Capítulo 10

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Voltar a realidade e normalidade da vida era um saco. A primeira vez que acordei longe daquele hotel senti um vazio sem fim dentro do peito.

Minha mãe achava que eu estava exagerando, e que passei pouco tempo com Ravi para que nós ― ou eu nesse caso ― nos apaixonássemos dessa forma. Quando falava com Alice não deixava transparecer minha tristeza continua por estar afastada de Ravi, mas era só desligar e pronto, as lágrimas e tristeza voltavam com força. Não gostava disso... Eu, uma mulher plena, decidida e que depois do Ed jurou não se apaixonar por ninguém, viver suspirando e sofrendo pelos cantos por um homem que podia muito bem não lembrar de mim...

― Acorda, dorminhoca! ― Mamãe entrou no quarto abrindo a cortina.

Eu.

Odeio.

Isso.

― Mãe, me deixa ― Pedi gemendo de frustração ― Não são nem duas da tarde ainda... Eu de férias ― Cobri meu rosto com o edredom vermelho com símbolos do Mário Bros. Fazer o quê se até hoje tenho uma quedinha pelo melhor jogo que as empresas de jogos já fizeram?

― Preciso que vá ao mercado para mim ― Puxou meu lençol e suspirei contando mentalmente até mil para não agir como uma criança de três anos emburrada quando a mãe não dá algo que quer no supermercado. Já vi essa cena inúmeras vezes, e se um dia tiver minha prole e meu filho fizer isso, juro que finjo que nem conheço, passo por cima e ainda falo mal da mãe.

Lentamente abro os olhos e desço da cama como se estivesse indo para forca. Um banho rápido, passa escova aqui e ali nos cabelos para a juba de leão ficar menos aparente, os cachos se moldam facilmente e sem insistência. Um casaco enorme, short jeans, havaianas... A maravilha de estar de férias é poder usar exatamente as roupas que eu quiser, não as que eu preciso.

Peguei minha mostra do perfume do meu indiano favorito que ele sorrateiramente havia enfiado na minha mala, borrifei algumas vezes antes de ler mais uma vez o bilhete que prendi na frente do pequeno frasco.

Para que possa me sentir, aonde quer que vá.

Suspirei mais uma vez, como em todas as outras que me lembrava dele. De repente cá estava eu imaginando o que Ravi pensaria se me visse nos meus trajes comuns de típica brasileira.

E depois ainda achava Alice maluca... Acho que loucura pega!

 Acho que loucura pega!

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Estar no mercado me fez sentir falta da Índia e do hotel maravilhoso onde a comida já chegava a mesa sem que eu precisasse pegar um fila quilométrica para poder comprar meu alimento.

Odeio pegar fila!

― Oi ― Uma voz que já me fez estremecer muito, e chorar de raiva mais vezes que sou capaz de contar ― Não esperava te ver tão cedo assim na rua, se bem me lembro você e sua cama são ótimas amigas...

O Bebê da Firanghi [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora