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Lia narrando.

Laís: Vai amiga, descansa um pouco e não esquece que você sempre vai ter uma amiga aqui.
-Ela me abraçou de novo e beijou a minha cabeça.

Nos soltamos e eu sorri pra ela, dei um beijo no David e fui em direção a casa da minha mãezinha, ela já sabia de tudo e disse que o Lucão não ia aceitar. Mas ela não tem que aceitar nada, quem me traiu foi ele.

Em meio há uma pancada de pensamentos, adentrei a casa da minha mãe. Ela sorriu e me beijou, em seguida me abraçou, eu despenquei em seus braços e chorei. Chorei por ter caído no golpe mais fajuto da vida, chorei por ter aceitado ir morar com o Lucas, chorei por todas as vezes em que eu roubei alguma coisa daqui de casa pra dar pra Luciana comer, chorei por tudo que eu fiz pra ela e ela retribuiu assim, chorei por amar demais o Lucas e já não imaginar meus dias sem ele.

Só sei que chorei tanto, que quando voltei à mim já estava na cama da minha mãe. O sol já se escondia, e um clima frio já aparecia. Olhei no pequeno espelho do quarto e meu rosto estava todo vermelho e inchado.

Lia: Bendita seja sua branqueza Eliane!
-Revirei os olhos e peguei uma toalha, fui pro banheiro e fiquei esperando o chuveiro pegar na água quente, quando ele funcionou me despi e entrei embaixo daquela água maravilhosa, as lembranças vinham na mente, a cena dos dois traidores... tudo voltou.
Lia: Você precisa ser forte, a Laís disse que você consegue, então Eliane, trate de conseguir.
-Falava comigo mesma enquanto me banhava, fui interrompida com o celular tocando no carregador em cima da caixinha do vaso, única tomada que funcionava bem. O celular tocou de novo, e quando eu fui pegar a porta se abriu com tudo.
Lia: Aiii!
-Fechei os olhos com o susto que levei.
Lucão: Tá fugindo de mim Eliane?
-Disse com um sorriso maldoso no rosto e desligou o registro do chuveiro.
Lia: Sai daqui Lucas! Eu to tomando banho.
-Ele nem deu moral, pegou a toalha e me enrolou, não satisfeito, tirou sua camisa e me deu.
Lucão: Veste!
-Falou com um tom bravo e eu ignorei.- Veste que eu to mandando.
-Apertou meu braço e começou a passar a camisa pelo meu pescoço e me vestir, eu empurrei suas mãos e vesti a blusa dele contra minha vontade.
Lucão: Bora!
Lia: Que? Pra aonde?
Lucão: Bora Eliane! Não vou repetir.
-Ele saiu me puxando pra fora e a minha mãe veio ao nosso encontro.
Cleuza: Não machuca a minha filha menino.
Lucão: Eu amo ela demais pra isso. Agora dá licença que nós tá com pressa.
-Saiu atropelando a minha mãe que tinha lágrimas nos olhos, abriu a porta do carro e me empurrou dentro.

VIDA DO TRÁFICO - LIVRO 2 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora