Capitulo 21.

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Povo - Melissa.

Meus pulsos doíam por causa da corda amarrada com força envolta deles. Eu podia sentir toda a maquiagem borrada em meu rosto. Mas nada disso era tão incômodo quando o corpo do meu Ph jogado ao meu lado ainda com os olhos negros a me encarar.
José não parecia triste, nem feliz. Mas aquele momento percebi o monstro que teria se tornado. Ele conferia as varias armas escondidas dentro do guarda roupa. Ph fez questão de que eu não visse essas armas, ele dizia que armas era a materialização do mau. Ele tinha razão.

- Você tava ajudando ele esse tempo todo, vagabunda. - Ele disse baixo, e mesmo em pequena quantidade, pude sentir decepção.

- Ajudando em que? - Precisei de um tremendo esforço pra poder dizer algo. Eu não tinha cabeça pra nada, só queria PH de volta.

- Ele matou meu pai, roubou as armas.

- Ele me sequestrou. Assim como você! Eu quero ir embora daqui! Quero ir pra minha casa! Tomara que o Predella me encontre! Maldita hora que eu te conheci!

Ele olhou pra mim com desprezo e soltou uma risada cinica. Se aproximou de mim, seu cheiro e seus traços já não tinha aquela infantilidade que tanto gostava.

- Você só vai sair daqui morta. - Ele disse sorrindo, exalando terror.

- Então me mata José Vinicius! Me mata agora! - Eu tirei uma coragem de dentro de mim que nem sabia que existia. - Pega essa porra dessa arma e atira no meu peito! Ph acabou de me mostrar que o céu existe, não quero viver no mesmo mundo que você.

Ele pegou a metralhadora e apontou pra minha cabeça. Eu encarei ele com ódio, e esperando pela morte com alívio, mas ele relutou. Abaixou a arma. Me pegou pelos cabelos e saiu arrastando.

- Inferno! - Eu gritei por causa da dor.

Foi colocado um saco escuro na minha cabeça, e eu já não podia enxergar nada.
Meu corpo foi jogado dentro do que deduzi ser o porta malas.

Depois de um tempo fui tirada de lá e carregada. Quando me foi tirado o saco, dei de cara com o grafite da sereia, e um menino esquio me encarando com ódio.

- Ué, você tem problema? Por que não me jogou num rio? Do penhasco? Sei lá!

Ele continuou a me encarar, e pensou por alguns segundos.

- Porque você é tudo que eu tenho agora.

Ele continuava a me encarar, agora com os olhos cheio de lágrimas.

Sua sinceridade me convenceu a ficar.

- Tudo bem, eu fico.

Ele se aproximou e acariciou meu rosto, despejou um beijo demorado na minha testa e limpou meu rosto borrado de maquiagem.

- Tem como me soltar agora?

Ele sorriu, e eu senti que aquele menino que conheci, podia ser ele mesmo quando estávamos juntos.

- Tem sim, minha princesa.

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