Tristeza

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Com certeza, não poderia ficar só olhando. Rodrigo lançava seu pior olhar sobre Vinícius, enquanto ele, dando de ombros, não entendia absolutamente nada. Virei para o lado e para outro, notando que algumas pessoas haviam percebido e com isso, soltei a mão de Vinícius, pondo-me entre os dois, empurrando a Rodrigo para que se afastasse.
- Tio, para com isso! Vamos conversar. - pedi amedrontada, percebendo que ele não tirava os olhos do outro rapaz. Com isso, segurei seu rosto e com muita luta, o forcei a me fitar.
- Rodrigo, olha pra mim. Pelo amor de Deus, não estrague o casamento do seu irmão. Vamos conversar?
Finalmente me deu ouvidos e se deixou ser puxado pelo braço. Antes de sair, gesticulei para Vinícius que logo voltaria e lá ficou com as mãos no bolso, calmo.
Rodrigo ia junto comigo, enquanto eu o guiava para algum lugar isolado. Nós sumimos da vista dos convidados e entramos em um local, a primeira porta que avistei, torcendo para que abrisse. A luz era tênue e tentei encontrar algum interruptor para poder iluminar melhor o recinto. O próprio Rodrigo encontrou e percebemos que estávamos em um tipo de depósito, cheio de objetos para decoração de festas. Me aproximei e bati minha mãos em seu peito, realmente chateada:
- Está ficando louco? Que ataque de ciúmes foi esse? Quer dizer que você pode comer quantas quiser e eu não posso nem ser pedida em casamento?
Rodrigo passou a mão no rosto, inquieto:
- Porra, Samanta! Logo com o Vinícius?
- O que tem ele? - minha voz estava alta. Realmente havia me irritado.
- O Vinicius é filho da Vilma. Lembro dela dizer que poderia usá-lo para tirar dinheiro da nossa família. É outro golpe e você esta caindo.

Eu franzi a testa. Um pouco insegura, tentei:

- Não há necessidade dele fazer isso. Com certeza está mais rico que todos nós juntos. Ele é modelo da marca de grife mais cara do mundo e não tem tempo nem pra olhar a irmã, imagine a Vilma. À propósito, continua presa, psicopata, sem nenhuma chance de influenciar quem quer que seja.

Rodrigo ficou quieto, me olhando com uma sobrancelha erguida. Aquilo me irritava de tal maneira... Com certeza estava me subestimando :
- O que é? - perguntei em tom altivo e com uma calma fingida, respondeu:
- Vendo o quanto você é inocente, criança!

Bufei, dando de ombros. Não ia adiantar retrucar com ele. Caso contrário, só iria me irritar ainda mais. Dando de costas, resolvi me retirar dalí, alcançando a maçaneta:

- Vou me casar com o Vinícius e se ele quiser me roubar algo, vai se fuder porque não tenho nada. Mais fácil eu pegar dinheiro dele.

Só não esperava que me impediria de abrir a porta, puxando minha mão com agilidade e me puxando com força, logo passando seu braço pela minha cintura, me erguendo.
- Me solta, Rodrigo! Para com essas brincadeiras!
- Brincadeira? - ralhou, me encarando com seriedade e pondo-me sentada em um balcão com jarros de flores, estes que caíram e se quebraram ao chegar no chão - Você está me vendo sorrindo, Samanta?

De fato, sua expressão era muita séria. Não estava brincando mesmo. O fitei sabendo que se tratava de uma das crises de ciúme que apresentava quando via sua "ninfetinha" sendo desejada por outro homem. Infelizmente, eu também morria de ciúmes e dava o maior escândalo quando ficava muito tempo com a mesma "namorada".

- Rodrigo, se eu casar com o Vinícius, nós ainda ficaremos juntos. - expliquei com paciência enquanto ele me analisava com seus olhos verdes obscuros - Nós temos um trato, esqueceu?

- E se ele te levar pra longe de mim? Afinal, ele nem mora mais nesse país...

Franzi a testa, passando a pensar sobre aquilo. Tinha razão! Mas meu rosto se iluminou quando me veio uma solução:
- Vou querer morar aqui, pois minha familia é daqui e que não quero viver longe de vocês por nada.
- Mas por que diabos tu quer se casar com com Vinícius, Samanta? Você gosta dele?

IRMÃO DO MEU PAIOnde histórias criam vida. Descubra agora