Mil e um motivos

Capítulo 20

Boa leitura😘

...

     - Bom dia Eduardo! - Disse o médico acordando-o. Eduardo ainda sonolento abre os olhos rapidamente e se despriguiçando fala:
     - Bom dia doutor!
     - Tenho uma ótima notícia! A senhorita Alice está se recuperando muito bem segundo os últimos exames que fizemos antes de ontem. Se não houver nenhuma complicação, daqui algumas semanas podemos tirá-la do coma.
     Eduardo logo se animou e sua boca se curvou em um sorriso:
     - Mas doutor ela pode acordar com alguma sequela?
     - Pode sim Eduardo, mas só vamos realmente saber quando ela despertar.
     O médico começou a rodear a cama de Alice para inserir as medicações na menina. Eduardo ficou apenas observando cada passo que ele dava. Se levantou da poltrona e foi ao banheiro fazer sua higiene matinal; molhou os cabelos e o rosto no lavabo, levantou a cabeça e encarou seu próprio reflexo no espelho sorrindo. Seus dentes eram simetricamente perfeitos, além de serem extremamente brancos e brilhosos. Ao passar pela porta do banheiro viu que Miriam já tinha assumido o posto dela.
     - Bom dia Miriam! - Ela o encarou e sorriu de lado.
     - Bom dia Eduardo! Vá tomar café, os entregadores acabaram de chegar e a mesa já foi posta. Se demorar muito ficará sem comer! - Eduardo confirmou com cabeça e saiu do quarto.

...

     Eduardo desceu do carro após ter voltado para a parte urbana de Vancouver e ao subir o elevador do seu local de trabalho se direcionou para a sala de provas. A sala era enorme, cheia de pilhas de objetos mais esquisitos que servem ou já serviram como pistas e provas algum dia. Não foi fácil achar o local onde estavam as provas para muitos casos e havia apenas um único papel no cestinho que Eduardo achou muito estranho por nunca ter visto antes, então resolveu abrir e ler o que estava escrito.

"Eu sou a chave para tudo isso Eduardo. O que eu mais quero é vingança pelo o que aconteceu comigo há anos, mas podemos ser amigos! Isso vai depender inteiramente dos meus cúmplices. Se eles pisarem em falso você vai conhecê-los, mas não garanto que depois de sua descoberta eles continuarão vivos para contar história. Aliás, quero avisar que você chegou atrasado.
Atenciosamente P."

     Eduardo sentia-se furioso, seus olhos estavam em chamas e suas mãos ansiavam por socar a primeira coisa que estivesse a sua frente e foi isso que ele fez: socou uma das cestas fazendo-a bater na prateleira de trás e derrubar todas as provas que nela estavam. Tentou até ir atrás das gravações da sala de provas, mas foi nulo, pois como P disse ele havia chegado tarde de mais.

...

     Estava uma correria só, parecia que um exército estava invadindo a chacará para tentar dar cabo a Alice. Era possível ouvir os tiroteios a quilômetros de distância, mas onde estava Eduardo naquela hora? Esse plano, evidentemente, foi muito bem arquitetado. P sabia que Eduardo estaria longe de Alice, sabia que era o momento perfeito para atacar, mas não contava com um segundo protetor no quarto da moça. E lá estava Miriam trancada com ela disposta a morrer e dar sua vida pela menina quase desfalecida naquele leito. 
     Ela pegou a arma que estava na escrivaninha e apontou para porta esperando apenas o primeiro desavisado se aproximar. Seu olhar ficou morteiro, ela se sentia pronta e disposta para colocar em prática tudo o que havia aprendido, suas mãos mais firmes do que nunca, seu rosto frio. A porta se abriu; era uma mulher muito magra de feição oriental, ela não estava armada, mas isso não mudava nada. Miriam atirou mirando o peito dela, no entanto aquela mulher era rápida como um foguete e conseguiu desviar; num pulo já estava em cima de Miriam a desarmando. Apesar disso a arma caiu no chão em meio aos embarrões e a luta foi corporal. Apenas um soco daquela mulher foi capaz de arrancar sangue do nariz de Miriam, que não gostou nem um pouco e partiu para cima da oriental com toda a sua fúria. Por várias vezes a inimiga se aproximava de Alice, mas Miriam não permitia que ela tocasse em um fio de cabelo dela. Num mínimo vacilo da mulher magricela, Miriam recuperou sua arma e atirou nas duas pernas dela fazendo-a ficar de joelhos.
     - Quem te mandou aqui? - Disse Miriam apontando a arma para a cabeça da mulher.
     - Esse tom de vermelho sangue e roxo beringela no seu olho caiu super bem. - O sotaque oriental da mulher era marcante e em nenhum momento ela apresentou temer a morte, mantendo um sorriso diabólico no rosto.
     - Quem te mandou? - Dessa vez  Miriam perguntou mais impaciente, engatilhando novamente a arma.
     - Se você não sabe quem dira eu! - Falou a moça enquanto passava a língua no sangue que saia de seu nariz.
     - Desculpa baby, resposta errada. - Nessa hora a oriental gargalhou e Miriam atirou sem piedade mirando na cabeça.

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos da Amora_paper😘