O cheiro forte de antisséptico invade meu nariz, me deixando desconfortável.
Meus olhos pesam uma tonelada, só de imaginar abri - los minhas pálpebras rasgam de dor.
Aliás todo meu corpo reage a dor.
Escuto vozes sussurrada e tento a todo custo acordar, mas é em vão.
É só escuridão, estou presa dentro do meu corpo e isso me dá um pouco de medo.
— Lisa...
Alguém me chama, mas é tão longe que eu não sei dizer quem é.
Minha vontade é gritar e sair correndo, mas se nem abrir os olhos eu consigo, imagina isso.
Mais uma vez meu cérebro desliga e volto para a escuridão.
Até quando vou ficar nessa prisão, eu quero ser forte, mas não cabe a mim, me sinto fraca e sem vida.
Será que a morte é isso?
Ficar presa, e sentir tudo, porém não vai além disso.
Mais uma vez ouço meu nome, alguém chorando baixo e fico triste, por não fazer o que minha mente pede, que é acordar.
Nada tem sentido, ouço tudo e nem sei quem é ou o que é.
Fico imaginado onde estou.
Numa casa, num hospital ou até mesmo num cemitério.
Cansada me deixo levar no esquecimento.
Uma luz me cega, e agora sei que consegui pelo menos abrir um pouco meus olhos, só de pensar em mover alguma coisa me sinto cansada.
Pisco algumas vezes para ajustar minha visão e estou deitada em uma cama, menos mal.
O cheiro que volta a irritar meu nariz me diz que estou em um hospital.
Fecho os olhos de novo, minha garganta arranha, minha cabeça tem um tambor incessante nela e meu corpo passou pelo um triturador.
Essa é a nova versão da Elisa.
Com muito custo a mão que está livre de fios, coloco na minha barriga e com um suspiro de alívio sinto a elevação que minha filha ainda está dentro de mim.
Abro meus olhos mais uma vez e fica um pouco mais fácil.
— Anjo você acordou!?
Meu marido que está com cara de cansado e a barba por fazer, me olha com seus lindos olhos vermelhos e inchados.
— Tony... - Tento falar.
Minha voz sai fraca e minha garganta dói muito.
— Não fala meu amor, eu vou chamar um médico. - Ele beija minha testa e sai.
Respiro fundo, mas é uma má ideia, meu peito parece que está cheio de agulhas espetando dentro dele.
O médico entra com meu marido, faz um monte de teste, diz que estou me saindo bem e me deixa sozinha com o Tony.
— Você quase me matou de susto Elisa.
Meu marido me olha chateado e eu quero dizer a ele que tudo vai ficar bem, porém eu não tenho certeza de nada.
Meu braço dói muito, levanto ele devagar e passo a mão no cabelo do homem que eu amo.
— Já passou amor, vamos ficar bem.
Falo mesmo assim e com dificuldades, minha voz está rouca com a minha garganta dolorida.
— Graças a Deus meu anjo, quando te vi logo que cheguei aqui, eu quase enlouqueci!
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Eu...sem você
RomanceUm casamento quebrado, um coração abalado, uma alma despedaçada. E quando Elisa acha que tudo está perdido, ela se encontra entre dois homens que a enlouquecem de amor.