Capítulo 8

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Boa leitura 😘

...

     - Pelo amor... - Disse Alice com a mão na boca.
     - Olá Alice. - Era Jordan com o rosto totalmente roxo e com o braço enfaixado.
     - O que aconteceu Jordan? - Ela disse fitando-o completamente sem reação.
     - Uma briga na balada.
     - Por que? Você está louco?
     - Foi apenas uma discussão Alice.
     - Só uma discussão Jordan? Você está um caco! Quem começou?
     - Pra falar a verdade nem eu sei. Bebi demais, só tomei consciência no hospital. - Ambos ficaram em silêncio se olhando. - Bom, já vou indo, meu pedido já saiu e eu estou atrasado para um compromisso.
     Ele se despediu dela, de Marilisa com um beijo na bochecha e saiu da lanchonete. Marilisa só esperou ele sair para comentar:
     - Cara, a briga deve ter sido feia em!
     - De verdade, foi feia mesmo.
     Os pedidos chegaram, elas comeram e continuaram conversando. O sininho da lanchonete fez barulho, sinal de que alguém entrou.
     - Alice! - Era Eduardo que vinha ao encontro dela e Marilisa. - Precisamos ir. - Disse ele com um tom preocupado.
     Ela olhou para Marilisa que falou:
     - Vai lá, também preciso ir! - disse ela com um sorriso e se levantando para ir embora da lanchonete.
     - Alice você vai ser ouvida...
     - De novo Eduardo? Cansei disso.
     - Eu sei, mas são ordens de cima. Essa vai ser a segunda ação do FBI. A primeira foi te tirar de seu país natal.
     - Por que está me falando isso?
     - Porque temos um acordo! Eu te deixo a par das investigações e você me avisa quando sair.
     Ela arqueou a sobrancelha e disse:
     - É verdade.
     - Agora precisamos ir.
     Eles saíram da lanchonete, entraram em um carro preto e voltaram para o apartamento. Lá encontraram Davi e vários outros agentes do FBI. Levaram Alice para o escritório e Eduardo foi junto com um papel e uma caneta.
     - Podemos começar!
     O dia aparentemente custava a passar. Era pergunta atrás de pergunta e em todas eles exigiam respostas detalhadas para ter certeza de que nada havia passado despercebido.
     Eduardo já estava impaciente e olhava constantemente em seu relógio de pulso. Obviamente que tinha seus intervalos, porém nenhum com um tempo apropriado para descanso, apenas para beber, comer ou ir ao banheiro. Davi a todo momento contestava com os fatos apresentados por Alice o que deixava Eduardo mais agoniado.
     - Alice precisamos que você volte conosco para... - Eduardo cortou Davi na hora.
     - Ela não tem que ir a lugar algum, ela vai permanecer aqui! - Disse Eduardo em um tom mais sério.
     - Acha que é quem? Se digo que ela vai ir ela vai. - Disse Davi andando até Eduardo e o olhando fixamente.
     - Você pode ser o diretor, mas eu sou o supervisor dela e sem minha autorização ela não sai daqui.-Afirmou Eduardo.
     - Ela vai comigo Eduardo, é para o bem dessa investigação. - Ele disse dando as costas para o mesmo.
     - Já disse que daqui ela não sai! Não é só porque você é o diretor que pode fazer o que bem deseja. Já quebrou uma regra ao matricular ela, vai quebrar a segunda? Tirando ela de perto de mim? - Ele se direcionou a Davi que arqueou a sobrancelha e continuou. - Se esse fosse o problema, mas não! Levá-la para cena do crime novamente, fazendo com que ela sofra algum perigo ou acha que a cidade que ela morava não está sendo vigiada? Tolice sua se não pensou nisso! Ah e também tem a parte psicológica, voltar no lugar onde passou seus piores momentos, por isso vou repetir: daqui ela não sai.
     - Acabamos! Todos arrumem suas coisas e Alice me espere na sala, pois partiremos hoje.
     Assim foi feito. Todos estavam na sala se preparando para sair, então Eduardo segurou firme o braço de Alice.
     - Ela não vai!
     Davi respirou fundo encarando Eduardo.
     - Eduardo, Eduardo, Eduardo. - Ele saiu andando, abriu uma maletinha e pegou um objeto que Eduardo não tinha visto o que era ainda, se virou e voltou novamente para Eduardo.
     - Primeiro que você nem deveria estar nesse caso e você sabe muito bem o porquê. Agora me responda: sabe o que é isso? - Perguntou mostrando um objeto para Eduardo.
     - Claro, uma chave mestra.
     - E por ser uma chave mestra concorda que pode abrir tudo? - Disse Davi.
     - Não desvie do assunto Davi. - Disse Eduardo rangendo os dentes.
     - Que isso sobrinho? Não estou desviando, apenas peguei essa chave para te mostrar o que ela pode fazer. - Ele se virou, foi até uma gavetinha que estava trancada colocou a chave e a destrancou.
     - É isso que ela, faz abre portas! -Nisso ele pegou uma corrente com um distintivo pendurado. - Esse é seu distintivo e sem ele você não é nada. - Davi colocou-o no pescoço, escondeu pela camisa social e chamou Alice que foi cabisbaixa.
     - Seu grande... - Eduardo foi atrás de Davi, mas na mesma hora levou um choque que o faz cair no chão e ficar se debatendo.
     - O que você fez com ele seu monstro? Eu não quero ir! - Gritou Alice se agachando perto de Eduardo.
     - Só foi um choque, é temporário. Agora vamos.
     - Eu não vou para lugar nenhum.
     - Anda Alice, não atrapalhe. - Disse Davi perdendo a paciência.
     - Eu não vou sair daqui!
     - Muralha, traga ela.
     O segurança apenas afirmou com a cabeça e pegou a menina que se debatia. Davi fechou e trancou a porta, foi quando Muralha colocou Alice no chão.
     Ela estava sendo forçada a voltar ao seu passado, forçada a voltar para o lugar que mais temia, sentia medo de ser pega por aqueles brutamontes que matou sua família. Não estava recuperada ainda, estava apenas passando por um processo de aceitação, mas sabia e tinha consigo que isso era necessário para vingar sua família e colocar o verdadeiro responsável na cadeia. Pensava no Eduardo, que estava sozinho e provavelmente sentindo dor por conta da arma de choque. Pensava também em seu amigo Jordan, que aparecera completamente machucado. Seus pensamentos moveram ela para  tudo que estava se passando, até que uma mensagem chegou em seu celular tirando-a de seus devaneios.

"Olá docinho. Como é aquele velho ditado mesmo? Se não me engano é: o bom filho a casa torna...Achou mesmo que se livraria facilmente de mim? Esse programinha aí não está funcionando como o planejado?
Seu pai está aqui amuado, tão frouxo e você vai vim fazer companhia para ele em breve.
Bjos P."

     Quando terminou de ler, começou a entrar em estado de choque: gritava pedindo para voltarem desesperada, mas ninguém estava dando bola, pois acharam que ela estava apenas fazendo drama por conta de Eduardo. O que realmente acontecia ela não conseguia dizer.
     Sua sentença já havia sido dada, estava indo direto à jaula dos leões e seu estado de choque não permitia fazer nada para impedir. Eles estavam no portão do aeroporto e ela chorava ao ponto de soluçar de medo. Alice era só uma menina e não merecia isso, seu anjo da guarda falhou e não estava lá para salvá-la.
     - Pare de chorar! Vamos, desça do carro, temos que ir até o avião a pé.
     - Por favor não. - Ela estava muito vermelha. - E...ele - Ela não conseguia completar o restante da frase que saia em sussurros inaudíveis.
     - Ande Alice, não enrole.
     Ela estava se desequilibrando, a sua visão ficando turva, mas se manteve forte segurando o braço de Muralha que a conduziu. Ela soluçava baixinho enquanto caminhava até a fila para entrar no avião. Não conseguia focar mais em nada e achava estar perdendo a consciência ao ouviur duas vozes inconfundíveis: Eduardo e Miriam.
     - Eu disse que ela não vai sair daqui. - Eduardo olhava diretamente para Davi e continuo. - Ela vem comigo e se você negar será preso até o dia que prestar esclarecimentos ao conselho e ao governo.

     Davi ficou paralisado e Alice mesmo tonta correu e Eduardo veio ao seu encontro. Ela o abraçou, respirou fundo e sussurrou em seu ouvido:
     - Ele me encontrou. - E desmaiou.

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos Amora_paper😘

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