Risco De Sentimentos

#26 Tempo

Sábado 15:21

Chris

Durante o caminho de volta para Oslo, Chris pensa em toda a conversa que aconteceu entre ele e a sua mãe. Não fazia a menor ideia do que havia acontecido e agora que sabia da história nem podia acreditar, obviamente ainda havia ressentimentos, talvez para sempre, mas sua perspectiva em relação a Maxwell havia melhorado um pouco, nada que os coloquem na categoria "Amor eterno de pai e filho", mas algo como "Consigo te suportar" era uma categoria discutível.

Ele estaciona o carro em frente a casa do Maxwell, respira fundo algumas vezes e finalmente decide entrar. Chegando na cozinha ele para em frente a bancada.

- Aceita? - Maxwell oferece um copo de whisky.

Chris recusa.

- Eva está aqui?

- Sim, quer que eu a chame?

- Ainda não.

- Aonde você estava?

Chris solta uma risada cínica.

- Me enganou direitinho. - Chris pega o copo de whisky que havia recusado e bebe um pouco.

Maxwell não responde. Apenas observa.

- E a pior parte é que eu tive que ir até lá, para me tocar de como você tinha conseguido se livrar de mim tão fácil.

- Chris... Escuta...

- Sabe, eu sempre odiei você. Porém tive uma conversa interessante com a minha mãe, ainda não gosto de você, mas agora sei o porquê de ter ido.

Maxwell abaixa a cabeça e sente o golpe daquela conversa, não queria falar sobre isso, mas também não mandaria Chris parar, ele não o culpava por querer falar sobre isso. Mas Chris não fala mais nada, muito menos Maxwell, ambos apenas ficaram lá encarando a bancada, a tensão era quase que palpável, ele queria continuar, pedir mais repostas, mas não achava que valesse a pena, precisava focar no que era importante agora.

- Por que não me disse o que queria? - Chris pergunta e termina a bebida.

- Teria me deixado ajudar? - Maxwell pergunta.

- Foi por isso que voltou? Só para me ajudar?

- Senti saudades de casa...

Chris revira os olhos.

Ele sai da cozinha e sobe as escadas em direção ao quarto de hóspedes, quarto que ele sabia que Eva se encontrava.

Parando em frente a porta ele fica imóvel, pensou no que diria, como agiria, o que faria, mas nada lhe parecia agradar, então apenas bateu na porta e a abriu.

***

Em frente ao espelho do banheiro, Eva pensa se realmente é uma boa ideia ficar e esperar, mas a decisão já havia sido tomada e ela não queria voltar atrás.
O som da porta do quarto se abrindo a desperta.

- Esper...

Sua voz some ao ver ele bem ali na sua frente, por um momento ela não reagiu, apenas absorveu o momento.
A sensação de que não o via fazia séculos não a abandonava.
Ele também não se mexeu por um tempo, seguidamente seus pés começaram a caminhar lentamente em sua direção, suas mãos se encontraram, finalmente eles se permitem olhar nos olhos um do outro, e então um som de estalo ecoa pelo quarto.

- Filho da puta!!! - Eva o empurra.

Chris leva sua mão até a bochecha a qual recebeu o tapa. Ele não estava esperando por isso, e sinceramente nem Eva esperava. Apenas aconteceu.