Comecei a olhar fixamente para a porta da entrada e observar cada raio de luz que o vidro deixava entrar e invadir todo o ambiente com sua luz alaranjada de fim do dia, uma sombra esquia e pequena fez com que minha visão se desviasse, era Larissa, ela entrou pela porta com várias sacolas nas mãos.
– Voltei. – Parando em frente ao balcão e me dando um grande sorriso ela se sentou.
– Eu estou quase acabando só mais alguns minutinhos. – Ela assentiu.
Comecei a limpar as xícaras com pressa, enxugar o balcão que estava molhado e atender mais alguns clientes. Quando estava quase acabando minha substituta entrou e logo se pôs de prontidão.
– Eu estou indo, já lavei todas as xícaras, talheres e pratos, só tem mais alguns clientes e suas comandas estão no balcão atrás de você. – Falava enquanto tirava meu avental e o pendurava dentro do pequeno armário.
– Tudo bem, até amanhã. – Ela falava enquanto lia as comandas.
Puxei Larissa pelo braço e saímos pela porta, parei por um segundo para sentir o calor do pôr do sol.
– Isso não é maravilhoso. – Falava com os olhos fechados.
– Não gosto muito de sol. – Ela estava se escondendo atrás de mim.
– Eu sei, eu sei, vamos por aqui então. – Entramos em uma rua que havia muitos prédios altos, o que impedia os raios de sol chegarem até nós.
– Quando estava indo te buscar tinha um homem parado bem aqui. – Ela apontava para a entrada da rua.
– Ele era alto, tinha cabelo escuro, ah e você não vai acreditar. – Ela aumentou o tom de voz e parou de frente a mim.
– O sol batia no seu rosto refletindo seus olhos cinzas. – Passando a mão no seu rosto ela interpretou a cena que havia visto, enquanto eu dava risada.
– Você é boa nisso, bem dramática. – Ela sorri.
– Já pensou em fazer teatro? – Perguntei voltando a andar.
– Sim, mas é muito difícil. – Ela começou a correr atrás de mim.
– Espera você disso olho cinza? – Perguntei euforicamente.
– Sim... – Ela parecia assustada.
Meu coração começou a disparar.
– O que ele veio fazer tão perto do meu trabalho? – Perguntei para mim mesma murmurando
– O que disse? – Ela me olhava fixamente.
– É... Nada, estava falando comigo mesma. – Continuamos a andar em silêncio.
– Você reparou mais alguma coisa nele?
– Suas mãos estavam sujas. – Meus olhos arregalaram, realmente era ele.
– Você vai me contar quem ele é agora! – Ela segurou meu braço.
– Eu conto, só não aqui. – Ela concordou com a cabeça.
Continuamos a andar em silêncio até chegarmos ao parque, nos sentamos nos bancos de entrada.
– Temos três opções. – Ela falou.
– Podemos ir no primeiro que é o jardim, no segundo que tem o lago ou no terceiro que tem a floresta.
– Você ficou sabendo que um garoto foi atacado por um lobo na floresta?
– Sim, mas eles estavam muito longe, perto da praia. – Ela me respondeu rapidamente.
– Mesmo assim prefiro não arriscar, acho melhor irmos ao primeiro mesmo, até porque já está anoitecendo. – Ela concordou e começamos a andar.

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Acaso
RomanceMe vi perdidamente confusa após nosso primeiro encontro, fiz coisas que jamais imaginei, pensei em coisas que sempre condenei. Você me tira o folego, controla minha mente e faz meu coração acelerar apenas com um olhar. Tudo foi tão por acaso. Carol.