Capítulo 5

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Boa leitura😘

...

     Ela saiu do banho e colocou uma roupa bem simples, sentou-se na cama e viu que na cabeceira havia um comprimido e um copo de água junto com um aviso "Beba-me". Ela engoliu o comprimido e bebeu toda água. Estava voltando a dormir quando Eduardo entrou em seu quarto.
     - Vamos, levante. Temos que estabelecer umas regras!
     - Não pode ser depois Eduardo? Tô com tanta dor de cabeça. - Disse ela colocando a mão em sua testa.
     - Não, tem que ser agora.
     Ela levantou seu corpo e recostou-se no travesseiro.
     - Sou toda ouvidos.
     - Primeiro você tem que lembrar que está num programa de proteção, porque parece que já esqueceu do contrato.
     - Hann...Não, eu não esqueci, mas também não me lembro de falar que não posso sair, além do mais já vi muitos filmes de detetives e nenhum deles a mocinha tinha que ter um segurança.
     - É mas isso não é um filme é vida real e mesmo você estando no programa de proteção, ainda pode estar sofrendo perigo.
     - Quanta baboseira! Você quer regras? Beleza, teremos regras, mas também tenho minhas exigências.
    - Quais? - Ele olhava sério para Alice enquanto ela falava.
    - O processo é sobre minha família por isso eu quero estar a par de todas as informações, se possível até ajudar.
     - Mas... - Disse o supervisor.
     - Sem mais, você com suas regras e eu com minhas exigências.
    - Você não tem condições de fazer exigências. - Disse ele sério.
     - E você não tem condições de me limitar a suas regras! É pegar ou largar.
     - Calma que eu nem disse minhas regras. - respirou fundo e continuou - Você não pode sair escondido, se for sair me avise pois eu vou ir junto ou senão ficarei de longe te vigiando. - Ele disse em um tom severo.
     - Eu não preciso de um cão de guarda. - Disse ela quase rosnando.
      - É pegar ou largar.
      - Tudo bem, agora saia do meu quarto, quero ficar só.
     Ele saiu batendo a porta e na mesma hora o celular de Alice tocou, ela se levantou da cama e foi até a escrivaninha do outro lado. No visor estava escrito: chamada recebida Jordan.
     "Ué quem é Jordan?" Alice pensou já atendendo a ligação.

     - Alô!
     - Oi Alice, tudo bem?
     - Han, quem é você?
     - Sou o Jordan, não se lembra de mim?
     - Pra falar a verdade não.
     - Me agradeça, eu que te levei pra sua casa hoje mais cedo.
     - Pelo menos tirou uma dúvida minha.
     - Dúvida? Que dúvida?
     - Como cheguei em casa. - Ela deu uma risada e continuou a falar -  Desculpe por não me lembrar de você, eu estava bem bêbada!
     - Bom, era visível. O que acha de almoçarmos juntos hoje, aí nos conhecemos melhor.
     - Não sei - silêncio - é porque sou nova aqui em Vancouver e não conheço nada da cidade!
     - Tudo bem, aproveito e te apresento ela.
     - Ah, tudo bem.
     - Às duas passo aí, ok?
     - Pode ser.

      Ela coloca novamente o celular na escrivaninha e olha o relógio que marcava meio dia.
     Separou uma roupa e depois começou a se arrumar.
     Quando foi pra sala Eduardo estava todo esparramado e ao ver ela na toda arrumada perguntou:
     - Aonde você vai?
     - Almoçar com um colega que conheci ontem.
     Ele arqueou uma sobrancelha e falou:
     -Você conheceu o cara ontem e já vai almoçar com ele?
     - Sim.
     O celular dele toca, o mesmo se levanta e vai atendê-lo.
     - Pronto. - Ele disse ao atender o celular. - O que? Isso não pode ter acontecido, estou correndo para aí.
Ele desligou o celular e Alice perguntou:
     - O que foi?
     - Não é nada, apenas preciso sair. Você não se atreva a ir nesse almoço. - falou em tom de repreensão.
     Ele pegou a carteira. o celular e as chaves dele e saiu.
     Alice olhou para o relógio e viu que estava quase na hora de se encontrar com Jordan. Esperou alguns minutos para não ter o problema de se encontrar com seu supervisor e desceu pelo elevador. Quando passou pela porta rotatória um rapaz muito bonito, louro dos olhos cor de mel estava lhe chamando.
     - Você deve ser Jordan!
     - Sim, eu mesmo. Vamos?
     Ela apenas acenou com a cabeça e eles foram andando.
     - Bom Alice, você me disse que não é daqui certo?
     - Sim. - Quando ela disse isso se lembrou que deveria dizer que morava na Califórnia.
     - E de onde vem toda essa beleza?
     - Eu morava na Califórnia com minha tia.
     - E por que veio pra cá?
     - Vim fazer faculdade de medicina.
     - Ah que legal! Já está matriculada em alguma?
     - Não exatamente. Estou procurando uma que me agrade. Agora me fale um pouco de você!
     - Bom, quando chegarmos lá eu te falo, aliás já está bem perto. - caminharam por mais três minutos - Chegamos! Vamos fazer os pedidos e quando eles chegarem te conto um pouco sobre mim.
     Ele abriu a porta do estabelecimento, ela entrou e ele foi atrás. Sentaram numa mesa no final do restaurante e uma moça veio anotar os pedidos.
     - Boa tarde! No que posso ajudar? -Ela abriu um sorriso.
     - Me vê duas batatas poutine.
     - Algo para beber?
     - Um refrigerante.
     Ela saiu de perto e foi em direção à cozinha.
      - Batata pautine?
      Ele riu.
      - Não, batata poutine. É uma comida tradicional de Vancouver e é muito boa, você vai gostar.
     - Bom, espero que sim. - Disse rindo.
     - Vai, me fala sobre você.
     - Como sabe me chamo Jordan, tenho 20 anos, nasci aqui em Vancouver e faço faculdade de Biomedicina.
     - Ah, que legal! Em qual faculdade?
     - Na faculdade do Centro Vancouver.
     - Ah sim, entendi.
     O restaurante não era um lugar refinado, estava mais pra uma lanchonete: os acentos de dois lugares e uma mesa espaçosa. Era aconchegante e bem quente lá dentro, a brisa fria só aparecia quando alguém entrava no lugar.
     Os pedidos chegaram e eles começaram a comer.
     - Hum, está gostando?
     - Ah sim. Nossa essas batatas são muito boas.
     - Não das batatas, de Vancouver. -Disse ele rindo.
     - É legal, cidade bonita. - fez-se silêncio até que Jordan falou:
     - Por incrível que pareça, eu te conheço de algum lugar.
     - Não, acho que não.
     - Certeza que nunca apareceu na TV?
     Nesse momento ela se lembrou da reportagem falando do assassinato de sua família e sua foto estampada na TV.
     Ela gaguejou:
     - Creio que nunca me viu. - Ela riu sem graça e voltou a comer.
     - Você namora?
     Nessa hora a porta do estabelecimento abre com severa brutalidade. Eduardo estava na porta com um olhar irado e quando seus olhares se encontraram ela só soube dizer:
     - Ham...não, eu não estou crendo! -
Ela disse isso em um gemido de frustração.
     - Conhece ele? - Jordan apontou com estranhamento para Eduardo.
     - Sim...
     Eduardo se aproximou da mesa e sem olhar para o rapaz segurou forte no braço de Alice e saiu puxando-a.
     - Ei, calma! Para de me puxar!
     Ele continuou puxando ela até a porta de saída.
     - Que merda foi aquela Eduardo?
     - Mandei você não sair. - Bufou ele.
     - Você não manda em mim! Sua presença é unicamente para me proteger se em algum momento eu me sentir desconfortável. Posso fazer um pedido para a troca do meu supervisor? - resmungou.
     Eduardo por um minuto ficou tenso. Ambos andaram lado a lado sem falar absolutamente nada, estava mais frio do que quando ela se encontrou com Jordan.

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos Amora_paper😘

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