Capítulo 9

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Comecei a olhar fixamente para a porta da entrada e observar cada raio de luz que o vidro deixava entrar e invadir todo o ambiente com sua luz alaranjada de fim do dia, uma sombra esquia e pequena fez com que minha visão se desviasse, era Larissa, ela entrou pela porta com várias sacolas nas mãos.

– Voltei. – Parando em frente ao balcão e me dando um grande sorriso ela se sentou.

– Eu estou quase acabando só mais alguns minutinhos. – Ela assentiu.

Comecei a limpar as xícaras com pressa, enxugar o balcão que estava molhado e atender mais alguns clientes. Quando estava quase acabando minha substituta entrou e logo se pôs de prontidão.

– Eu estou indo, já lavei todas as xícaras, talheres e pratos, só tem mais alguns clientes e suas comandas estão no balcão atrás de você. – Falava enquanto tirava meu avental e o pendurava dentro do pequeno armário.

– Tudo bem, até amanhã. – Ela falava enquanto lia as comandas.

Puxei Larissa pelo braço e saímos pela porta, parei por um segundo para sentir o calor do pôr do sol.

– Isso não é maravilhoso. – Falava com os olhos fechados.

– Não gosto muito de sol. – Ela estava se escondendo atrás de mim.

– Eu sei, eu sei, vamos por aqui então. – Entramos em uma rua que havia muitos prédios altos, o que impedia os raios de sol chegarem até nós.

– Quando estava indo te buscar tinha um homem parado bem aqui. – Ela apontava para a entrada da rua.

– Ele era alto, tinha cabelo escuro, ah e você não vai acreditar. – Ela aumentou o tom de voz e parou de frente a mim.

– O sol batia no seu rosto refletindo seus olhos cinzas. – Passando a mão no seu rosto ela interpretou a cena que havia visto, enquanto eu dava risada.

– Você é boa nisso, bem dramática. – Ela sorri.

– Já pensou em fazer teatro? – Perguntei voltando a andar.

– Sim, mas é muito difícil. – Ela começou a correr atrás de mim.

– Espera você disso olho cinza? – Perguntei euforicamente.

– Sim... – Ela parecia assustada.

Meu coração começou a disparar.

– O que ele veio fazer tão perto do meu trabalho? – Perguntei para mim mesma murmurando

– O que disse? – Ela me olhava fixamente.

– É... Nada, estava falando comigo mesma. – Continuamos a andar em silêncio.

– Você reparou mais alguma coisa nele?

– Suas mãos estavam sujas. – Meus olhos arregalaram, realmente era ele.

– Você vai me contar quem ele é agora! – Ela segurou meu braço.

– Eu conto, só não aqui. – Ela concordou com a cabeça.

Continuamos a andar em silêncio até chegarmos ao parque, nos sentamos nos bancos de entrada.

– Temos três opções. – Ela falou.

– Podemos ir no primeiro que é o jardim, no segundo que tem o lago ou no terceiro que tem a floresta.

– Você ficou sabendo que um garoto foi atacado por um lobo na floresta?

– Sim, mas eles estavam muito longe, perto da praia. – Ela me respondeu rapidamente.

– Mesmo assim prefiro não arriscar, acho melhor irmos ao primeiro mesmo, até porque já está anoitecendo. – Ela concordou e começamos a andar.

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