Capítulo 11

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Se eu acreditava em amor/atração á primeira vista?

Não!

Não mesmo!

Entretanto não podia negar que entre Ravi e eu as coisas sempre aconteceram muito rápidas e intensas. O primeiro beijo em um avião antes mesmo de saber o nome dele?

Até mesmo para mim, parecia um pouquinho demais.

Ravi era um flerte. Um homem lindo de outra nacionalidade com quem eu trocaria uns beijos e daria uns amassos, depois retornaria ao meu amado e explorador as classes minoritárias (como eu) país de origem e retomaria minha vida lembrando do meu romance indiano como um breve amor de verão da mesma forma como ocorreu no início de Diário de uma Paixão.

Tudo meticulosamente programado.

Mas, ao que parece, as coisas não saem como o planejado. Quer dizer, era fácil perceber isso. Alice, por exemplo, tinha a vida perfeita planejada nos mínimos detalhes. E repentinamente, um dia de chuva e um carro desgovernado mudaram seus planos para sempre.

A vida é feita de surpresas.

Eu que o diga. Não imaginei que meu inocente flerte de viagem me faria acabar de coração partido no aeroporto Internacional da Índia e a promessa (que obviamente não acreditei) sobre manter contato.

Então sim, foi uma surpresa quando duas semanas após meu retorno Ravi aparecer na minha porta como a miragem do deus grego que ele certamente era.

Coisas do destino, mas ele decidiu não trabalhar para a empresa que estava fazendo entrevista e decidiu abrir uma filial do hotel no Brasil com a pretensão de trazer um pouco da cultura Hindu ao país conhecido mundialmente pelo futebol e exposição vergonhosa das mulheres passando a impressão de que todas somos alvos fáceis á lábia dos gringos.

No meu caso foi diferente, ele foi alvo fácil para o meu bom papo.

Semanas depois, quando Ravi, após alguns minutos me carregando em suas costas, durante nosso retorno uma longa caminhada pela praia, pousou meus pés na areia, e se ajoelhou abrindo a caixinha preta revelando um brilhante como qual eu nunca imaginei ganhar na vida, e perguntando se eu gostaria de estar ao seu lado em terras brasileiras e estrangeiras, a única resposta que poderia dar saiu de meus lábios e de meu coração anteriormente fechado para o romance, um sonoro sim que certamente os marcianos puderam escutar.

Noiva do meu flerte inocente.

Quem diria?

Nesse meio tempo Alice havia retornado de sua jornada, mas não estava em seu melhor momento. Minha amiga se sentia arrasada depois de tudo que aconteceu com Poncho, Raji, meu cunhado, e Gustavo. Ela havia entendido que não estava pronta para voltar a namorar, mas estava mais que disposta a voltar a viver.

Pra mim isso era o mais importante.

Não queria que Alice usasse um relacionamento como muleta para sair da vibe depressiva na qual ela havia mergulhado inicialmente com a morte de Henrique. Mesmo que ela não conseguisse enxergar isso, Alice era forte e determinada. Só precisava viver algo que a fizesse recordar disso.

E foi o que aconteceu. Não podia estar mais orgulhosa da minha amiga.

Me sentia mal em estar tão amorosamente feliz, enquanto Alice, que sempre teve sorte no amor, sofria pela perda do noivo, e também pelos corações partidos que havia deixado. Mas ela não parecia se incomodar e fazia questão de compartilhar comigo toda a felicidade que eu estava sentindo. E isso fazia com que eu admirasse minha amiga um pouco mais.

Ravi e eu decidimos que não demoraríamos a casar. Sua família pegou um voo para o Brasil uma semana depois que ficamos noivos para que nossos pais se conhecessem pessoalmente e estarem presente na festa de noivado que minha mãe insistiu em oferecer.

O Bebê da Firanghi [degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora