29.

3.4K 258 10
                                    

Deryan Green P.O.V

9-Junho-2018

Nunca estive habituado a ter uma mulher que esteja no meu pé em tempo integral e me prender a algo que nunca existirá, em algo que nunca começou para ser sincero.

- Por favor Deryan! - Débora me puxou pela camisa que fez ela aproximar-se de mim. Ela chorava amargurada, tentando conter meu corpo de pegar a mala e sair pela porta do hotel.

- Débora isso nunca iria resultar. - eu tentei ser menos direto, eu tentei reverter muito drama nesta semana mas não consegui, tendo uma mulher usando todas as suas forças para me segurar e não deixar-me sair por aquela porta.

- Diz só uma razão para não resultar, só uma!- ela soltou-me mas se certificando que seu corpo pequeno me impedia de ir para frente.

- Nós somos diferentes, tu nunca entenderias se eu chega-se em casa bêbado e irado, tu és uma mulher que quer casar e se tornar totalmente submissa ao marido e mesmo que muitos homens queiram isso eu não quero.

- Deryan assim tu me ofendes! - ela limpou as lágrimas com força borrando ainda mais a maquiagem.

- Não é a intenção mas eu já disse tantas vezes a mesma coisa...

- Eu não ouço porque te amo, apenas isso. - ela me interrompeu, falando em bom tom.

- Eu não sei te amar. Adeus Débora! - dei-lhe um beijo na testa e sai pela porta do hotel, deixando a única mulher que me amou mesmo sem saber o que eu faço na vida.

   O hall do hotel passou despercebido de tantas coisas que eu pensava, passei pela portaria e dei-me de cara com um carro preto em que um dos seguranças/motorista abriu a porta de trás para mim, entrei encostando a cabeça no banco e fechando os olhos. Deixei rolar os pensamentos que me atormentavam, com eles caiu uma lágrima e uma memória se fez presente naquele carro que agora se tornava minúsculo.

Flashback on...

Via em tantos filmes que viver numa casa grande e ter dinheiro até de sobra era uma das melhores coisas da vida, mas quando se vive nessa toda riqueza um ditado popular passa por sua mente : o dinheiro não trás felicidade, nem mesmo uma pessoa morta.

Cai na cama confortável e fechei os olhos não permitindo que adormeça pois nos sonhos onde nós deveríamos criar nossos futuros eu encontro a parte mais escura de mim e a cada dia que passa eu consumo esse "sonho", tal como um drogado.

- A médica já chegou! - meu pai entrou pela porta sem bater. Levantei da cama meu corpo magro de tanto não comer passando pelo meu pai na porta sem nem proferir algo, deixei o meu quarto para trás entrando em um quarto que eu tinha feito especialmente para falar com a médica.

- Deryan certo? - ela perguntou sentada numa poltrona singular na sala ampla, ela tinha quase uns 30 anos e o caderninho em sua mão balançava. Apenas acenei e ela apontou para a cadeira em frente dela - quantos anos tens?

- 17. - murmurei.

- O que faz da vida?

- Destruir a vida dos outros. - eu queria ser breve, não queria dar respostas demoradas.

- E tu gostas disso? - ela perguntou se ajeitando na cadeira.

Vendida pelo meu marido [O mafioso] 1  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora