confusa após nosso primeiro encontro, fiz coisas que jamais imaginei, pensei em coisas que sempre condenei. Você me tira o folego, controla minha mente e faz meu coração acelerar apenas com um olhar. Tudo foi tão por acaso. Carol.