Capítulo 15

27 11 60
                                    

Boa leitura😘

...

1 ano depois

     Um ano já havia se passado desde a série de acontecimentos desastrosos na família de Alice. Ela ainda estava sob a proteção de Eduardo, e "P" não dava mais sinal de vida há muitos meses. Eduardo e Alice estavam se ajudando nas investigações, mas ainda não haviam descoberto algo muito relevante. Mudaram de casa, saíram do pequeno apartamento, que era uma moradia temporária para o tempo de adaptação entre testemunha e protetor.
     Alice estava voltando da faculdade junto com Jordan; estava um dia frio e chuvoso e os dois andavam de mãos dadas dividindo o fone de ouvido.
     - Você quer entrar? - Perguntou Alice se aproximando da portaria do condomínio onde morava.
     - Não posso, tenho um trabalho para terminar. - Jordan disse isso retirando o fone do ouvido e entregando para Alice.
     Eles se despediram em um beijo formidável e nem se importaram com a velhinha paralisada os observando enquanto segurava seu poodle muito bem tosado.
     Depois de muita insistência de Jordan, ela resolveu dar uma chance ao romance deles; já estavam nesse "rolo", como eles intitulavam o namoro, fazia uns dois meses.
     - Agora preciso ir. Até depois. - Ele deu as costas e Alice ficou observando ele se afastar e logo depois entrou no condomínio.

...
   
     - Cheguei a achar que você não viria minha criança! Com certeza aqueles patetas já se esqueceram de mim. Coitados, mal sabem que eu, o motivo dos pesadelos deles, "P", estou mais vivo do que antes! - Aquele homem magro na parte mais escura da sala rodeado por seguranças repetia essas palavras. - Sabe, não diga nada. Você foi sábio ao se unir a minha face da moeda. Em minha proteção nada te ocorrerá. - P continuava a falar.
     - Agora você diz isso, mas nunca se esqueça: o peão é o primeiro a sofrer as consequências, já a rainha... - Disse sem exitar.
     O homem se levantou de sua poltrona de couro e rodeou a pessoa a sua frente.
     - Sabe, eu estou em uma constante montanha russa, estou em um abismo de emoções, minha alma grita piedade, mas a razão contida em mim pede sangue. E adivinha qual lado estou ouvindo nesse momento... Ou você embarca junto comigo ou não terei nenhum receio de te jogar desse abismo.
     O outro homem ficou com a boca seca e seu coração por um minuto gelou, preferiu não dizer mais nada. Estava sentindo náuseas; não sabia ao certo se foi por conta do forte cheiro de charuto que pairava no ar ou aquele  discurso dito pelo psicopata a sua frente.
     - Bom minha criança, pode ir! Você vai saber quando e como agir. Agora não me aborreça mais com sua presença!
     Desapareceu nas sombras daquele lugar, sujo e escuro, deixando para trás aquele homem e seus capangas.  Apenas seus sapatos faziam barulho ao ir de encontro com o chão. A sensação que invadia sua alma fazia com que ele mergulhasse sobre as profundezas de seus pensamentos, que feria igual ferro em brasas; não se encontrava mais no controle da situação e já estava no modo automático.

...

     Alice entrou na casa para onde havia se mudado recentemente. Era uma casa de dois andares. No térreo tinha a sala, cozinha, banheiro e o escritório do Eduardo. Já no segundo andar eram apenas os quartos e mais um banheiro.
     Eduardo estava em seu escritório, Alice resolveu não atrapalha-lo e foi direto para seu quarto estudar. Sua tarde passou rápido e logo já era noite. Saiu de seus aposentos apenas para comer e pegar o notebook que estava na sala.  Ao voltar para seu quarto colocou uma música animada e resolveu terminar de desencaixar seus pertences das caixas. Seu cabelo havia crescido e estava pintado de ruivo, fazendo com que seus olhos azul oceano se destacassem.

...

     O dia estava sendo cansativo para Eduardo, mal saiu do escritório e ainda não teria visto Alice desde que chegou da faculdade. O supervisor estava confuso, sabia que estava deixando algo passar nas investigações, não havia chegado na parte certa. As gravações do estacionamento no dia que "P" lhe deixou um bilhete ainda estava intocada em cima da escrivaninha. Queria fazer por partes até chegar no dia em que o bilhete fora encontrado no seu parabrisa. Isaak, pai de Alice, não tinha inimigos e o caso da lacração da empresa fora encerrado, pois tinha sido denúncia de algum empregado.
     O que estava deixando passar? Ele precisava atualizar a lista de suspeitos, tinha que voltar a antiga casa de Alice, achar o pai dela que é tão estimado por ela. Isso passou a ser importante pra ele tanto na parte profissional quanto na pessoal. Alice não era mais parte somente do trabalho para Eduardo. Ela havia se tornado parte da família...

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos da Amora_paper😘

Mil e um motivosOnde histórias criam vida. Descubra agora