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Deryan Green P.O.V

15 - Setembro - 2018

- Estamos perdendo tempo com essas parvoíces, levem ele para o hospital e encontrem uma desculpa plausível para esse corte, vocês restantes continuem com o treinamento, o tempo não é para que vocês fiquem parados, não foi por isso que eu os contarei! - eu gritava as ordens para os meus homens no centro de treinamento.

Um dos seguranças feriu-se durante o treinamento de hoje o que deixou os outros meio avoados mas eu não poderia perder tempo, o dia do resgate estava na minha cara só falta eu abrir a porta. Eu sabia que essa missão era suicida então eu juntei mais de mil homens para que dali somente saia um vivo e garanto que não será meu pai, não teria piedade em matar ele, ele não merecia nem a minha atenção mas ele tem algo que é meu e eu não me cansaria até voltar a ter a mesma para mim.

- Não acha que parece um tirano esses dias? - Henrique apareceu parando do meu lado.

- Depois do resgate tudo se suaviza, falta pouco tempo. - continuei analisando os seguranças fazendo a simulação do resgate.

- Estive com ela. - respirei fundo ao ouvir aquilo, eu tinha medo de perder Rebekah para ele mesmo não demostrando eu sabia que ela poderia virar o lado.

- E como ela está? - perguntei com a voz calma.

- Bem, não mudou nada. O seu filho também aparenta estar bem.

- Fico feliz. Informações sobre meu pai?

- Já passei a informação de que tu planejas fazer o resgate só no início de Novembro, ele também está a preparar-se mas até a real data não terá feito nada significativo... mas tem mais uma coisa, o teu pai vai morrer a qualquer momento, com ou sem uma bala no seu crânio.

- Porquê? Ele não tem tantos inimigos que o queiram morto nessa altura do campeonato. - ironizei mesmo sabendo que era verdade.

- Até tem... Débora, conviver com ela é o mesmo que querer a morte de bandeja literalmente - ele deu uma risada sem humor - ela envenena toda comida e líquidos que ele ingere.

- Ela só facilita o meu trabalho mas pena que só eu irei o mandar para o quinto dos infernos, o que ela não sabe é que mesmo o envenenando com o intuito de levar tudo dele quando ele morrer eu não deixei nada para ele e ele estando morto antes de mim não tem como ela ter acesso a nada. - estava mais que óbvio que eu iria ganhar, a bem ou a mal e não iria me preocupar em ter ela na lista da minha vitória.

Somente vi Henrique engolir em seco sem poder responder, nisso que dá em se apaixonar, eu também apaixonei-me mas a única diferença era que não era pelo inimigo. Sai de perto dele para observar melhor aquele treinamento num simulador no subsolo da minha nova casa temporária, não poderia chamar muita atenção então optei por ocultar boa parte dos meus passos para que assim meu pai continuasse caindo na minha armadilha. Sempre soube que Débora tinha planos deploráveis tanto comigo ou com qualquer outra pessoa que tivesse mais de seis zeros na conta bancária, na verdade meu pai até era milionário mas não chegava nos meus calcanhares até por quê com a minha herança poderia sustentar cinco gerações sem que eles trabalhasse ou fizesse qualquer esforço em poupar alguns milhões.
Eu estava perdido, meu corpo estava em frente a um simulador debaixo de uma mansão temporária, mas minha mente estava a milhas dali, junto com o meu coração, sentia falta dos momentos calmos que eu tive dentro da máfia, sempre tive problemas claro, uns querendo contrariar o meu reinado e outros pensando que a idade define a inteligência neste ramo, aqui você só precisa ser esperto, inteligente, ter bons contactos no celular e autoridade, depois dessas coisas conquistadas só falta ganhar terreno com pessoas que tu confias.
   Pedro Gonzalez era tudo isso, era esperto, inteligente, tinha bons contactos no celular e autoridade mas eu sou melhor. Antes que ele morresse no nascimento da filha eu obriguei-o a assinar um contrato transferindo tudo que era dele para mim, ameacei que mataria a filha e a mulher que sempre foi o meu plano, mas como ele estava cego pelo medo, amor e ódio e acabou cedendo tudo que eu pedia, Rebekah foi um efeito colateral que restou da minha pequena guerra, não me espantaria se ela já soubesse o que eu fiz, na verdade ela sempre soube, só que ela não sabia que a história que eu contei-lhe naquele dia era a dela, chamem-me mau, tirano, estúpido ou até mesmo idiota mas eu não poderia perder a mulher que eu amei, a única coisa que me fez voltar a realidade, porque neste mundo da máfia só se consegue sobreviver quando tu tens algo a que se apegar, algo que trás o teu lado "humano" átona e quem trazia isso para mim era ela.

Vendida pelo meu marido [O mafioso] 1  (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora