Capítulo 11

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Boa leitura 😘

...
 
     - Essa batata é muito boa. - Disse Alice com a boca toda suja.
     - Sem dúvida é a melhor de todas, mas tem algo que você vai gostar mais. - Falou Eduardo se levantando e indo em direção ao balcão.
     - O que você pediu? - Alice perguntou.
     - Uma das melhores bebidas do mundo. - Ele fez uma pausa para comer e continuou - Sabe hoje me lembrei de você ouvindo uma música no rádio.
     - Qual música? - Alice aparentemente estava bem animada com essa notícia.
     - Ela é brasileira "Saudades da Amélia", ja ouviu?
     - Sim, mas essa não é uma música legal para dizer que se lembra de uma mulher. - Alice rebateu com doçura, porém com a voz mais elevada.
     - Calma, calma. Eu sei que hoje em dia essa música é um insulto, mas digo isso pelo fato de você ser uma moça certinha, preocupada com a família e sempre muito prestativa.
     Nesse momento chegaram dois copos enormes com canudos cheio de um líquido grosso e rosa.
     - O que é isso? - Questionou ela mexendo no copo.
     - Milk-shake! Vai me dizer que nunca tomou um? - Ele estava meio que pasmo, pois nunca viu alguém que não tinha tomado essa bebida.
     - Na verdade não, caso tenha esquecido eu morei a minha vida toda no interior. Muitas dessas coisas são novidades. - Alice então decidiu voltar no assunto da música que ela achou um tanto machista e para provar como ela não era uma mulher Amélia, citou o exemplo de quando foi na balada. - Pelo menos eu fui, não gostei muito no início; tinha um forte cheiro de cigarro. Sempre fui muito quieta, mas aquele dia me deu a louca. Eu nunca tinha bebido, então imagina como devo ter ficado bêbada logo. Mas já prometi a mim mesma que não vai ter uma próxima vez.
     - Você não tem cara de baladeira isso é fato, e sim, você quebrou uma regra e saiba que correu um grande perigo. - Ele disse com um semblante preocupado. Foi se levantando da mesa e Alice logo atrás dizendo:
     - Acho que Deus escreve certo por linhas tortas, se não fosse esse meu momento de loucura pós-luto eu não teria conhecido o Jordan. Ele é uma pessoa incrível.
     Eduardo não respondeu, apenas continuou a pagar o que foi consumido e logo saíram da lanchonete. O silêncio entre o dois não durou muito tempo.
     - Tome cuidado com suas amizades Alice, mas se ele está te fazendo bem isso é bom, apenas não confie totalmente em alguém. Como minha mãe dizia: não podemos confiar nem na nossa própria sombra.
     Voltaram pelo mesmo caminho que foram e em pouco tempo já estavam em casa. Ele abriu a porta do apartamento e disse:
     - Agora vá arranjar algo para fazer, preciso trabalhar. - Ele foi colocando o casaco em cima do sofá e adentrando pelo corredor.
     - Caso tenha esquecido estamos trabalhando no meu caso juntos!
     - Você não pode se intrometer nas investigações!
     - Esqueceu que posso ser útil?
     Eles ficaram muito tempo discutindo até que Eduardo deixou ela falando sozinha e foi para o  escritório, mas Alice era insistente e o seguiu. No escritório Eduardo olhava para o quadro onde havia colocado o bilhete que recebeu e ficou pensativo, se virou para Alice e perguntou:
     - O que você faria caso precisasse procurar um suspeito?
     - Iria atrás de pistas, óbvio, digitais, câmeras... - Eduardo não deixou que Alice terminasse a frase.
     - Pronto você já me ajudou, agora preciso sair. - Ele saiu apressado do apartamento, pegou apenas a blusa de frio e as chaves do carro.
     Enquanto isso Alice ficou no apartamento pensando no que faria no dia seguinte. Cogitou ir para a faculdade, mas depois do susto decidiu que ficaria em casa. Foi para seu quarto e ficou observando a paisagem pela janela, até que seu celular tocou, era o Jordan.

     - Oi, tudo bem?
     - Oi Jordan, tudo sim e com você? Os roxos melhoraram?
     - Sim estão melhores, mas vai demorar um tempo para que eu possa tirar o gesso do braço.
     - Entendi. Até que é uma notícia boa.
     - Queria me desculpar pelo jeito que te tratei lá na lanchonete perto da faculdade.
     - Tudo bem, entendo.
     - Bom, preciso desligar. Beijos Alice, até mais.
     - Até.

     Ela desligou o telefone e percebeu o quão estranho Jordan estava, não só na lanchonete, mas também nessa ligação, a voz dele estava diferente, trêmula e no fundo Alice percebeu muitos sussurros, mas preferiu deixar de lado e ir deitar.
     Mais uma vez aquele sonho atormentava a menina, porém em vez de medo ela sentia a necessidade de encontrar seu pai, se é que ele está vivo e vingar a sua família colocando quem fez isso atrás das grades.
         Enquanto isso Eduardo estacionou o carro no mesmo local de costume, viu que ao redor tinha apenas uma van. Foi andando em sentido as escadas; seu sapato fazia eco no chão do estacionamento e ele não se lembrava de já ter visto aquela van. Entrou na sala das câmeras de segurança e começou a procurar a gravação do dia atual. Mesmo tendo muitas fitas ele a achou facilmente. Ligou o computador e colocou a gravação. A sala era pequena apenas com umas prateleiras para empilhar fitas com gravações e as paredes eram pintadas em um tom chumbo. Após ver e rever as gravações, acelerar e pausar viu que não tinha nada na fita, olhou no relógio e viu que já estava bem tarde, decidiu pegar a fita e levar a um colega.
     Saindo da sala tombou com um cara muito mais alto que ele.
     - Quem é você? Tem distintivo ou autorização para andar nos redores dessa instituição? - Disse Eduardo apresentando o distintivo.
     - Deixe o rapaz em paz Eduardo, ele foi autorizado por mim. - Disse Davi.
     Eduardo guardou o distintivo deixando Davi sem resposta. Saiu andando sem nem olhar para trás.

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐ pra ver se brilha. Me sigam e comentem.
Bjos da Amora_Paper

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