XXVI - Issei

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Depois daquela discussão chata entre Tory e Denw decidi aproveitar as poucas horas que me restavam, Luara estava sentada na praça arrumando flechas em sua aljava. Me aproximei devagar sentando ao seu lado.

- Oi solzinho. Como está?  - não fazia muito tempo que eu tinha sussurrado coisas ao seu ouvido, ela era linda. Cabelos negros sedosos e olhos azuis penetrantes, sua pele era corada e macia. Pena que a noite já estava próxima.

- Issei, me chame de Luara por favor. - pediu corando, sorri passando os dedos delicadamente em sua bochecha.

- Ja disse que você é linda? - perguntei me aproximando devagar.

- Disse, alguns minutos atrás. - ela riu deixando que eu encostasse meus lábios nos dela, eu posso não aproveitar a noite mas a terra ja esta pronta para uso.

Estava levando nosso beijo a outro nível quando sinto alguém puxando braço com violência. Meu corpo para alguns metros depois arrastando no chão, maldita falta de sorte. Abri os olhos encarando Denw se aproximar, só pode estar de brincadeira comigo. Ele segurou na minha blusa e me puxou contra seu corpo, o olhar dele estava envolto em ira e eu sabia que tinha dançado, se a Allegra era forte quando estava sendo controlada pela habilidade eu nem imaginária o quanto esse cara era.

- Não encoste na Luara novamente, entendeu?!' - odeio minha sorte cagada. Eu poderia ficar aqui e lutar contra a solzinho mas eu provavelmente engoliria esse cara daqui há alguns minutos. Eu precisava entrar na floresta. 

- Vocês podem deixar de ser idiotas um momento? Isso é irritante. - olhei de soslaio para Allegra que boltava da floresta acompanhada de uma muralha, ao notar algo estranho voltei meu olhar para ela que estava sem blusa. Arqueei minha sobrancelha encarando algumas cicatrizes e tatuagens pelo seu corpo. Denw me jogou no chão e só então eu despertei. - Escutou o que eu disse Issei?  - ela perguntou parada ao meu lado, as placas de identificação estavam penduradas entre seus seios e acabei focando ali.

- Onde você estava? - olhei para ela e em seguida para o aparente filho de Hefesto ao seu lado.

- Nadando, isso importa por acaso? - nadando? Estaria nadando mesmo ou... ta, chega.

- Não. - dei de ombros sorrindo, notei que ela não escondia mais a cicatriz do rosto, ficava bem melhor assim. - Gostei da roupa de batalha.

- Vê se me erra, Issei. - ela revirou os olhos se afastando, parecia conversar algo com Tory.

- Gosta dela? - o esquentadinho perguntou se aproximando de mim, passei as mãos pela roupa tirando a poeira.

- Você não? Sei o que o sangue de Afrodite faz. - dei de ombros, tudo era por causa do maldito sangue eu sabia disso. Sabia mesmo?

- Gosto. - ele se afastou, aquilo realmente me ofendeu profundamente e eu não sabia o porque. Reparei nas costas dele que estavam sujas de sangue duas iniciais gravadas em sua pele AG. Apertei as mãos em punho e entrei na floresta.

Precisava ficar distante de todos, precisava do meu momento. Me deixar levar por sentimentos era o que os deuses falhos queriam, eu tinha que ser forte como meu pai. Os deuses não mamdam em mim, não mandam em minhas atitudes, eu sou um semiprimordial. O plano tinha que estar de pé eu não podia decepcionar o meu pai.

Foi para isso que eu te treinei, Issei.

Você tem um proposito, tem um objetivo.

Os deuses farão de tudo para fazer você desistir.

É o único que pode dar um fim nisso.

É o matador que eu criei.

O monstro semiprimordial.

É o único que pode matar os deuses e destruir o Olimpo de uma vez por todas.

As palavras do meu pai martelavam em minha me te, ele eatava contando comigo para isso, ele precisava de mim. Meu único objetivo era chegar perto o suficiente dos deuses, conseguir sua atenção e subir ao trono de Zeus. Ele não merece estar la. Meu corpo se chocava contra as árvores, a visão turva da adrenalina que já começava a fervilhar em meu sangue fazia com que eu tropeçasse algumas vezes.

Issei, antes de chegarmos a cidade eu gostaria de agradecer...

Você é o único que não me acharia louca...

A voz dela aparecia como um sussurro em meus ouvidos, naquele dia que fomos atrás do Kouta eu fui rude, grosseiro. Queria afastar ela, fazer com que ela me odiasse como fez desde que me conheceu, mas parecia que ela estava amolecendo. Ou eu estava.

Joguei a carta para cima e ela abriu minha prisão, diferente das outras vezes eu me sentei em meio a vegetação e fiquei encarando o nada esperando a dor vir de um modo violento como todas as vezes. A imagem do meu pai me vinha a memória, ele me dando ordens e me treinando para ser o melhor e mesmo eu sendo o melhor deixei que Allegra lutasse sozinha contra as fúrias. Eu sou uma maquina de matar. Era o que repetia em minha cabeça, não tinha outro motivo ou objetivo para o qual meu pai tivesse me treinado, desde o dia do meu nascimento onde eu vim a vida e minha mãe perdeu a dela que eu sei o peso da responsabilidade que tenho nas costas. Tudo que os deuses querem é me fazer esquecer meu propósito mas eu não vou permitir que isso aconteça.


Relíquias Do Olímpo (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora