XXVI Futuro incerto

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Dias mais tarde...

Pov's Namjoon

Hoje Jin completa uma semana em coma. Estamos preocupado, já que nenhum médico nos dá uma previsão de quando ele acordará. Assim como ele pode acordar hoje, pode ficar em estado vegetativo por meses ou mais. Sinceramente... só o que eu queria agora era que ele acordasse e me desse um forte abraço. A rotina que estou levando é cansativa. Mesmo que Hoseok esteja nos ajudando agora, eu não consigo descansar. Quando não estou aqui, com ele, estou em casa pensando nele. Tenho passado noites em claro porque não paro de pensar em Jin. Sempre deixo meu celular ligado, esperando a chamada em que dirão "Ele acordou". Essas simples palavras seriam o melhor presente que já ganhei.

– Acho que estou apaixonado por você. – Disse, segurando sua mão, ajoelhado ao lado da cama em que ele estava. – Se você acordar... prometo que tomarei coragem e pedirei você em namoro. – Eu sabia que um pedido desses era precoce, mas, por ficar tanto tempo sem ele, percebi que o quero ao meu lado... sempre. – Hoje Hoseok ficará com você. Eu vou para casa, tentar descansar um pouco, mas amanhã cedo eu venho te ver. – Disse, entrelaçando nossos dedos e dando um beijinho nas costas da sua mão. Larguei-a, ajeitei-a ao lado de seu corpo e me levantei do chão. Fui em direção a porta mas, antes de sair, olhei para trás. – Seja forte e resista a isso, Jin. Aposto todas as minhas fichas em você. – Disse e me retirei do quarto. Hoseok não demorou para chegar e ficar com Jin. Antes de ir para casa, decidi passar na cafeteria em que aquele garoto, Mark, trabalha.

– Oi!

– Oi! Você conseguiu falar com o Jackson?

– Consegui... – Disse, franzindo os lábios e olhando para baixo para assustá-lo.

– O que foi? Por que você fez essa cara? Ele não quer nada comigo, não é? – Ele disse, fazendo um biquinho.

– Não.

– Não o que?

– Jackson me falou que achou você muito simpático e perguntou se você não gostaria de ir ao cinema com ele na próxima semana.

– Está falando sério? – Perguntou, com a boca aberta e os olhos arregalados.

– Estou. Por que a surpresa?

– Meu Deus, obrigado! – Ele disse, depois beijou a mão e a apontou para o teto.

– Só o que me falta você me dizer que estava fazendo simpatia para tê-lo como namorado. – Disse, rindo.

– Eu não faria isso. – Ele disse, rindo também.

– Obrigado, Namjoon. Esse é o seu nome, certo?

– Certo.

– Seu amigo melhorou?

– Não... ele está em coma ainda.

– Gente... mas não disseram quando ele acordará? – Ele perguntou e eu neguei em resposta. – Fica tranquilo, tenho certeza de que ele vai acordar.

– É o que eu espero. Te contaram que eu paguei o café?

– Sim. Obrigado por pagar hem. Teria saído do meu salário se você não tivesse pagado.

– Eu que agradeço pela confiança. – Disse, acenando e me afastando da cafeteria. Mark acenou para mim também. Fui até o estacionamento e entrei no meu carro, fui para casa, tomei banho e levei Jimin para o seu quarto, já que ele estava dormindo no sofá. Sei que essa rotina também tem sido exaustiva para ele, que passa o dia todo no hospital com Jin. Deitei minha cabeça no travesseiro e fiquei olhando para o teto por um tempo. Seria bom tê-lo aqui agora. Pensei, esticando meu braço para o lado vazio na cama e olhando para o mesmo. Suspirei fundo e fechei meus olhos, na tentativa de dormir pelo menos uma noite. Queria parar de pensar nele mas isso parecia impossível. Abri meus olhos e peguei meu celular para enviar uma mensagem a Hoseok.

Você: Come ele está?

Hoseok: Na mesma.

Você: Quer que eu vá aí?

Hoseok: Para que? Ele não acordou, Namjoon

Você: Qualquer coisa que precisar me chame.

Hoseok: Ok

Estava angustiado, queria que ele acordasse logo. Larguei meu celular no criado-mudo e voltei a deitar minha cabeça no travesseiro. Fechei meus olhos e os mantive fechados até pegar no sono.

~¨~¨~

Dia seguinte...

– Tio... – Me acordei com Jimin me chamado. Ele estava frente a minha cama, chorando.

– Jimin? O que houve?

– E-eu sonhei que o Jin tinha morrido. – Me sentei na cama e, depois de uma pausa para assimilar o que estava acontecendo, bati ao meu lado (no colchão) como forma de indicar a ele onde deveria se sentar. Jimin, agora sentado ao meu lado, olhava para mim fazendo um biquinho.

– Eu não posso te afirmar que ele ficará bem. – Disse, depois de um suspiro. – Jin está entre a vida e a morte agora, Jimin. E eu sei que você entende isso. Talvez você tenha sonhado isso porque está muito envolvido com a situação. Dizem que os sonhos são como novelos de lã do nosso dia, onde todos os nossos pensamentos estão bem emboladinhos. Talvez o medo que você sente quando pensa que ele pode morrer se juntou ao fato de ele estar em estado vegetativo agora. Mas isso não passou de um sonho, Jimin. Ainda há a possibilidade de ele acordar e ficar bem, sem sequelas.

– Quero que Jin continue conosco, tio. Ele ainda precisa ter o bebê. Quando o Cookie nascer seremos como uma família. – Ele disse, chorando.

– Já somos como uma família. – Disse, lhe abrando. – Eu também quero que ele continue conosco e tenha o Cookie, Jimin. – Partilhávamos do mesmo medo... estávamos ambos abalados. O futuro, por ser tão incerto, nos amedrontava. Chorávamos e só tínhamos um ao outro nesse momento que era crucial em nossas vidas. Perderíamos não só Jin, mas o bebê também. O futuro seria capaz de desfalcar a família que sonhávamos em ter? O futuro seria capaz de tirar duas vidas tão preciosas para nós? Por quê? Por que tem que ser assim? Eu não parava de me perguntar isso, enquanto chorava sem soluçar. Permiti que as minhas lágrimas apenas caíssem dos meus olhos, assim como as de Jimin caiam dos seus.

~*~*~

Entramos no carro para irmos ao hospital, tomaremos café da manhã lá mesmo. Jimin ainda estava chorando então, para distrai-lo, resolvi puxar assunto.

– Como está com o Hoseok?

– O que tem ele?

– Não me venha com essa, sei que você está caidinho por ele.

– Por que você acha isso?

– Eu conheço você, Jimin. E eu observo o modo como você fala e olha para ele.

– Achei ele bonito, só isso. – Ele disse, com as bochechas coradinhas.

– Huhum... sei. – Disse olhando-o com o queixo erguido. – Não demorou muito e chegamos ao hospital, logo fomos até a praça de alimentação pegarmos alguma coisa para comermos. Quando eu estava prestes a escolher o meu lanche, ouvi meu celular tocar. Vi que era Hoseok e logo atendi. – Sim?

– Ele acordou.

Mero Professor (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora