Capítulo 21

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Tenho algumas noticias pra dar, então, por favor, leiam o aviso no final do capitulo.

Ravi me apresentou a muitas pessoas. Pelo que eu havia entendido seria uma pequena reunião para os amigos mais próximos, mas Rajan parece ter convidado toda a Índia.

Eu evitei falar a maior parte do tempo, e agradeci a todas as pessoas que desejaram coisas boas ao bebê em meu ventre. Mas a única coisa que realmente me incomodava era o olhar pesado da dadi sobre mim. Tinha que repassar em forma de mantra na minha mente que não deixaria ela me intimidar, mas era difícil com aqueles olhos de naja me perseguindo esperando o tempo inteiro que eu fizesse a coisa errada. Uma coisa boba pelo menos.

― Onde está seu magalsutra? ― Perguntou, para minha surpresa, não tão alto. Era como se ela não quisesse que as pessoas soubessem dessa falha em especial.

― Meu mangal... o quê? ― Perguntei baixo também franzindo o cenho.

― Você quer nos envergonhar diante dos convidados? Uma mulher casada não deve aparecer na frente de mais ninguém sem o magalsutra que sua sogra lhe deu no dia de seu casamento ― Respondeu de forma bem fria como se estivesse dando um sermão numa criança. A criança teria se borrado de medo... Sabia disso porque eu estava exatamente assim.

― Não sei do que a senhora está falando ― Meu rosto deve ter expressado minha confusão, porque ela não insistiu. Falou alguma coisa em hindu e depois se afastou carregando Rajan para um canto e gesticulando demais. Depois disso Rajan levou Nadira para o andar de cima.

Não sei o que havia acontecido, mas para a bruxa estar no meio, não devia ser nada bom.

A bruxa má continuou me cercando o tempo inteiro a espreita para jogar na minha cara que Ravi podia ter escolhido qualquer uma das boas moças solteiras que estavam no salão como esposa. Então ela falou. Falou da minha forma de sentar, que meu sari não estava adequado e que não havia ouro suficiente em mim. Perguntou em alto e bom som se eu queria que todos pensassem que Ravi era um marido mão de vaca que não dava ouro suficiente a esposa, o que convenhamos, era exatamente o contrario levando em conta que Ravi me dava diversos presentes em ouro por mês. Mas, se eu colocasse mais alguma peça com as quais fui presenteada pelo meu marido era capaz de cair pelo peso de tanto ouro em mim. Eu mais parecia uma árvore de natal com tantas pulseiras, colares, anéis e tantos outros artefatos de ouro. No fim das contas, ela queria apenas me irritar.

E conseguia.

Pra falar a verdade, ela nem precisava de muito. Era só abrir a boca e conseguia me deixar profundamente irritada.

Essa mulher era o pior dos pesadelos, e exatamente por isso eu evitei todas as rodas de conversa das quais ela costumava monopolizar.

Queria mesmo era ficar com meu marido, mas ele estava ocupado demais em uma animada conversa com os homens do outro lado da sala. No Brasil Ravi tinha o Poncho, eles costumavam sair para jogar bola e eu amava que os dois se dessem tão bem, mas também sabia que ele sentia falta dos amigos indianos. Ravi sempre tinha uma história engraçada que vivenciou com algum deles, então, era mais que justo permitir que meu marido pudesse também aproveitar o tempo com as pessoas que eram importantes para ele.

Eu não queria ser daquelas mulheres chatas que viviam dependuradas no marido não deixando espaço para que os pobres se relacionassem com os amigos. Apensar de viver em um relacionamento, sou favorável a tirar um tempo para estar com os amigos, e não posso reclamar de Ravi quanto a isso, sempre tivemos esse respeito entre nós.

Estava procurando um grupo seguramente distante da bruxa sem coração quando uma senhora que parecia bastante simpática fez um gesto para que eu me aproximasse. Minha cunhava estava lá também toda sorrisos para uma moça que tinha as mãos em sua barriga, então sabia que não haveria riscos.

O Bebê da Firanghi [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora