– O que você quer comer? – Ela me perguntou com o telefone na mão.
–Hum... comida japonesa? – Falei com um sorriso no rosto.
– Ótima escolha. – Ela se virou e começou a discar os números no telefone.
Me deitei pesadamente sob as almofadas do sofá fechando os olhos com força e respirando calmamente.
– Finalmente paz. – Falava baixinho.
– Pronto, meia hora para a entrega. – Larissa passava pela sala se deitando sobre mim com delicadeza.
– O que vamos fazer? – A agarrei pela cintura suavemente e a abracei.
– Primeiro trocar de roupas. – Falava enquanto se sentava.
Me levantei e fui até o canto perto da porta onde deixara meus sapatos e mochila. A abri e percebi que havia trazido um pequeno caderno, meu celular fones e carregador e é claro a jaqueta daquele imbecil.
– Ele deve ter se esquecido. – Falei para mim mesma baixinho.
– O que? – Ela perguntou vindo até mim.
– Nada, falava sozinha, me desculpe, mas eu não sabia que viria aqui então não trouxe nada. – Falava com a mochila em meus braços.
– Apenas uma bela jaqueta preta. – Ela se curvou e agarrou a jaqueta rapidamente.
– Ei espere. – Gritei.
– Essa jaqueta não é sua! – Falava enquanto a abria e cheirava.
– Esse perfume é masculino! – Ela começou a me encarar.
– É do tal olho cinza? – Sorrindo maliciosamente ela joga a jaqueta aos meus pés.
– Sim... – Falava enfiando-a com raiva de volta ao fundo da mochila.
– Vamos para o meu quarto se trocar. – Ela me estendeu a mão me ajudando a levantar.
– Mas depois você irá me contar tudo sobre ele. – Ela levantou a ponta dos pés para alcançar minha linha de visão e falou olhando em meus olhos.
– Sabia que as vezes você é medonha? – Perguntei desviando o olhar.
– Sei. – Ela abriu um grande sorriso e me puxou para o quarto.
Abrindo a porta do lado esquerdo do guarda-roupa ela me entregou uma camisola azul marinho.
– Você não acha isso curto demais? – Falava segurando-a na minha frente para demonstrar o tamanho.
– Bom me desculpe, mas essa é a maior que eu tenho. – Falava com os braços fundos dentro da primeira gaveta.
– Tome se você se sentir melhor tem esse shorts que caberá no seu bundão. – Peguei o shorts com ignorância.
– Ei não é tão grande assim. – Coloquei minhas mãos em meu quadril.
– Bom eles são maiores que os meus. – Ela riu.
Comecei a me trocar e logo estava confortável, fui até o banheiro e penteei o cabelo todo para trás o amarrando em um rabo. Quando voltei para o quarto Larissa estava com uma camisola curta de ursinhos e renda rosa, meias listradas que chegavam ao meio das coxas e seu cabelo meio preso com um lacinho rosa.
– Bom vamos para a sala, você tem muita coisa para me contar antes da comida chegar. – Me puxando pelo braço ela me levou para o sofá.
– Vai pode começar a falar. – Ela estava tão animada que abraçou uma almofada com força.
– O que você quer saber? – Falava despreocupadamente.
– TUDO! – Gritou ela.
– Calma aí... bom não sei o que falar. – Entrelacei meus dedos com força.
– Pare de procrastinar e fale logo! – Ela parecia zangada.
Decidi contar cada detalhe um por um, enquanto seus olhos arregalavam a cada momento sua energia aumentava e ela simplesmente não se continha fazendo comentários a cada estrofe, me deixando mais nervosa, até que a mandei parar e para se conter ela mordia a almofada com força.
– Eu não sei o que fazer me sinto tão sufocada. – Falava enquanto olhava fixamente para minhas mãos.
– Você a empurrou mesmo? Cara isso é muito louco. – Ela estava em êxtase.
– Não conte isso para ninguém entendeu? – Ela assentiu com a cabeça, fazendo um movimento de zíper na boca igual uma criança.
A campainha tocou e ela foi até a porta para pegar a entrega.
Em poucos minutos nós já estávamos devorando toda a comida afundadas no sofá e assistindo um filme de terror, Larissa estava abraçando uma almofada com força e enfiando vários minis rolinhos primavera na boca.
– Você sabe que rolinho primavera é chinês e não japonês né? – Falei baixinho.
– É claro que sei mas tinha no cardápio e eu quis pedir. – Ela não desviou o olhar da tela.
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Acaso
RomanceMe vi perdidamente confusa após nosso primeiro encontro, fiz coisas que jamais imaginei, pensei em coisas que sempre condenei. Você me tira o folego, controla minha mente e faz meu coração acelerar apenas com um olhar. Tudo foi tão por acaso. Carol.