XVIII

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Ao chegar no porão fui colocada em cima de uma mesa e Kouta seguiu para um pequeno e rápido interrogatório com Tory, digo que foi rapido porque após dez minuros contados ela voltou revirando os olhos. Ermet havia saído sem deixar rastros e Lucca analisava meu tornozelo esquerdo massageando enquanto ele voltava ao normal, Issei se jogou no chão de qualquer jeito fazendo barulhos ao tentar achar uma posição confortável.

- Quero que conheça alguém Allegra. Este é Myd, filho de Tânatos. - Tory anunciou enquanto um garoto alto, branco e com olheiras profundas descia as escadas. Sua presença era forte entre nós porque parecia haver frieza emanando dele.

- Isso aqui esta virando um clube bem grande não acham? - Issei reclamou estalando a língua.

- Precisamos dele, é o único que sabe o que esta acontecendo.  Foi ele quem me deu a suspeita do roubo. - explicou ela se jogando contra a parede.

- Então, Myd. Me dê um motivo para acreditar que você é útil.  - me direcionei a ele levantamdo meu olhar em desafio, talvez a prática de não demonstrar frações de medo tenha me levado a ser ousada ou apenas idiota. Sei que daqui sou uma das mais fortes porém diferente deles não tenho poderes especiais,  Tory pode correr como a luz, Issei é uma verdadeira cobra, Myd tem poderes sobre a morte, Kouta controla a água, Ermet o fogo. Eu nunca teria chance contra um deles em uma luta realmente justa.

- Eu encontrei o Kouta e posso encontrar qualquer um que você quiser. - ele riu mostrando as presas afiadas propositadamente, seus olhos profundos repletos de almas gritando fazia meu estomago embrulhar e a luta entre o medo e a ousadia me deixar tonta.

- Pela primeira vez concordo com o Issei. Era uma missão secreta do nosso país e estamos envolvendo pessoas demais nisso. Não acho que seja necessário mais pessoas. - Lucca apenas me olhava e desviava o olhar para os outros. Eu estava me sentindo estranha como se cada pessoa que entrasse aqui fosse exclusivamente responsabilidade minha.

- Obrigado por isso. - agradeceu Issei se sentando sobre suas pernas.

- Eu discordo, quanto mais gente melhor. Infelizmente Allegra isso não é trabalho para o governo, fiquei sabendo que foram atacados por fúrias e isso me deixou incomodado demais, o que quer que esteja havendo é do interesse dos deuses também.  - Ermet apareceu de repente como se ja estivesse la a muito tempo sem ser notado.

- Desculpe Ermet, mas você não é o responsável aqui. Isso é loucura. Não sabemos ao certo o que esta acontecendo, e se Myd estiver errado? - falei descendo da mesa e o confrontando.

O silêncio pairou por sobre a sala e parecia que todos haviam ficado questionando suas próprias razões. Minha paciência esgotou e para não estourar na frente deles subi a escada devagar saindo do porão e andando ao redor da pequena fazenda evitando a floresta. O vento estava frio mas o sol castigava qualquer um que ousasse se expor, retirei a jaqueta e amarrei na cintura para fugir um pouco do calor.

- Tudo esta se tornando mais complicado do que parece. - a voz era forte e grave, meu corpo tremeu e meus olhos não estavam encontrando o seu dono em lugar algum. - Não é facil liderar, mas você nasceu para isso. Filha.

Senti um vento forte em meu rosto e uma mão em meu ombro, segurei os dedos e torci passando por baixo de seu braço e forçando seu corpo para cima o derribando no chão.

- Caramba, eu só vim perguntar se você estava com fome. - Issei estava jogado no chão, provavelmente com alguns dedos quebrados e costelas machucadas. - Mas acho que cheguei em uma hora ruim.

- Eu estava... ele estava... - Não parecia fazer sentido o que eu ia falar agora então permaneci calada, cruzei os braços e desviei o olhar.

- Seu pai estava falando com você não foi? - se levantou desajeitado e passando a mão nas costelas machucadas.

- Como sabe? - o encarei curiosa.

- Quando ele falou comigo pela primeira vez eu também fiquei com essa cara de idiota. - arqueei uma sobrancelha o encarando. - Quer dizer, não que você tenha cara de idiota sabe...

- Não foi a primeira vez... eu acho que não.  - balancei a cabeça confusa desistindo por completo de tentar lembrar quando e onde tinha ouvido aquela voz.

- Ta... Mas, esta com fome? Parece que o peixinho sabe cozinhar e vai nos poupar de comer peixe cru... Não que eu tenha muitos problemas com comidas cruas mas... Ally você esta bem? Não reclamou ainda comigo.  - se aproximou ficando a minha frente e tapando minha visão do sol.

- Eu me pergunto o que esta havendo, porque esta havendo... eu me pergunto qual é o meu papel nisso, eu sinto vontade de ir atrás da maioria dos semideuses que eu conseguir mas cada um que se aproxima é como se dez quilos estivessem sendo colocados sobre mim. - respirei fundo.

- E porque está me falando isso? - perguntou incomodado, seu corpo se balançava para todos os lados.

- Você é o unico que não me acha uma idiota. - sorri de lado para ele e segui em direção a casa enquanto ele ficava la parado como uma estátua.

Relíquias Do Olímpo (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora