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Lia narrando.

Lia: Olha, eu ganhei o chorinho.
-Suguei minha batida com o canudo e em seguida coloquei o chorinho que estava num copo descartável pequeno, dentro da taça da minha batida de frutas vermelhas.- Humm, que delícia.
-O Bruno estava em pé, frente ao balcão esperando a batida dele.
Bruno: Olha a minha, nem vou te dar.
-Ergueu o copo dele no alto e estendeu o braço direito pra mim. Atravessamos o salão aonde as pessoas dançavam de volta pra nossa mesa.
Lia: "Amante nunca vai casar"
-Cantei colocando o copo na frente do rosto.
Bruno: Sofrencia demais.
-Riu tirando meu cabelo do olho, eu já estava mais pra lá do que pra cá.
XxX: Oi Bruno.
-Três meninas pararam em frente a nossa mesa, a que disse oi falava com ele, porém olhando pra mim.
Bruno: Oi Emília.
-Ele disse seco, eu ri por dentro e dei outra golada na minha batida, eu nem sei do que tava rindo, mas até o vento tava engraçado.
Emília: Essa estranha aí é quem agora Bruno? Outra tentativa de me esquecer?
Lia: Iiih gente, ela tá falando comigo?
-Falei pro Bruno rindo ele apertou minha mão.
Bruno: Emília... me esquece!
Emília: Dá onde você tirou essa garota Bruno?
-Ela falou mais alto com a voz gritante dela.
Lia: Eu sou lá do Morro do Alemão.
-Disse sorrindo pro vento.
Emília: Tá explicado gente...- Bateu palmas.- A roupinha de camelô e as luzes de salão de bairro.
Lia: Escuta aqui garota...
-Fui me levantar, minhas pernas bambearam e eu caí, geral olhou.
Emília: Favelado é tudo podre né, não sabem nem beber ...
Bruno: SAI DAQUI EMÍLIA!
-Falou alto me levantando do chão, ela sorriu e saiu acenando.
Lia: Eu... estraguei nossa noite né ...
-Comecei a chorar.- Eu sempre estrago tudo, eu sou um lixo humano.
-Dizia enquanto eu tava pendurada no pescoço dele saindo do barzinho.

VIDA DO TRÁFICO - LIVRO 2 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora