Boa leitura😘
...
O carro de Eduardo foi adentrando a chácara e não foi difícil encontrar os primeiros corpos estendidos pela grama; o nervosismo e a ansiedade já tomavam conta de Eduardo, que ansiava por saber se Alice estava bem. Saiu do carro esquecendo a lanterna acesa e correu para dentro da casa. Viu vários de seus amigos fardados se retirarem da casa feridos e, infelizmente, alguns estirados sobre o chão gelado já falecidos.
Seguiu o longo corredor, quase tropeçando nos próprios pés. O quarto parecia estar a mil quilômetros de distância de Eduardo. Ao entrar viu Miriam debruçada sobre Alice totalmente descabelada e cansada. No chão haviam dois corpos, um de uma mulher bem magra e um homem que teria três vezes o tamanho de Miriam. Ela levantou o rosto olhando para Eduardo. Estava toda ensanguentada, com vários hematomas.
- Eduardo você precisa tirar ela daqui! - Disse Miriam em um sussurro.
Eduardo se aproximou, pegou Miriam nos braços e a sentou na poltrona que servia como cama nas noites mal dormidas dele.
- O Dr. está seguro no alojamento, vá atrás dele. - Miriam instantaneamente fechou os olhos e Eduardo seguiu para o alojamento.
- Oi Dr! Foi uma grande sorte nada ter ocorrido com ela, eu iria me martirizar pelo resto da vida! Preciso tirá-la daqui o mais rápido possível!
- Concordo com você. Vimos o exame dela e mesmo que não tenha dado o tempo, podemos acorda-la.
Eduardo logo sentiu uma pontada de animação percorrer o seu corpo e esperou que o médico terminasse de falar.
- Hoje vamos cessar com os medicamentos, então daqui dois dias ela acorda. Quando estiver tudo pronto para você ir te entregarei uma receita médica, para quando ela acordar.
Eduardo concordou e aproveitou para avisar o médico sobre a situação de Miriam. Saiu do alojamento e foi para o estacionamento, onde viu o comboio preto em que Alice veio.
Decidiu por segurança retirar as placas e o GPS do carro, pois sem sombra de dúvidas o traidor usaria essas coisas a seu favor.
Dentro já estava tudo montado com macas e medicamentos se preciso. Pegou a chave que se encontrava na roda do carro e foi atrás do Doutor e das enfermeiras. Algumas horas depois já estava tudo certo para a partida. Alice já estava presa na maca e Eduardo ja tinha tomado seu lugar no banco do motorista. Miriam facilitaria um outro carro para eles depois que a moça acordasse. Olhando pelo retrovisor foi deixando aquela chácara e várias pessoas para trás.
Depois de estar bem longe do local, ele ligou para Davi a fim de avisar o ocorrido e logo após quebrou seu chip e jogou ele e seu celular pela janela. Colocou o carro em uma trilha onde ficariam durante os dois próximos dias esperando o despertar de Alice....
Estava descansando no banco do carona, enquanto comia um pão com peito de peru e queijo, observando lá fora as árvores se estender. Era umas cinco horas da tarde e aquele lugar era entediante. As únicas coisas que conseguia prender a atenção dele eram os mosquitos sobrevoando sua cabeça por conta do calor que estava dentro da van. Pulou para fora da cabine e abriu a parte de trás onde se encontrava Alice para poder ventilar. Sentou no lugar onde era destinado aos paramédicos e ficou acariciando a cabeça dela; seu toque era sutil, cheio de amor e cuidado. O calor era tanto que ele podia observar a pequena camada de suor se formando no nariz da menina. Decidiu abrir alguns botões da camisa dela para poder refrescar e, juntamente, limpar o ferimento que a bala fez em seu ombro. Delicadamente tirou a gase e observou o ferimento ainda avermelhado e cheio de pontos. Com uma gase limpa colocou um desinfetante de machucados e passou em seu ombro sutilmente, logo após fez o mesmo procedimento no ferimento da cabeça. Alice precisava comer, mas Eduardo não sabia como introduzir o alimento. Ele estava contando apenas com a sorte para que ela acordasse o mais rápido possível.
Ver a trajetória deles é a mesma coisa que assistir a um filme de ação onde o herói sempre salva a mocinha, mas o futuro é incerto e dizer que irá acabar tudo em um final feliz não é algo tão plausível.
Aos olhos de Eduardo Alice era uma moça muito corajosa e de opinião. Gostava das qualidades dela e o que mais o encomodava era sua teimosia. Ela gostava de provocar e fazer os nãos da vida se voltarem para um sim.
Saiu vagando pelo bosque sempre na maior atenção para não perder os caminhos de volta até a van, quando deu de frente a um rio de água cristalina. Podia ver a pista onde os carros transitavam, mas quem estava na pista não conseguia ver o belo lago que se estendia atrás daqueles pinheiros enormes.
Ficou observando aquela paisagem e se lembrou pela primeira vez em tempos o que realmente é paz. Se despiu totalmente, fazendo daquela paisagem um quadro, onde um anjo descia do céu em forma humana à beira das águas profundas de uma bacia. Passo a passo foi se aproximando da beira e começou a banhar seu corpo escultural. Era como uma dança entre seu corpo e a movimentação do lago. Não demorou muito e voltou para a van.E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos da Amora_paper😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mil e um motivos
Teen FictionA vida de todos nós é uma montanha russa; tudo se estabiliza pra depois desmoronar de novo, é como se isso fosse uma lei. Queria voltar a ser criança onde as descidas da montanha russa eram pequenas, feitas apenas por brinquedos quebrados, machucado...