Capítulo 14

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O cheiro forte de antisséptico invade meu nariz, me deixando desconfortável.

Meus olhos pesam uma tonelada, só de imaginar abri - los minhas pálpebras rasgam de dor.

Aliás todo meu corpo reage a dor.

Escuto vozes sussurrada e tento a todo custo acordar, mas é em vão.

É só escuridão, estou presa dentro do meu corpo e isso me dá um pouco de medo.

— Lisa...

Alguém me chama, mas é tão longe que eu não sei dizer quem é.

Minha vontade é gritar e sair correndo, mas se nem abrir os olhos eu consigo, imagina isso.

Mais uma vez meu cérebro desliga e volto para a escuridão.

Até quando vou ficar nessa prisão, eu quero ser forte, mas não cabe a mim, me sinto fraca e sem vida.

Será que a morte é isso?

Ficar presa, e sentir tudo, porém não vai além disso.

Mais uma vez ouço meu nome, alguém chorando baixo e fico triste, por não fazer o que minha mente pede, que é acordar.

Nada tem sentido, ouço tudo e nem sei quem é ou o que é.

Fico imaginado onde estou.

Numa casa, num hospital ou até mesmo num cemitério.

Cansada me deixo levar no esquecimento.

Uma luz me cega, e agora sei que consegui pelo menos abrir um pouco meus olhos, só de pensar em mover alguma coisa me sinto cansada.

Pisco algumas vezes para ajustar minha visão e estou deitada em uma cama, menos mal.

O cheiro que volta a irritar meu nariz me diz que estou em um hospital.

Fecho os olhos de novo, minha garganta arranha, minha cabeça tem um tambor incessante nela e meu corpo passou pelo um triturador.

Essa é a nova versão da Elisa.

Com muito custo a mão que está livre de fios, coloco na minha barriga e com um suspiro de alívio sinto a elevação que minha filha ainda está dentro de mim.

Abro meus olhos mais uma vez e fica um pouco mais fácil.

— Anjo você acordou!?

Meu marido que está com cara de cansado e a barba por fazer, me olha com seus lindos olhos vermelhos e inchados.

— Tony... - Tento falar.

Minha voz sai fraca e minha garganta dói muito.

— Não fala meu amor, eu vou chamar um médico. - Ele beija minha testa e sai.

Respiro fundo, mas é uma má ideia, meu peito parece que está cheio de agulhas espetando dentro dele.

O médico entra com meu marido, faz um monte de teste, diz que estou me saindo bem e me deixa sozinha com o Tony.

— Você quase me matou de susto Elisa.

Meu marido me olha chateado e eu quero dizer a ele que tudo vai ficar bem, porém eu não tenho certeza de nada.

Meu braço dói muito, levanto ele devagar e passo a mão no cabelo do homem que eu amo.

— Já passou amor, vamos ficar bem.

Falo mesmo assim e com dificuldades, minha voz está rouca com a minha garganta dolorida.

— Graças a Deus meu anjo, quando te vi logo que cheguei aqui, eu quase enlouqueci!

Eu...sem vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora