– Você não vai acreditar o olho cinza está aqui. – Larissa me puxou com força para que começasse a correr.
Thomas me olhou assustado com o ato repentino, em poucos segundos nossos olhares não se encontravam mias, uma multidão era minha única visão, Larissa havia me levado para fora.
– Olhe parece que ele se meteu em uma briga. – Olhei para a porta fumê que estava aberta rodeada de seguranças.
– Por onde você andou? – Perguntei a ela.
– Conheci algumas pessoas e andei com elas, vamos tentar nos aproximar! – Ela me puxou mais para perto da porta.
– Como soube que ele estava aqui? – Comecei a me sentir desconfortável com a multidão em volta.
– As pessoas que eu conheci me falaram, "Tem um cara de olho cinza na pista que arrumou briga e está sendo levado pelos seguranças", então logo pensei nele e fui te achar. – Não a escutei direito por conta do barulho, pessoas esbarrando em mim e me sufocando.
Chegamos ao máximo perto da porta, ela não soltava meu braço, só queria achar Thomas e sair dali, logo senti uma mão em minha cintura, olhei para trás e era ele.
– O que aconteceu? – Ele me perguntou assustado enquanto eu me deixei cair em seus braços, seu perfume e calor me tiravam daquele sufoco.
Antes que eu pudesse responder, Matheus passou pela porta tão incivil como sempre, sendo carregado pelos ombros a força por dois seguranças, suas roupas pretas, seu cabelo armado, seus olhos que se encontravam com os meus fazendo meu coração disparar, ele não o desviou de mim nem por um segundo.
– O conhece? – Thomas me perguntou.
– Digamos que sim. – Nesse momento Matheus foi jogado no chão perto da rua, meu coração apertou e minha vontade de ajuda-lo aumentou.
Ele ficou sentado apoiando suas mãos no chão com uma expressão de desgosto, se levantou e sem olhar para trás com passos fortes e cheio de raiva saiu. Comecei a pensar nele sem parar, seu olhar brutal, suas mãos sujas e fortes, sua voz rouca e grave, seu perfume como era bom só de lembrar me fazia sentir nojo do de Thomas, como ele penetrava na minha mente tão facilmente?
– Você me ouviu? – Thomas estava parado na minha frente.
– Não, me desculpe. – Perguntei forçando minha mente a se concentrar.
– Está tudo bem? – Larissa se aproximou de nós.
– Sim, só me desliguei por um segundo. – Os dois me olharam preocupados.
– Bom, Lari vou sair um pouco com ele tudo bem?
– É claro, eu dou um jeito de ir embora não se preocupe. – Ela me deu um sorriso.
– Depois eu te ligo. – Falei depois dela ter adentrado a multidão.
– Bye bye. – Escutei baixinho em meio aos outros barulhos.
– Tem certeza de que está tudo bem. – Thomas segurou minha mão.
– Sim, esqueça isso. – Ele concordou com a cabeça e sorriu enquanto me guiava para longe daquela multidão até seu carro, um Porsche preto com bancos de couro e teto de veludo preto.
– Ta, você é realmente rico. – Ele abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar.
– Muito cavalheiro. – Ele apenas me deu um sorriso forçado, esperou que eu sentasse e fechou a porta com força.
Após se sentar no banco do motorista em total silêncio, o ar estava estranho, seus olhos me ignoravam, seu corpo me rejeitava, minha vontade de estar ali diminuía.
– Eu fiz algo? – Perguntei com a voz baixa e trêmula.
– Não, só estava pensando. – Ele respirou fundo.
– Pensando sobre o que? – Meus olhos estavam fixados em sua boca.
– Sobre você. – Nesse momento meu coração acelerou e eu desviei o olhar lentamente. – Como suas emoções mudaram tão rápido nos últimos minutos.
– O que você quer dizer? – Nossos olhares se cruzaram por um breve momento o que já foi o suficiente para arrepiar cada pelo do meu corpo.
– Quem era aquele cara? – Meu coração acelerou. – Algum ex-namorado?
– Não... – Respirei fundo. – Só nos falamos algumas vezes. – Olhei para baixo o que fez meu cabelo cair sobre meu rosto.
– Parece que já foi o suficiente para mexer com sua cabeça. – Meus olhos inconscientemente se encheram de lágrimas, eu sabia quem eu realmente queria.
– Você está chorando? – Ele passou a mão por meio a meus cabelos colocando-os atrás da orelha.
– Me perdoe por ter sido tão displicente.
Suas mãos deslizavam suavemente pelo meu rosto enxugando algumas lágrimas que caiam, nossos olhares se cruzaram, senti um arrepio assim que sua mão posou em minha perna esquerda, minha respiração começou a falhar, nossos rostos estavam cada vez mais pertos até que nossos lábios se encostaram suavemente.
– Me desculpe. – Me afastei lentamente. – Eu não consigo. – Ficamos parados perto um do outro por alguns segundos em silêncio.
– Tudo bem. – Ele voltou a se sentar corretamente e novamente olhou fixamente para frente. – O que você quer então? – Meu estômago gelou, sua voz estava tão grave e profunda, seu olhar sério e distante.
– Bom... Não sei. – Engoli em seco. – Acho que ir para casa. – Novamente minha voz estremeceu.
Ele não olhou mais para mim, mas isso também não me importava, apenas seguimos o caminho em silêncio, sem nos olhar, sem nos mover, sem se quer respirar alto, aquilo era torturante. Após alguns minutos finalmente estávamos na frente da casa de Larissa, sai do carro rapidamente.
– Obrigado por hoje, me desculpe mesmo. – Falei gentilmente.
– Sem problemas, boa noite. – Sem olhar para mim ele acelerou o carro e saiu.
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Acaso
RomanceMe vi perdidamente confusa após nosso primeiro encontro, fiz coisas que jamais imaginei, pensei em coisas que sempre condenei. Você me tira o folego, controla minha mente e faz meu coração acelerar apenas com um olhar. Tudo foi tão por acaso. Carol.