Capítulo 1

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Hector Bennett

Mantenha o controle.

Inspire.

-Maldita lata velha!

Soco o volante do velho Ford e xingo pela centésima vez a péssima escolha da minha parte de usar o carro velho essa manhã.
Esse não será um bom dia.

Acordar atrasado e ter o carro enguiçado na metade do caminho deixa um homem com raiva. E minha raiva não produz frutos bonitos.
Por um minuto cogitei a possibilidade de voltar para casa andando, descarto em seguida.
Ficar em casa olhando para parede não irá aplacar meu humor ácido.

Desço do carro batendo a porta com frustração, morar afastado da cidade não teve suas vantagens agora. Ligar para o guincho será mais uma espera interminável.

Não há como piorar.

O pensamento mal cruza minha mente quando uma caminhonete surge na estrada em uma velocidade ridícula. O veículo é antigo e totalmente azul pastel, do tipo que apenas alguém cego seria capaz de comprar. No momento é minha melhor opção.

Estendo o braço e a caminhonete grunhe quando para próximo a mim.
Como essa coisa se move?
Jogando minhas dúvidas para baixo foco atenção no motorista que luta com a porta para descer.

Vencendo a porta um par de pernas torneadas sai do carro e pisco duas vezes para ter certeza que não estou vendo errado. Uma mulher que não chega a altura do meu ombro bate a porta e olha para mim.

Puta merda.

Um par de olhos dourados me encaram de volta e a parte sã do meu cérebro grita que pareço um idiota parado em silêncio.

-Precisa de ajuda?

Essa coisinha pequena não teme estranhos? Parar em uma estrada vazia para ajudar um homem chega a beira do estúpido.

-Meu carro não liga mais.-declaro.

Cabelos castanhos como mel presos em um rabo de cavalo dão ao rosto um ar jovial.

-Quer uma carona? Ou um celular para ligar para o guincho... Talvez pedir ajuda, pode ser perigoso ficar aqui sozinho.

Dou um sorriso forçado.

Perigo para aquele que estiver comigo. O olhar da mulher vai para minha bochecha esquerda analisando minha cicatriz. Mas ao contrário do que estou acostumado, ela não faz perguntas ou desvia o olhar.

-Não corro perigo, você não deve parar para estranhos, é estúpido.

A indignação foi evidente no rosto bonito.

-Eu fiz uma boa ação, pessoas boas ajudam aqueles que precisam!

No meu trabalho sou cercado de casos onde belas garotas foram mortas por altruísmo. Às vezes o egoísmo nos mantém vivos.

-E você está precisando de ajuda, posso oferecer uma carona ou pode ficar aqui por horas.

Horas.

A Fera de DetroitOnde histórias criam vida. Descubra agora