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Kailine narrando.

Acordei com o David em cima do Arthur chorando, Anna estava com fones no ouvido, Arthur podre do bailinho de ontem... me lembrei que era domingo e a tia Dilma devia estar na igreja.

Levantei, peguei o menino mais lindo do Brasil e fui pra cozinha, esquentei o leite e coloquei Nescau na mamadeira, peguei ele no colo e fui pro quarto que eu dividia com a Laís.
Enquanto ele mamava eu tentava ligar inúmeras vezes pra Laisona que não atendia. Separei uma roupinha fresquinha pra ele e procurei uma pra mim.
Quando ele acabou de mamar, peguei ele e fomos tomar banho juntos.
Ele fez a maior bagunça no banheiro como sempre, saímos e eu coloquei uma regata e um shorts de tactel nele acompanhado de um chinelinho do patati e do patatá. Em mim vesti uma blusinha e um shorts jeans, calcei uma ipanema e soltei as madeixas.

Kai: Vamos atrás da mamãe amor da tia?
David: Mamãe tia?
-Já brilhou os olhinhos, o bichinho que ama aquela feiosa.

Peguei ele no colo e passamos pela sala, desci ele, tirei os fones da madame, fui até o som e estrondei num arrocha, peguei o David e sai de casa subindo a ladeira. Algo me dizia que a mãe dessa criança tava dando pro chefe. Encontrei a dona Júlia no percusso que tava indo ao cemitério visitar o tal Tega.

Júlia: Esse clima de Natal deixa a gente frágil né, saudades do meu filho.
-Nem ia render assunto sobre esse maníaco falecido.
Kai: Se pra senhora tá difícil, imagina pra essa criança que nem vai conhecer a mãe e já chama a madrinha de mãe! Passar bem dona Júlia.
-Pisquei e dei um beijo no rosto dela e fui quebrando os becos até chegar na boca central, ô lugar longe da porra.
De longe avistei o Magrinho cozinhando o galo, podre de bêbado da outra noite.
Kai: Magrinho sabe onde a Laís tá?
-Fui falando e já entreguei o David no colo dele, tava muito pesado.
Magrinho: Aqui não é lugar pra criança.
Kai: E aqui ninguém te perguntou.
-Já rebati porque sou dessas.- Sabe ou não?
Magrinho: Ali, o LoiroLindo vem vindo... ele deve saber, ele sabe de tudo po.

O cara quando me viu já ergueu a gola da blusa e cavou mais o boné na cabeça. Passou batido por mim... Eu ein.

VIDA DO TRÁFICO - LIVRO 2 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora