Capítulo 27

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Eles entraram seguindo Wanessa. Gustavo atrás dela e os outros dois rapazes em sequência. Assim que a porta foi aberta e as luzes acesas, todos se apressaram em entrar e fechar portas e janelas. Tudo para que pudessem se livrar de uma vez daquele disfarce ridículo de mulher.

— Tem certeza que é seguro? — perguntou Gean, olhando ao redor.

— Tenho. Ninguém vai suspeitar que vocês estão nesse apartplug. Não em meio há tantos outros. Não há nada que ligue vocês a ele.

— E como você o conseguiu? — Gustavo andou pela sala, tocando nos móveis de madeira maciça, no sofá de couro. Seguiu até a bancada da cozinha, passando a mão pelo granito e enfim voltou da sua inspeção, parando em frente a escada que levava ao segundo pavimento.

Wanessa sentou-se no sofá e largou a bolsa ao seu lado, observando os três rapazes analisarem admirados o apartplug. Para ela o local não era nada demais. Para eles era um paraíso que usufruiriam pelos próximos dias.

— É de uma amiga minha — a moça deu ombros. Gustavo se virou para onde ela estava, as sobrancelhas contraídas. — Mas não se preocupe, ela está viajando e só volta daqui alguns meses. Liguei para ela ontem à noite e pedi autorização para emprestar o apartamento para algumas amigas que gostariam de ficar um tempo sozinhas e namorando — ela lançou um sorriso sacana a ele. O rapaz desviou o olhar. — Ela não fez objeção. E a mentira foi necessária. Seria complicado convencê-la por telefone a deixar três homens morar aqui. Mas no tempo certo vou contar a verdade.

Wanessa se levantou do sofá e foi até onde Rick e Gean estavam: na área de serviço, ao lado da cozinha, olhando espantados para duas máquinas de lavar roupa.

— Se eu tocar, será que se mexe? — perguntou Gean, sem se dar conta que a moça estava atrás deles observando tudo.

Ela conteve uma risada quando ele levou o dedo devagar até encostar no plástico do aparelho.

— É uma máquina de lavar — Wanessa explicou. Os dois deram um pulo e se viraram para ela. — Serve para lavar e secar as roupas automaticamente. Vocês não têm nada como isso na sociedade de vocês?

— N-n-não — Rick ainda estava assustado.

— Nós lavamos as roupas em um tanque, ou na própria pia — Gustavo veio ver o que estava acontecendo. — Não temos nada disso. Como funciona?

A negra explicou como se fazia para colocar as roupas para lavar, explicou as funcionalidades de cada botão e como era simples apenas colocar as peças dentro e esperar que saíssem limpas, secas, passadas e dobradas. Só era necessário guardar.

Os meninos se viram animados para testar o equipamento, o que fez Wanessa lembrar de um detalhe importante:

— Precisamos encontrar mais roupas para vocês usarem. Não podem ficar com esse uniforme cinza todos os dias.

Gustavo já havia tirado o disfarce de mulher e usava sua roupa do dia a dia. Os outros dois arrancaram as perucas, mas permaneciam com as roupas coloridas.

— Prefiro o uniforme cinza a essas roupas coloridas — disse Gustavo.

— Mas não podem ficar só com ele. Precisam trocar de roupa também. É questão de higiene — ela coçou o queixo observando ele atentamente. — E eu tenho uma ideia!

— Que ideia é essa? Espero que não envolva ficar vestido de mulher o dia inteiro.

— Você fala como se ser mulher fosse a pior coisa do planeta. Vou começar a me ofender.

A Liberdade que LimitaOnde histórias criam vida. Descubra agora