Mil e um motivos

Capítulo 7

Boa leitura 😘

...
     
     - Já te matriculei na faculdade e você começa nessa segunda. - Davi fez um breve pausa - Bom, tente não chamar atenção e haja naturalmente.
     - Em qual faculdade estou matriculada? - questionou Alice desconfiada.
     Ele a encarou e disse:
     - Faculdade Centro de Vancouver.
     Quando ele disse isso automaticamente Alice se lembrou que seu amigo Jordan também estudava lá, mas antes de respondê-lo Miriam tomou as rédeas da situação:
     - Ela não pode ser matriculada agora Sr. Davi! O correto é com no mínimo um mês pra ver se ela se adapta a este país.
     - Miriam, Miriam, Miriam! Sempre se intrometendo em assuntos que cujo não lhe desrespeita. Se digo que ela vai começar segunda, ela vai começar e ponto.
     Miriam ficou quieta, pois era daquele homem asqueroso que vinha o salário dela. Davi continuou:
     - Estou indo. Seu material está em seu quarto, aliás esse corte lhe caiu muito bem. - Ele deu as costas e quando saiu do apartamento Eduardo estava voltando. Alice fechou a porta atrás dele que logo perguntou:
     - O que ele fazia aqui? - ele olhava perplexo para as duas moças.
     - Ele está indo contra a regra de esperar um mês para adaptação e já matriculou Alice em uma faculdade.
     - Ele não tem jeito, sempre indo contra as leis.

                      ..........................

     A rua estava escura, fria e serenando. Ratamente passava uma alma viva no local; era uma madrugada de sábado para domingo, um dia antes do início das aulas de Alice.
     Um grupo de homens passando na rua vê um corpo jogado na calçada machucado e desmaiado.
     - Rapaz, está tudo bem? Fale comigo. - Disse um dos homens, enquanto o outro ligava para uma ambulância.
     - Rapaz! Fale comigo!
     Ele não reagiu até que a ambulância chegasse. Foi levado ao hospital onde saiu apenas no domingo à noite.

                       .........................

     - Alice, toma cuidado!
     Ela saiu do carro e foi adentrando no grande edifício, Duas paredes eram pintadas de vermelho e branco; seguiu para sua sala. O ensino era muito melhor do que sua antiga faculdade e todos foram bem receptíveis e educados com ela. Ainda não tinha visto Jordan, se bem que eles não cursavam na mesma área.

     Era uma faculdade particular, diferente da que fazia em sua antiga cidade que era pública e onde ela passou com cem por cento de aprovação; sempre foi muito inteligente.
     - Você tem muita sorte Alice, são poucos que conseguem entrar no meio do ano. Meu amigo tentou e acredite, não foi o único a ser recusado.
     - Não sei, eles apenas aceitaram.
     - O que fez você mudar de faculdade?
     - Não mudei apenas de faculdade, mudei de país. Quis conhecer novas culturas, aí vim para cá.
     - Sério?! Que legal! Tenho uma colega gringa. - Disse a menina que dei uma risada.
     - Para sermos amigas preciso saber seu nome.
     - Meu nome é Marilisa, mas pode me chamar de Mari ou Lisa.
     O celular de Alice toca.
     - Só um minuto Lisa, tenho que atender.

      - Alice, Miriam está do lado de fora com seu cartão de crédito.
     - Olá Eduardo, cartão pra quê?
     - Pra você comprar algo que queira, ou sei lá.
     - Ok. Em que lugar ela está?
     Nesse momento alguém cutuca seu ombro e ao olhar volta a responder no telefone.
     - Bom, não precisa mais, ela me encontrou.
  
     Ela desligou o telefone e se virou para Miriam que começou a dizer com o semblante preocupada:
     - Ainda acho precipitada essa escolha de Davi, mas vou fazer o quê? - Ela estendeu uma carteira e continuou - Você esqueceu sua carteira amada. Agora preciso ir, tenho que resolver algumas coisas.
     Ao se despedirem, Alice voltou a falar com Lisa sobre diversos assuntos e a nova colega decidiu que iria apresentar a faculdade para a menina; começou apresentando o refeitório.
     - Aqui é o refeitório. A comida é muito nojenta, eu aconselharia você comprar um lanche do lado de fora ou até mesmo trazer de casa!
     O refeitório era branco com detalhes em vermelho e azul, tinha várias mesas ocupadas e algumas vazias. Continuaram andando pelo primeiro andar.
     - Aqui é o hall de entrada.
     No hall haviam toldos brancos, as paredes pintadas em vermelho sangue com os armários do estudantes, portas que davam acesso aos banheiros e uns bancos ao lado da porta mais escondido.
     - Aqui é um dos lugares mais movimentados da faculdade, sempre vejo alguns colegas, ah e se você quiser usar esses armários você tem que pagar uma mensalidade.
     - Você usa?
     - Na verdade não. Custam sessenta reais a mensal. Posso comprar muita coxinha com sessenta reais.
     Alice gargalhou de uma maneira que a tempos não fazia.
     - Lá fora é o jardim. Sempre trago um lanche na bolsa e fico lá comendo.
     O jardim era verdinho com muitas rosas vermelhas, azuis e brancas, muitas margaridas e maria sem vergonha. Um lugar tão movimentado quanto os corredores da faculdade.
     - No segundo e no terceiro andar são as salas de aula e tem o outro prédio que também são salas. No quarto ficam os laboratórios onde são usados para experiências e no último andar ficam a coordenação e a diretoria.
     Ela levou Alice para uma janela e apontou.
     - Ali atrás tem outros laboratórios, é onde ficam os veterinários e os estudantes de agronomia. Não é estupidamente grande, mas é espaçoso. Já vi faculdades maiores.
     - Comparada a minha antiga faculdade isso aqui é uma cidade. Você é bolsista?
     - Sim! Passei com cem por cento de bolsa. - disse Marilisa - Você veio sozinha? - Ela complementou.
     - Sim, mas estou ficando na casa do meu irmão temporariamente.
     - Entendi. Isso é tão legal! Eu não teria coragem de mudar de país.
     - Me adaptar não esta sendo fácil, mas estou me esforçando!
     Após uma pausa Alice voltou a falar:         
     - Nossa agora bateu uma fome! Me aconselha um lugar pra comer?
     - Eu não como por aqui, trago de casa, mas falam que a lanchonete do outro lado da rua tem uns lanches monstruosos.
     Ela fitou Lisa e disse:
     -Vamos, me leve lá!
     Assim foram. Quando entraram Alice percebeu que o lugar era bem parecido com a lanchonete que Jordan tinha levado ela. Se aproximaram do balcão e Alice pediu:
     - Me vê dois X-Bacon, um suco natural de laranja e um refrigerante.
     - Ok linda! - Disse o atendente.
     - Pelo amor Alice, não quero me aproveitar, mal nos conhecemos.
     Ela estava encostada no balcão e só retribuiu com um sorriso. Enquanto aguardavam o pedido Lisa puxou assunto:
     - Você tem o cabelo muito bonito. Não sei se teria coragem de cortar assim; gosto de cabelos grandes.
 

   - Eu também prefiro grande, mas sei lá, deu vontade de mudar um pouco.

     Quando estava prestes a falar outra coisa alguém cutuca seu ombro e ao se virar para olhar fica boquiaberta ao ver quem era...

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos Amora_paper😘