Capitulo 24.

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Pov - Zezinho.

Ter que dar a notícia pra família da Tati vai ser uma das coisas mais difíceis que preciso fazer hoje. Todo dinheiro que eu ganhava não valia a vida que levava. Ainda bem que no meio de toda essa maldade ainda me restava alguma coisa boa, que com certeza estava me esperando deitada com uma bela langeri.

Dei um puxo naquele beck tão Grosso quanto meu dedo, e passei pro boleia do lado. Fiz questão de dar munição pra todos eles, não sabia mais o que esperar. Era melhor precavir. O meu gerente chega com a bmw pra pnote buscar a encomenda, ele joga um saco preto na minha frente, e as notas de 100 se espalham pelo chão vazando do saco. Nem isso me fazia feliz. A cabeça pálida da menina com os olhos negros, e a boca ensanguentada, não saia da minha. Mas pelo menos as coisas andavam conforme o planejado.

- O helicóptero cisca as 11 Pnote, de qual que você tá plantado aqui ainda ? - falei encarando o sem vergonha que não soltava o beck de jeito nenhum.

- Porra patrão, to indo já. Tá no pente as pasta base?

- Lógico, tá tirando? Vai logo que eu tenho uma fita pra resolve.

- Vai lá na casa da Tati?

Eu tomei o baseado da mão dele. Dei um dois e acenti divagar.

- Boa sorte parceiro. - Ele bateu nas minhas costas e só com o olhar me disse tudo que eu precisava pra me confortar.

- Agradece irmão...- Peguei a chave da z1000 e montei no foguete. - Atividade ae mulecada! - gritei pros boleia, e sai vazado tentando segurar as lágrimas que caiam antecipadamente.

Dona Geralda estava na frente de sua casa na cadeira de balanço. Ela não tinha mais o olhar feliz de sempre, quando ela me viu de longe, tentou forçar um sorriso, mas seu olhar era tão forte que quase desabei. Ela já sabia.

- Você viu Tatiane meu filho? Ela saiu de casa ontem e não voltou até agora. Com homem eu sei que ela não tá. Sempre foi apaixonada por um só...

- Eu preciso falar com a senhora dona Geralda... - Sentei do lado dela na calçada, segurei sua mão. - A Tati não vai voltar...

- Como assim? - Ela parou de balançar a cadeira e me olhou com os olhos marejados.

- Ela foi assasinada dona Geralda...- Não aguentei mais engolir o choro. - Eu não sei quem foi ainda, mas eu vou descobrir, vou vingar a morte dela! - Eu disse com toda convicção do mundo.

- Onde está o corpo? - Dona Geralda olhava pro nada. Parecia sem chão. Eu não sabia o que fazer. Foi um dos piores momentos da minha vida.

- Não tem corpo Dona Geralda...Eu queria poder encher ela de flores... Mas não tem como. - Dona Geralda começou a chorar, e ali eu voltei ao momento em que meus pais morreram, lembrei daquela dor. E me perguntei por que Deus permitia algo tão desolador assim. - Eu vou dar um jeito da gente se despedir dela... Eu prometo.

Ela acentiu ainda em prantos. E eu fiquei ali por mais um tempo segurando a mão dela em total silêncio, tentando manter a imagem da menina sorridente e bondosa na minha memória.

....

Cheguei em casa e deixei a moto na garagem do lado das outras. Fiquei um tempo olhando aquilo tudo me perguntando se valia a pena. Passei pela cozinha, minha barriga roncava, mas eu não queria comer nada. Abri a geladeira e vi um prato feito de estrogonofe me esperando. Confeso que não conti o sorriso, depois que minha mãe morreu, ninguém cuidou assim de mim. Comi a melhor comida do mundo e fui deitar com a minha princesa. Ela estava deitada na cama com uma camisola branca. Parecia um anjo. Agradeço a Deus pela misericórdia, por ter me permitido pelo menos uma coisa boa.

Deitei do lado dela e ancendi um fininho. Eu observava cada traço de seu rosto enquanto tragava. Me levantei pra tirar a roupa, joguei num canto, mas quando me virei pra deitar, me deparei com dois olhos cor de jade me desejando.

Me deitei do seu lado, e ela me fez sinal de que queria o baseado. Fiz seu desejo.

- Calma, tudo vai dar certo. - ela disse como se pudesse me ler.

- Tomara.

Ela deixou o baseado de lado e me deu um beijo calmo e compassado, mordia meus lábios no final de cada movimento, de um jeito que só ela sabia fazer. Já sabia que não aguentaria muito tempo, então sem mais delongas, puxei ela pra cima de mim. Analisava a mulher no meu colo, com os seios fartos pulando pra fora daquele sutiã de renda branco, corpo delineado e cabelo de india. Ela me olhava mordendo os lábios, com cara de safada, foi aí que cheguei a uma conclusão:

- Você é a mulher mais linda do mundo.- eu disse e ela sorriu. - Não me abandona, nunca.

- Não vou.

- Eu te mato se fizer isso.

Pov - Predella.

- Coloca mais Whisky pra mim xuxu. - Tampei com o telefone pra não transpassar a voz, entreguei o copo pra loira de topless, e analisei aquela bunda balançar enquanto ela se afastava.

- Ta tudo no esquema chefe, ele ja ta ligado, deixamo o aviso ja! - Eu voltei na hipnose quando eu ouvi Rambo gritando do outra lado da linha.

- O que vai precisar pra arrancar aquilo lá daquele pirralho ?

- eles tem armamento pesado chefe, vamo precisar levanta uma grana.

A loira voltou com Whisky, sentou no meu colo e foi preparando as carreiras em cima de um iPhone. Eu fiquei pensando se Melissa valia todo esse esforço, sendo que eu podia ter a vadia que eu quisesse. Valia.

- Demoro Rambo, manda por escrito o que precisa. Nois tem que tomar esse morro logo, to com saudade da minha morena...

- Xá comigo chefe.

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