Capítulo 5

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Aubrey

Há algo duro em minhas costas.

Pisco para acostumar meus olhos com a repentina claridade. Não consigo lembrar qual foi a última vez em que tive uma boa noite de sono assim.
Demora um momento para a realidade invadir meu cérebro.

Filme. Hector. Cama.

Solto um palavrão quando tento me mover na cama e sou impedida por braços fortes agarrados a minha cintura.

Dormi de conchinha com Hector Bennett.

A pior parte é que não consigo achar o ato ruim, foi minha melhor noite de sono e não sei ao certo se devo isso ao fato de ter sucumbido a exaustão ou o conforto dos braços do homem adormecido ao meu lado.

Tento sair da cama novamente mas os resmungos suaves de Bennett me impedem. Deus, ele é como uma obra de arte dessa maneira, relaxado com a barba de poucas horas e uma suavidade que não é possível enxergar com ele desperto.
Nem mesmo a cicatriz marcante em sua bochecha esquerda é capaz de limitar sua beleza.

Hector é um homem áspero e viril do tipo que mulheres só sonham em conhecer. E tem sido tão atencioso e bom para mim.
Faz muito tempo desde alguém realmente se importa com meu bem estar. Se não tivesse o encontrado após o incêndio provavelmente estaria dormindo em Lolla enquanto economizava para o jantar.

Ele não faz ideia do quanto mudou meu destino fracassado.

Desde a perda dos meus pais venho sobrevivendo com todo trabalho que posso encontrar, o que Hector não descobriu foi que meus pais morreram e deixaram para trás muitas dívidas, hipoteca e zero dólares no banco, com mais os custos do funeral eu tive que trabalhar em três empregos e lutar para não morrer de estresse. Tudo que tenho em meu nome é a pequena caminhonete azul bebê, nada mais.
Demorou muito tempo até conseguir quitar todas minhas dívidas e conseguir um novo emprego em tempo integral como Florista, Amaris tinha sido uma boa chefe me oferecendo um quarto aos fundos da floricultura.
E agora ela está morta e eu sem nada novamente.

Quão patético uma mulher de vinte sete anos sem teto seria por cair no charme do único homem bom em sua vida? Outros teriam cobrado favores pela estadia e comida mas não Hector.
Ele deixou claro seu interesse em mim mas nunca indo longe demais.

Ao longo dos anos e em meio a horas pesadas de trabalho o romance foi escasso. O pouco contato que tive com o sexo não deixou boas lembranças.
Talvez seja de fato frígida.

Pulo assustada com o barulho de um despertador que não tinha notado ao lado da cama. Bennet resmunga algo e agarra o aparelho mandando-o direto para parede, pequenos pedaços voam pelo quarto.

Tento sair dos braços dele mas isso atrai a atenção de Hector.

-Onde pensa que vai?

Ele parece sexy com o cabelo bagunçado.

-Não deveria ter dormido aqui.

Os olhos mais azuis do que o mar do Caribe brilham para mim. Eu não sei ao certo por quanto tempo fiquei perdida e encantada no olhar de Hector, minutos ou horas.
Como se um interruptor imaginário tivesse ligado meus sentidos femininos, começo a dolorosamente sentir os efeitos entre minhas coxas da presença maciça do homem ao meu lado. Bennett é grande, cercado por músculos fortes e contornos másculos.
Até mesmo um cego saberia que esse homem exala aparência de um Alfa.

A Fera de DetroitOnde histórias criam vida. Descubra agora