Capítulo 26

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Depois de ouvir muitas coisas que realmente me doía , por fim conseguimos terminar de modificar as papelarias, mal sentei no meu lugar e Miriam já começou a me dar mais ordens, até problemas de sua casa eu mandou eu resolver, estava extremamente cansada, nem tive tempo de ir em casa tomar um banho tive que ir direto do trabalho para a escola, chegando lá depois de esperar por meia hora a professora, o coordenador entrou e disse que a professora faltará e que estávamos liberados, fiquei feliz e preocupada ao mesmo tempo, o que será que tinha acontecido para a professora faltar? Ela nunca foi de falta.

Cheguei e tomei um demorado banho pedi comida e me joguei na cama, mas demorei a pegar no sono, pensamentos tomaram contam, analisei tudo que estava acontecendo, porque eu tinha tudo chegar aquele ponto, se Miriam queria só sexo porque ela estava me tratando daquele jeito? Parecia que estava com ciúmes, aos poucos as idéias iam clareando na minha cabeça, recordei para mim mesmo que tinha jurado que nunca mais deixaria alguém pisar em mim, e estava fazendo ao contrário, tudo errado de novo. Pelo menos tinha consciência disso, antes não, nem posso me cobrar tanta perfeição só tenho 20 anos, as vezes só queria ter uma vida normal, uma família, só queria alguém que me amasse, mas parece que eu não nasci para ser amada, só nasci para ser pisoteado, e foi com esse turbilhão de pensamentos que peguei no sono.

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Ela mal chega no trabalho e me enche de ordens, puta merda, eu não trabalho sozinha nessa empresa não, essa era frase que eu tinha vontade de gritar para ela, mas ficou só no meu pensamento mesmo. Estava tão atarefada que não sabia mais quem eu era. Quase fim do meu expediente em sua sala so esperando ela assinar uns documentos para ir embora, ela solta deboche, e ainda perguntou se saindo daqui eu iria bater ponto, (prostituir). O fogo subiu na minha cabeça, cansada com fome, não tinha nem almoçado de novo, sem pensar respondi:

_ Você só pode ser doida, quantas vezes tenho que falar não faço programa?

_Uma vezes puta, sempre puta.

Retrucou ela com um sorriso no rosto.

_Se eu faço programa ou não, não  interessa, minha vida particular não interessa a ninguém, sou livre e independente.

_ Claro que deve, afinal como ficaria a imagem da minha empresa tendo uma prostituta?

Sem nem pensar disse que seria de menos já que a dona gozava na boca de uma menina que tinha idade para ser sua neta.

Ela não retrucou entregou os papéis assinados e me retirei de sua sala, levei até o outro setor peguei minhas coisas e antes de sair olhei para sala dela, ela estava em pé escorada olhando pela janela com jeito de quem estava longe nos pensamentos.

Me arrependi de ter dito aquilo, sabia que tinha ferido ela, mas poxa, desde quando ela soube de Cristina ela só tem me maltratado me humilhado.

Cheguei na escola e pelo visto a professora já estava dentro de sala, cheguei na porta e para minha surpresa não era ela, sentei e perguntei para um colega ao lado pela professora Cristina, então ele disse que aquele era um professor substituto e que a professora faltaria alguns dias. Preciso nem dizer que passei a aula toda preocupada com ela né?

Chegava em casa da escola me jogava na cama e já capotava.

Dia seguinte no trabalho, para minha surpresa estão calmas, Mirian sem dar muitas ordens, sem gritar comigo, se humilhar, estranhei muito, mas estava gostando.

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Uma semana se passou e nada da professora Cristina voltar, estava ficando agoniada, precisava saber notícias, e no trabalho tudo ocorria tranquilo, tranquilo até demais.

Sempre pegava me olhando para Miriam, eu gostava de olhar para ela, admirar sua beleza, ela é daquele tipo que quanto mais o tempo passa, mais bonita fica.

Seria a hora de chamar para conversar?

Eu sentia essa necessidade de explicar tudo para ela, precisava admitir para mim mesma que eu gostava dela, resolvi arriscar. Tive medo de falar diretamente, então escrevi um bilhete.

"Queria que você me desse a oportunidade de uma conversa, prometo que será a última, mas por favor ouve o que tenho para te contar?

P.S: Se sim me mande uma mensagem

Estava nervosa, ansiosa pela resposta e nada, cheguei a conclusão de que ela não queria, talvez fosse melhor mesmo deixar as coisas como estavam.

Quase no finzinho do meu expediente chega uma mensagem.

" Espere no estacionamento, conversaremos na sua casa se você quiser."

Mandei um ok.

Esperei do lado se seu carro, ela chegou, entramos, e seguimos destino em silêncio, já dentro de casa pedi para que ela ficasse a vontade e ofereci um vinho, ela aceitou, servi duas taças, sentei ao seu lado, tirei meus sapatos, e o silêncio reinava no ambiente.

_Comece Larissa!

Engoli a seco, respirei fundo então comecei a contar como tudo começou, desabafei com ela, contei exatamente tudo que vinha me acontecendo desde os meus 16 anos, a minha paixão pela professora Cristina, a minha primeira vez com ela, falei sobre as fotos, sobre a morte da minha mãe, sobre o abrigo e sobre ter fugido de la, contei o real motivo por eu me prostituir, que por varias vezes pensei em tirar minha própria vida e contei como a professora Cristina havia novamente entrado em meu caminho, expliquei para ela que não sabia exatamente o que sentia pela Cristina, mas que gostava muito dela. Falei também sobre ela, da atração que senti por ela desde o primeiro momento que vi, que admirava como mulher, como profissional, e o quanto achava linda, que desejaria do fundo do meu coração que ela não pensasse que eu tivesse ido para cama com ela por dinheiro, ou para me dar bem, que eu realmente sentia algo por ela, mas não sabia quê, e que ela não imaginava como doeu e ainda dói cada palavra, cada humilhação que tinha me feito passar. Foi uma conversa longa, a qual só eu falava, quando achei que finalmente tinha terminado de falar tudo, olhei para ela e ela estava entre lágrimas, fiquei espantada, eu também estava chorando, relembrar tudo aquilo realmente mexe demais com minhas emoções, e confesso que ainda não superei, aceitei tudo que me aconteceu, mas entender e superar ainda não .

Ela se levantou simplesmente foi embora, fiquei mais triste ainda, arrependida de ter contado tudo, talvez ela amanhã ela me demita, me pus a chorar mais ainda, não vi quando parei de chorar , acho que só quando peguei no sono mesmo.



Esse capítulo foi um pouco longo, rsrsrs 

Não esqueçam de votarem tchecas... ❤


Minha querida e odiada professoraOnde histórias criam vida. Descubra agora