Capítulo 21

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Abby

-O sol já está nascendo, eu já disse que a vista daqui é linda?

Daniel limpa uma bandeja e luto contra o cansaço. Meu corpo luta contra minha mente. O lado racional sabe que irei morrer e meu lado insistente quer estar acordada para tentar fugir.
Sinto fome e sede, meus olhos ardem pelo brilho excessivo das luzes.

-Helena amava essa casa, uma pena que comprou para ficar junto do seu detetive, será lamentável destruir uma construção tão bela.

Continuo calada prestando atenção enquanto ele segura uma tesoura e caminha até mim.

-Você está cansada, fraca e mesmo que consiga fugir eu irei te encontrar, agora vamos começar.

-Não toque em mim!

Amarrada e indefesa, Daniel corta para fora do meu corpo minha blusa e sinto lágrimas salgadas inundar minha visão. Não tenho mais voz. Não tenho mais tempo. Em breve não terei mais vida.

É uma infelicidade, meses atrás tudo que eu tinha era um emprego de florista e uma caminhonete antiga e agora em que estou sendo feliz pela primeira vez na vida... Sou arrancada dessa felicidade.

O que será de Hector? Ele já sobreviveu tantas coisas e terminará com uma culpa que não merece, ele é um bom homem, não quero que volte a ser a Fera que conheci.

-Uma boa garota, pode gritar pequena Aubrey eu adoro o som da sua voz.

Penso em xingar esse filho da puta mas às luzes da garagem se apagam deixando tudo no breu.

-Maldita caixa de fusíveis, não se mexa Abbyzinha que eu já volto.

Oh Deus não consigo ver um palmo a minha frente.n

Os minutos passam e de repente uma mão tapa minha boca e entro em pânico.

-Shii, baby sou eu!

Estou senhando?

-Vou tirar minha mão mas não faça barulho florzinha, tenho que tirar você daqui antes que essa casa exploda.

Afirmo com a cabeça e ele retira a mão.

-Pulsos.

Mesmo no escuro posso sentir Hector sorrir. Sinto uma lâmina cortar minhas amarras e pulo da maca para seus braços.

-Vamos dar o fora daqui amor, fique atrás de mim.

Não digo a ele que não consigo nem andar em linha reta a situação não dá chance para limitações.
Bennett segue na frente enquanto seguro seu braço.

-ABBY EU JÁ ESTOU DESCENDO QUERIDA, VOU LIGAR O GERADOR!

Hector pragueja baixinho.

Aceleramos o passo até uma janela e ofego pela dor nos pulsos.

-A queda é de um metro e meio na grama, amor sinto muito mas não há tempo para chegar a uma porta, pule.

-Eu te amo.

Suas mãos chegam até meu rosto.

A Fera de DetroitOnde histórias criam vida. Descubra agora