Capítulo 12

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– O que você quer comer? – Ela me perguntou com o telefone na mão.

–Hum... comida japonesa? – Falei com um sorriso no rosto.

– Ótima escolha. – Ela se virou e começou a discar os números no telefone.

Me deitei pesadamente sob as almofadas do sofá fechando os olhos com força e respirando calmamente.

– Finalmente paz. – Falava baixinho.

– Pronto, meia hora para a entrega. – Larissa passava pela sala se deitando sobre mim com delicadeza.

– O que vamos fazer? – A agarrei pela cintura suavemente e a abracei.

– Primeiro trocar de roupas. – Falava enquanto se sentava.

Me levantei e fui até o canto perto da porta onde deixara meus sapatos e mochila. A abri e percebi que havia trazido um pequeno caderno, meu celular fones e carregador e é claro a jaqueta daquele imbecil.

– Ele deve ter se esquecido. – Falei para mim mesma baixinho.

– O que? – Ela perguntou vindo até mim.

– Nada, falava sozinha, me desculpe, mas eu não sabia que viria aqui então não trouxe nada. – Falava com a mochila em meus braços.

– Apenas uma bela jaqueta preta. – Ela se curvou e agarrou a jaqueta rapidamente.

– Ei espere. – Gritei.

– Essa jaqueta não é sua! – Falava enquanto a abria e cheirava.

– Esse perfume é masculino! – Ela começou a me encarar.

– É do tal olho cinza? – Sorrindo maliciosamente ela joga a jaqueta aos meus pés.

– Sim... – Falava enfiando-a com raiva de volta ao fundo da mochila.

– Vamos para o meu quarto se trocar. – Ela me estendeu a mão me ajudando a levantar.

– Mas depois você irá me contar tudo sobre ele. – Ela levantou a ponta dos pés para alcançar minha linha de visão e falou olhando em meus olhos.

– Sabia que as vezes você é medonha? – Perguntei desviando o olhar.

– Sei. – Ela abriu um grande sorriso e me puxou para o quarto.

Abrindo a porta do lado esquerdo do guarda-roupa ela me entregou uma camisola azul marinho.

– Você não acha isso curto demais? – Falava segurando-a na minha frente para demonstrar o tamanho.

– Bom me desculpe, mas essa é a maior que eu tenho. – Falava com os braços fundos dentro da primeira gaveta.

– Tome se você se sentir melhor tem esse shorts que caberá no seu bundão. – Peguei o shorts com ignorância.

– Ei não é tão grande assim. – Coloquei minhas mãos em meu quadril.

– Bom eles são maiores que os meus. – Ela riu.

Comecei a me trocar e logo estava confortável, fui até o banheiro e penteei o cabelo todo para trás o amarrando em um rabo. Quando voltei para o quarto Larissa estava com uma camisola curta de ursinhos e renda rosa, meias listradas que chegavam ao meio das coxas e seu cabelo meio preso com um lacinho rosa.

– Bom vamos para a sala, você tem muita coisa para me contar antes da comida chegar. – Me puxando pelo braço ela me levou para o sofá.

– Vai pode começar a falar. – Ela estava tão animada que abraçou uma almofada com força.

– O que você quer saber? – Falava despreocupadamente.

– TUDO! – Gritou ela.

– Calma aí... bom não sei o que falar. – Entrelacei meus dedos com força.

– Pare de procrastinar e fale logo! – Ela parecia zangada.

Decidi contar cada detalhe um por um, enquanto seus olhos arregalavam a cada momento sua energia aumentava e ela simplesmente não se continha fazendo comentários a cada estrofe, me deixando mais nervosa, até que a mandei parar e para se conter ela mordia a almofada com força.

– Eu não sei o que fazer me sinto tão sufocada. – Falava enquanto olhava fixamente para minhas mãos.

– Você a empurrou mesmo? Cara isso é muito louco. – Ela estava em êxtase.

– Não conte isso para ninguém entendeu? – Ela assentiu com a cabeça, fazendo um movimento de zíper na boca igual uma criança.

A campainha tocou e ela foi até a porta para pegar a entrega.

Em poucos minutos nós já estávamos devorando toda a comida afundadas no sofá e assistindo um filme de terror, Larissa estava abraçando uma almofada com força e enfiando vários minis rolinhos primavera na boca.

– Você sabe que rolinho primavera é chinês e não japonês né? – Falei baixinho.

– É claro que sei mas tinha no cardápio e eu quis pedir. – Ela não desviou o olhar da tela.

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