Capítulo 4

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Meu coração disparou, fiquei chateada comigo mesma por ter sido tão insensível. Entrei lentamente e fechei a porta delicadamente.

– Me desculpe não queria ter sido rude. – Ele estava deitado no sofá apenas me olhando de canto de olho.

– Agradeço por não ter ido, eu quero mesmo conversar com você. – Ele volta seu olhar para o teto enquanto eu fico o observando da porta.

– Não fique aí parada, tire a roupa. – Meu coração acelerou.

– O que? – Ergui o tom de voz e o encarei com frieza.

– Eu só estou brincando, não precisa ficar assim. – Ele riu e começou a andar na minha direção.

– Pode me dar sua mochila, só te convidei para conversarmos. – Ele parou atrás de mim e tirou minha mochila.

Comecei a olhar em volta, o lugar era bem vazio, atrás das cortinas brancas haviam grandes janelas sujas e empoeiradas assim como todo resto da casa, o chão era de madeira, no meio um sofá acinzentado com alguns rasgos, um armário grande ao fundo com algumas caixas espalhadas ao lado, a cozinha era pequena, havia apenas um fogão velho e enferrujado com uma geladeira igualmente acabada ao lado, a pia era suja e nojenta, havia uma porta ao lado que provavelmente era o banheiro, não queria nem imaginar o estado, uma luz amarela no teto fazia o possível para iluminar todo o ambiente.

– Sinto muito pelo estado que isso está. – Ele parecia realmente envergonhado.

– Eu não passo muito tempo aqui. – Eu lhe dei um pequeno sorriso.

– Bom venha se sente ali. – Ele apontou para o sofá empoeirado.

Eu andei através da sala, sobre o piso de madeira velha, até chegar ao sofá sujo, o cheiro do local era nauseante, mofo e cigarro, minha cabeça doía cada vez que respirava, logo Mateus se sentou ao meu lado, seu perfume era forte me confortava em meio aquele fedor.

– Por que você não passa muito tempo aqui? – Eu me ajeitei para ficar mais à vontade no sofá, apesar de velho e sujo ele era bem confortável.

– Bom eu passo muito tempo no trabalho, faço horas extras então só chego em casa tarde da noite. – Aquela resposta me deixou surpresa.

– Bom, não esperava essa resposta. – Ele me olho.

– Imaginava que eu era um bêbado e vagabundo.

– Me desculpe, mas sim. – Ele começou a rir.

– Quase todos pensam isso de mim. – Ele não parece ter se ofendido o que me deixa mais aliviada.

– No que você trabalha? – Perguntei enquanto ele tirava sua jaqueta de couro.

– Eu sou mecânico. – No mesmo instante em que ele falou eu olhei para suas mãos que estavam encardidas.

– Bom eu já sei no que você trabalha, porém não sei qual sua idade.

– Tenho vinte e três. – Falo com uma voz baixa.

– Vinte e sete, até que não temos idades tão distintas. – Isso me deixa aliviada, por conta de sua barba mal aparada ele parecia ser mais velho.

Por conta do lugar vazio e sem aquecimento comecei a sentir muito frio, meus lábios e pernas começaram a tremer.

– Suas pernas estão tremendo. – Ele pôs sua mão em meu joelho.

– E seus lábios estão roxos. – Suavemente ele deslizou seu polegar em meus lábios.

– Você está com frio, não está? – Concordei com a cabeça.

– Ok, ponha isso. – Ele pegou sua jaqueta e me entregou.

– Obrigada. – Falo enquanto a coloco.

Seu perfume havia impregnando na jaqueta o aroma de pomelo, menta e mandarina, me fazia lembrar de noites na praia, com o vento forte e ondas violentas que eram capazes de me levar até o fundo do mar e me afogar, mas ao mesmo tempo a doçura das frutas refrescante em um dia de sol escaldante.

– Por que você me trouxe aqui? – Lhe perguntei o observando.

Ele estava parado olhando fixamente para frente, seu cabelo armado perfeitamente fazia com que o vento passasse entre seus fios e o balançasse suavemente, seus cílios volumosos faziam com que uma linha delineada perfeitamente se formasse na pálpebra superior que destacavam ainda mais seus olhos cinza, seus lábios rosados com alguns machucados me atraiam, seus braços eram musculosos com várias veias proeminentes.

– Eu já lhe disse, eu quero transar com você. – Ele falava com calma enquanto meu coração começava a acelerar novamente.

– Por que? – Falei com uma voz baixa voltando meu olhar para baixo.

– Tem que haver algum motivo? – Ele se virou para mim.

– Acho que sim é meio estranho chegar em um desconhecido e falar isso.

– Eu não acho, te achei bonita só isso. – Eu ainda estava olhando para baixo.

– Seu cabelo comprido e ruivo, seus olhos castanhos, seu corpo. – Ele começou a se aproximar.

– Eu gosto de você garotinha. – Ele começa a passar a mão suavemente em meu cabelo.

– Vejo pelo jeito que me olha que você sente o mesmo. – Ele passa uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

– Você me deixa excitado. – Ele falou bem próximo a minha orelha.

Ele ficou respirando alguns segundos em meu pescoço, enquanto eu permanecia imóvel e com o coração disparado, de repente senti uma umidade em meu pescoço, ele tinha o lambido e começara a beija-lo.

– Ei o que você está fazendo? – Falei tentando me afastar, porém ele estava segurando meu pulso com força.

– Por favor pare. – Puxei meu braço com força, me sentei de frente para ele.

– Me desculpe. – Ele falava enquanto passava a mão brutalmente em sua boca.

Eu não sabia o que falar, me senti tão mal naquele momento.

– Você não quer fazer isso? – Ele me olhava fixamente.

– Não sei, eu acabei de te conhecer. – Falei ainda meio sem ar.

Ele me olhou nos olhos, Pegou em minhas pernas e me puxou contra ele fazendo com que me sentasse em seu colo.

– Ei, o que... – Ele pôs a mão na minha boca e me segurou com força contra seu peito, pude sentir um volume entre suas pernas, comecei a me sentir sufocada.

– Você é virgem, não é? – Ele me olhava nos olhos como se quisesse me devorar.

– Por favor me solta. – Lhe implorava empurrando seu peito para longe.

– Me responda. – Seu tom de voz aumentou, me fazendo estremecer, parei de tentar escapar e me deixei cair em seu peito.

– Sim. – Falei com a voz baixa, não tinha mais força.

– Tudo bem garotinha, agora eu entendi. – Ele soltou minha cintura.

AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora