Te amo mais que tudo

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Depois de termos apertado as mãos, corri para a janela daquele quarto obscuro e abri as cortinas bem depressa, deixando o sol brilhar naquele lugar escuro. Vinícius aproximou-se de mim cobrindo o rosto com o braço e tentou puxar um lado da cortina de volta para onde estava, parecendo atordoado.

- Não pedi para você fazer isso!

Virei para ele, puxando aquele pano da sua mão e botando onde deixei: - Você apertou minha mão, querido. É o mesmo que pacto com o capeta.

Ele me olhou com aquela cara " onde fui me meter". Eu já disse pra você que não sou tímida, né? Sim, acho que sim. Era tudo o que ele precisava. Uma louca na sua vida para sair da monotonia. 

- Não me dou muito bem com a luz solar.

Ergui os ombros em sinal de "o que isso tem a vê?", entortando a boca. Ele entendeu:

- Você não reparou que sou albino?

Pareceu chateado, mas não me importei muito.

- Sim, você é albino e não um vampiro. Vai me dizer que sua pele vai brilhar agora?

Ele respirou fundo e deu de costas para mim, voltando para a cama e jogando-se nela. Eu o segui e me joguei sentada na cama também, bem ao lado dele.

- Vamos dá início a lição. Primeiro, vamos nos conhecer. Qual seu nome?

- Vinícius! - respondeu sem olhar para mim, a voz abafada pela cama por o rosto está afundado no colchão.

- Muito bem! Agora é sua vez de me perguntar algo. - nisso, fiquei esperando pela pergunta. Em vão! Ele continuou imóvel e vendo aquilo, peguei um travesseiro que estava do meu lado e taquei nele, fazendo-o se assustar e gritar, virando-se para mim: 

- O que é? Você veio do inferno?

Sorri, cínica. - Quase isso. Agora me pergunte algo e olhe para mim. 

Mais uma vez fingiu que não me ouviu. Com isso, empurrei o seu ombro com o pé mesmo e percebendo que não ia deixá-lo em paz, ergueu-se rápido e sentou-se bem na minha frente, com a cara mais enfezada que alguém poderia ter:

- Qual seu nome, Samanta?

Eu ri daquilo e ficamos naquele bate-papo tosco até ele, aos poucos, se desarmar e voltar a sorrir. Foi engraçado, mas eu precisava tomar um banho, pois logo seria almoço. Saí do quarto dele, cobrando encontrá-lo na sala daqui a pouco. Ele concordou, entortando o canto da boca. Fechei a porta devagar e quando ergui minha cabeça para caminhar para o meu quarto que ficava naquele mesmo corredor, avistei Rodrigo encostado na parede, de braços cruzados me observando sério. Senti uma sensação terrível subir pela minha coluna e parar bem na nuca, comprovando meu nervosismo. Não sei o porquê, mas tive uma certa preocupação. 

- O que fazia no quarto do Vinícius?

- Conversando com ele, por quê? 

- Conversando? - perguntou com desdém, me deixando chateada - Esse garoto não abre a boca nem pra bocejar. 

- O que eu poderia está fazendo então?

Ele deu de ombros. - Não sei. Isso que eu quero saber.

Estava sendo irritante. Será que estava insinuando que eu já estava trepando com o cara? Pensar aquilo me aborreceu profundamente. Passei por ele dizendo que queria ir para o meu quarto e ele agarrou meu braço com força, me fazendo voltar. O encarei deixando transparecer minha chateação. Ele amenizou sua expressão autoritária:

- Não se chateie com isso. Só quero saber se está tudo bem com você.

- Mas claro que está. Para quê tudo isso? Por acaso você é meu pai?

IRMÃO DO MEU PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora