A Fera de Detroit

Capítulo 7

Hector

Foder ou não foder, eis a questão.

Já passavam-se das duas da madrugada e estava além da exaustão. Mal consegui manter meus olhos abertos na direção vindo para casa, levou-se horas e horas atrás da mesa lendo os laudos e cada detalhe sobre o caso do Sem Coração. A pressão da mídia só piorou tudo.

Malditos abutres!

Meu humor decaiu a milésima potência quando não fui capaz de voltar para casa cedo o suficiente para ter Aubrey acordada. Mas, nem mesmo o meu mau humor ou o cansaço foram o suficiente para impedir o impacto que senti ao entrar no quarto e receber a visão de Abby adormecida como um anjo em minha cama.

Imaginei centenas de vezes essa cena mas nenhuma fez jus a realidade sexy e perfeita de qual os cabelos castanhos de Aubrey formam uma cortina por todo meu colchão, ou o quanto a mulher parece minúscula no centro da cama.

Estou na porra do meu sonho molhado.

Fico minutos, talvez horas de pé olhando detalhadamente para cena, gravando no fundo da minha mente todos os detalhes para mais tarde sonhar com isso. Uma parte de mim quer puxar o lençol do caminho e beijar entre suas pernas até que ela acorde gritando meu nome.
Mas a parte sensata chutou a Fera em mim e disse que Abby me acharia um pervertido.

Após um banho gelado, deito na cama puxando minha florzinha para perto.

-Hector?

-Cheguei querida, você esperou por mim.-sussurro em seu pescoço.

O quarto voltou ao silêncio até que tive certeza de que ela voltou a dormir.
Relaxo o corpo e deixo-me cair no sono ao lado da minha doce flor.

***

Sou um homem morto.

O cheiro podre de sangue e suor são um presságio para o que virá. Sinto o sangue escorrer das feridas feitas a faca em minha pele, ao lado meus colegas de equipe estão caídos mortos tão irreconhecíveis pelo sangue e areia desse maldito inferno.

Soube que a missão de interceptação dera errado quando dúzias de homens armados e uma mulher atacou meu acampamento e meus homens.
A missão era simples, eliminar terroristas russos e resgatar um microship com todas às localizações das bases secretas americanas.

De maneira nenhuma esse chip deveria cair em mãos erradas.

-Vamos menino bonito, diga onde está e sairá daqui vivo.

A mulher disse brincando com a faca por meu peito ensanguentado.

-Vá para o inferno!-cuspo em seu rosto.

Tensiono a mandíbula quando um dos homens joga sal em minhas costas feridas.

-Será uma pena estragar esse rostinho bonito, eu quero a localização do chip e quero agora!-a louca afundou a lâmina em meu rosto arrastando a faca como se tivesse desenhando em uma tela.

O grito foi involuntário e senti a dor queimar meus ossos.

-PARE! EU DIGO!