Capítulo 9

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— Que coincidência te encontrar aqui.

Júlia vem ao me encontro e me cumprimenta com dois pequenos beijos no rosto.

— Esse mundo é mesmo pequeno, não é?

Fico perdida sem saber o que fazer e falo qualquer coisa que vem na minha mente.

— Você está esperando alguém? - Ela me olha.

Ela espera minha resposta que demora a vir, porque não sei mesmo o que dizer nessa situação.

Eu não posso jogar para ela, que seu marido praticamente me obrigou a vim me encontrar aqui com ele.

— Sim... É, quer dizer, mais ou menos, vim encontrar uma amiga.

Estou nervosa com essa situação que começo a gaguejar sem parar.

— Estava nesse minuto com um cliente e ele disse que viu o Guilherme por aqui, eu estava aqui por perto, resolvi procurar por ele.

Ela muda o foco sobre mim e fala do seu marido.

— Eu acabei de chegar, não vi o Guilherme.

Tento ser mais natural possível, mas eu não sei disfarçar muito bem quando fico nervosa.

Meu celular cai uma mensagem e eu me atrapalho a procuro dele pela minha bolsa.

— Deve ser minha amiga, só um minuto. - Digo sem conseguir olhar para ela.

— Claro, sem problemas. - Ela faz um giro de cento e oitenta graus pelo parque a procura do Guilherme.

Olho rápido meu celular, e é justamente ele que está me mandando mensagem.

—"Porra, o que ela faz aqui?"

Ele diz na  mensagem.

Ainda tenho tempo de responder ele rápido.

—"Pergunte você à ela, a mulher é sua... Vou tirá - lá daqui, depois nos falamos."

Guardo meu celular e olho para ela.

— Que pena, minha amiga teve um outro compromisso importante. — Já que você não achou o seu marido, aceita tomar alguma coisa comigo, conheço um café ótimo aqui perto.

Júlia volta a me olhar e sorri.

— Claro que aceito, adoraria ser sua amiga, minha sogra fala muito bem de você.

Ah que ótimo, penso comigo.

Ela me olha com seus olhos azuis, mas seu olhar me diz mais do que isso.

Espero não está entrando numa fria maior ainda.

— Então vamos...

Caminhamos até o bar praticamente em silêncio, Júlia vez ou outra olhava ao redor a procura de Guilherme.

Sentamos em uma mesa afastada do café, e peço um café preto, enquanto ela pede um chá.

Logo somos servidas e agradeço aos céus.

Não sei nem o que conversar com ela, mas ainda bem que ela quebrou o silêncio desconfortável.

— Não gosto muito de café. - Ela faz uma careta e olha para todo o espaço onde fica o café.

Júlia é uma mulher bonita, alta, magra e seus cabelos loiros são lindamente sedosos, tenho certeza que ela deixa qualquer homem louco.

— Eu não vivo sem um, meu dia só começa com cafeína no meu organismo, é como um combustível. - Tomo um gole do meu café saboreando a sua essência.

Eu...sem vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora