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Sangue. Ver o sofrimento do inimigo me deixava transbordando de prazer. Enquanto alguns gostavam de matar eu preferia ver minha vítima agonizar em minhas mãos e pedir misericórdia, cuja qual eu nunca daria. Nunca imaginei que iria gostar tanto dessa fase da minha vida. Ontem foi o dia da minha transferência. Desde o primeiro incidente eu venho sendo acompanhada por especialistas e fui transferida para o grupo especial.

Cinco anos sendo estudada fisicamente para então fazer parte do grupo especial. Continuo mantendo Meu cabelo a frente do rosto como antigamente, virou quase uma marca minha. O professor de física está a frente da sala explicando algo sobre ilusões ópticas. A sala tem vinte e sete alunos dentre eles apenas eu de mulher, às vezes me sinto deslocada como qualquer adolescente em fase de descoberta. A aula está interessante só que algo me chamou atenção ou alguém, ele tinha cabelos castanhos e olhos verdes posso dizer que é bem mais alto que eu e aparenta ser o melhor da turma. Às vezes ele me olha de soslaio e sinto minhas bochechas esquentarem, ele está sempre com um par de gêmeos loiros que ficam me encarando. O clima da sala começa a ficar pesado e eu torço para que o sinal toque logo, o que o professor fala se perde em meus pensamentos como se não tivesse importância o que na verdade é o contrário.

Ao ouvir o sinal tocar praticamente corro para fora da sala segurando firmemente a minha mochila, a passos largos me aproximo do pátio de treinamento e me sento sobre um dos bancos olhando os soldados treinarem, em breve eu estarei fora das salas e finalmente em combate. Pego o meu caderno e começo a rabiscar algumas formas que vem em minha cabeça ficando totalmente destraida com minha própria mão desenhando símbolos.

- Legais essas letras. - Ouço a voz dele a minha frente e levanto o olhar um pouco atordoada, não estava prestando atenção no que estava fazendo apenas como estava fazendo. - São letras gregas não é?

- Ahm... Eu, acho que sim. - Olhei novamente para meu caderno e havia algumas frases escritas em grego, fiquei encarando minha arte por um tempo tentando descobrir desde quando eu sabia grego. - Você é?

- Ermet Douglas - Eu sabia o nome dele, o moreno do grupo especial que deixava as garotas do primeiro ano com as pernas bambas. - E o seu?

- Allegra. - Disse somente, eu não costumava dizer meu sobrenome pelo simples fato de não ter tido contato nenhum com meu pai e minha mãe não ter sido, uma mãe. - O que faz aqui?

- Acho que todos os alunos podem ficar aqui, não? - Arqueei uma sobrancelha e sorri de lado, parece que ele não se incomodava muito com minha grosseria. - Fico me perguntando o que você tem de especial...

- Como assim? - Ele rio ao ouvir a confusão nas minhas palavras e olhou para o céu.

- Todos que estamos aqui temos alguma habilidade especial, qual a sua? - Ele voltou os olhos para mim novamente como se quisesse ver por trás do meu cabelo, o que eu não deixaria.

- Gosto de matar. - Essa era a minha habilidade, após dizer isso fechei o meu caderno e coloquei novamente na bolsa me dirigindo a porta do colégio sem olhar para trás. Ele era o garoto mais lindo daqui porém não merecia ter que me aturar por mais tempo que o necessário.

Ele não falou mais nada, pois se tivesse feito provavelmente eu teria escutado. Passei por aquela multidão de alunos e fui até a sala em silêncio apenas pensando no que eu tinha escrito. Peguei o meu caderno e fiquei olhando as palavras que se formavam vagarosamente em minha frente, como um leque sendo aberto as palavras começaram a fazer sentido é uma frase foi formada, Você é mais especial do que pensa. Estava completamente perdida naquelas palavras quando ouvi algo bater no quadro negro, de imediato me assustei e pulei na cadeira. Todos a minha volta estavam rindo menos Ermet e os gemeos, eles me encarava sérios como se algo estivesse errado.

- Allegra, preste mais atenção por favor. - Disse o professor com uma cara de poucos amigos. Sorri de lado como uma espécie de desculpa e ele continuou com o assunto.

Após virar as costas para mim ele começou a escrever no quadro, suspirei e peguei a caneta logo anotando toda a aula e evitando ao máximo distrações, estava na terceira folha quando uma bola de papel cai sobre a minha mesa, olhei para o professor que ainda estava de costas e para os outros alunos concentrados na aula e rapidamente abri a bola, dentro tinha uma pequena mensagem escrita em grego.

Nos encontre no pátio de treinamento após a aula.

Não sei como eu consegui ler aquilo mas guardei a bola de papel dentro da bolsa e olhei para uma possível direção pela qual ela veio, Ermet estava rindo de lado e me olhando de soslaio. Esperei que aula terminasse e devagar fui andando para o pátio, chutando uma pequena tampa que achei no corredor movimentado. Estava escuro do lado de fora e nebuloso, ao chegar no centro do pátio notei estar sozinha isso só pode ser alguma pegadinha com novatos.

Relíquias Do Olímpo (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora