VIDA DO TRÁFICO - LIVRO 2 (F)

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Lucão narrando.

Pezão passou a visão pra mim da sintonia que rolou, fiquei bolado com essa fita toda, quase que mosco e os verme me abraça.

Linho: Vamo sair quente chefia.
-Disse assim que entrou na golfera com a respiração ofegante, mais um corre concluído pra firma.
Deixei ele na nossa quebrada e toquei pro Alemão Central.
Subi o Morro cantando pneus e ouvindo um rap bolado, várias fitas na mente, Eliane não podia ter ganhado essa cena.
Estacionei na casa da mãe dela e desci.
Lucão: Cadê minha mulher dona Cleuza?
-Disse alto sem descer do carro, ela estendia roupa no quintal.
Cleuza: A minha filha tá com a amiguinha dela, Laís.
Lucão: Demorou!
-Eliane gosta de me provocar, bagulho era pra ela ficar na casa da mãe dela, porra!
Soquei o volante, acendi um cigarro e dei o balão na rua estreita voltando pra ladeira do Morro.
Quebrei dois becos que dava pra entrar de carro, saí na rua 7 e continuei subindo pra casa do mano Arthur. Estacionei no meio fio e desci.
Lucão: Eliane!
-Gritei no portão e escorei no carro, quem saiu foi a Laís.
Laís: O que você quer com ela?
Lucão: Se eu quisesse trocar ideia com tu, tinha chamado tu.
-#ssa mina do Pezão é mo vacilona, ela gargalhou, olhou pras unhas e depois pra mim.
Lucão: Não quer falar comigo e tá no meu portão porque? Tu tá achando que a Lia vai embora com tu?
-Apontou o dedo pra mim e riu.- Ela não vai não bebê! E ó , sem mancadinha, rala da frente da minha casa fofo!
-Piscou pra mim e entrou rindo, deixando eu falar com o vento.
Lucão: Tu tá me tirando arrombada, cadê a minha mina?
-Ela trancou a porta e depois abaixou a cortina, piranha do caralho.
Resolvi descer na mãe dela, alguém tinha que pagar esse vacilo dela. Fui dirigindo e ligando pra ela, nada de atender.
Cheguei rápido demais lá e já fui entrando.
Lucão: Vou perguntar de novo? Cadê a Eliane?
-Disse apertando o braço da velha da mãe dela e ligando no celular da vadia. Escutei o toque na casa, soltei o braço dela e a empurrei, fui acompanhando o toque, ele vinha do banheiro.