Continuando - Eva
Depois de não sei exatamente quanto tempo, eu o solto. Ele tira a jaqueta e joga em cima do pequeno sofá que tinha no quarto.
- Quer beber alguma coisa? - pergunto, porém ele parece viajar em outro universo, mas logo ele retorna.
- Tem álcool?
Subo as escadas até a cozinha, enquanto ele vem logo em seguida atrás de mim, abro o armário "secreto" onde se encontra alguns vinhos da minha mãe e pego um qualquer, depois de colocar um copo de vinho para ele e outro para mim, vejo ele virar rapidamente o seu copo, ele faz uma careta engraçada, mas logo enche seu copo novamente, eu apenas observo enquanto eu lentamente bebo o meu.
É mais do que óbvio que ele está um tanto irritado, então para não deixar o ambiente mais pesado eu resolvo ficar quieta e me contentar com o meu segundo copo de vinho, se bem que o mais estranho disso tudo é que eu não estou incomodada com esse silêncio, ele até que é bom.
Distraída, saboreando ainda o meu segundo copo, levo um pequeno susto quando vejo que ele não está mais do outro lado do balcão da cozinha, mas sim ao meu lado, sentado no banquinho do meu lado direito. Viro em sua direção e observo atentamente o seu rosto machucado, instintivamente levanto uma das minhas mãos para tocá-lo, ele imóvel de frente para mim não me impede, apenas continua olhando no fundo dos meus olhos, cuidadosa e suavemente encosto as pontas dos meus dedos em seu nariz, ele fecha os olhos, então levo a minha mão até eles e assim que os toco ele solta um gemido de dor quase que imperceptível, o que fez o meu coração se retrair no mesmo instante. Ele, gentilmente, retira as minhas mãos do seu rosto e as coloca contra o meu peito.
Ele sabia que eu queria perguntar sobre, ele sabia que eu estava preocupada, ele sabia o que eu pensava sobre tudo isso, eu podia ver que ele tinha a plena noção disso.
- A culpa não é sua Eva... - meus olhos marejam - Está tudo bem.
Sem pensar muito, eu ponho minha mão no seu rosto e esfrego meu polegar em sua bochecha.
- Eu não sei por quê, mas eu estou feliz de que esteja bem. - digo, e retiro a minha mão. - Mas é melhor você não se acostumar.
Ele sorri.
- Acho que resolvi... - ele diz, e um som de alívio escapa da sua boca.
Um sorriso bobo aparece em meus lábios, mas um pensamento meio idiota se forma em minha mente: acabou! Christoffer Schistad não precisava mais se preocupar comigo, ele podia seguir em frente com sua consciência limpa, sabendo que fez tudo o que pode para que eu saísse segura dessa situação, eu enfim estava a salva, mas e agora? Que assunto tínhamos além desse? Se ele simplesmente seguir em frente e me deixar de lado? E essa proximidade que havíamos desenvolvido? Será que continuaria a mesma coisa, ou passaríamos pelos corredores sem ao menos nos cumprimentar com o olhar? Não sei por quê, ou talvez eu saiba bem, mas isso me fez pensar profundamente em como isso tudo me afetava de uma forma incompreensível. Então tomada por esses sentimentos, eu vou em sua direção e, meio que desajeitadamente, sento no seu colo de frente para ele, sua cara surpresa me faz rir, ponho minhas mãos sobre seu rosto, enquanto as suas mãos repousam na minha cintura.
Ele me olha com os olhos transbordando desejo, mas, por incrível que pareça, também preocupação.
- Tem certeza? - ele pergunta.
E com certeza eu nunca imaginaria ver Christoffer Schistad hesitar.
- Por quê? - digo provocante. - Acha que não dá conta?
Ele estala a língua como se eu duvidar da sua grande capacidade fosse um insulto.
Ele me levanta, enrolo minha pernas na sua cintura, suas mãos seguram firmemente na minha bunda, meus braços envolvidos no seu pescoço, nossos testas coladas, ele me leva até o meu quarto sem tirar os olhos de mim, e eu também não tiro os olhos dele, ele me carrega até o quarto sem tropeçar em nada como se conhecesse cada canto da casa. Assim que chegamos ele me põe deitada na cama com uma delicadeza encantadora, ainda com as minhas pernas enroladas na sua cintura ele tira a camisa, o corpo de Christoffer não é sarado, mas tem uma beleza na sua pele, algo atrativo e totalmente convidativo, me permito alguns segundos de admiração, ele se debruça sobre mim e me beija lentamente, suas mãos, que antes passeavam pelo meu cabelo, escorregam até a minha cintura, depois por baixo da minha blusa, minhas mãos passeiam pela suas costas, eu o puxo para mais perto de mim, uma de suas mãos vão até minha coxa, eu não sei porque, mais cada toque dele me faz enlouquecer, ele parece estar fazendo tudo tão lentamente, como se ele quisesse me provocar, o empurro devagar com as minhas mãos e tiro a blusa, um sorriso de canto dele aparece na hora e posso ver o brilho no seu olhar. Ele fica me olhando por um tempo.
- Eva... - ele, basicamente, suspira o meu nome.
Ele volta a me beijar. Mas infelizmente para a minha decepção, ouço um barulho de passos na escada, desesperada empurro Christoffer para o chão, ele entende imediatamente, ele se enfia debaixo da cama, enquanto eu tento me ajeitar, abro a porta do meu quarto e me deparo com a pessoa que eu menos esperava.
- Noora! - digo chocada! - ela estava com os olhos marejados, sua cara estava tão limpa que eu quase me convenci de que essa não era a Noora. - Meu Deus! O que houve?
Eu abro minha porta e ela entra, quando me viro o Christoffer estava em pé, já com a camisa no corpo, enquanto Noora o encarava com um ponto de interrogação estampado no rosto.
- Eu já estava de saída. - Chris diz e vai em direção a porta.
- Espera, eu te... - ele beija a minha bochecha.
- Não precisa Monh, te vejo mais tarde.
Ele fecha a porta do meu quarto e deixa eu e Noora a sós, me viro e a vejo ainda com a sua cara de "O que acabou de acontecer aqui?". Balanço o cabeça para mostrar que não era hora de falar sobre isso, a única coisa que me resta agora é saber o porque de Noora está a essa hora na minha casa e o motivo de suas lágrimas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Risco De Sentimentos
RandomChris&Eva Eva. Chris. Como descrevê-los? Bom, com certeza, não como um casal normal, na verdade nem sequer eram um casal, nem mesmo amigos. Seu drama com o Jonas mexe fortemente com ela, e como em um perfeito filme clichê, quem estava lá para salv...