Capítulo 14

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Boa leitura😘

...

     Enquanto Alice estava na faculdade, Eduardo estava na sede de seu trabalho, ficou pensando e sabia que era necessário abordar o assunto da morte do seu pai com Alice. Ele precisava dividir com ela que seus caminhos já estava entrelaçado antes mesmo de se conhecerem. Mal prestava atenção nos fatos a sua frente, só sentia a necessidade de conversar com ela e dar uma explicação, mas sempre que recordava esse seu passado trágico, mais rancor guardava de seu próprio pai! Foi buscar Alice na faculdade, parou em frente ao ponto de ônibus, ela já esperava ele sentada nos bancos.
     - Vamos, entre logo, vem um ônibus logo atrás. Não posso parar aqui!
     Ela abriu rapidamente a porta e entrou mais ligeira ainda.
     - Olá Eduardo! - Disse ela ao se acomodar no acento do carro.
     - Oi moça! - Disse Eduardo voltando para a via de carros.
      No rádio não tocava nenhuma música, apenas os radialistas tagarelavam sobre um assunto qualquer.
     - Alice, estive pensando e você está certa, deve saber toda a história! - Ele falou isso enquanto dava a seta para entrar em uma esquina à direita.
     A menina logo se entusiasmou, deu um breve sorriso e pediu que Eduardo continuasse.
     - É o seguinte, nossas vidas já estavam ligadas antes de nos conhecermos.
     Alice ficou sem reação e pensando "o que ele quis dizer com isso?", então Eduardo continuou:
     - Quando eu soube o que aconteceu, bem dizer me rastejei aos pés do meu tio Davi, para ficar com o seu caso. - Ele então deu uma pausa para esperar o que Alice iria responder.
     - Continuo sem entender nada, mas tudo bem. Continue explicando!
     Eduardo apertava cada vez mais o volante com as mãos, estava visivelmente mexido com este assunto.
     - Você provavelmente já viu o Davi esfregando na minha cara a morte de meu pai e meu avô.
     - Eu já vi ele ameaçando retirar meu caso de você, mas nunca ouvi ele falar na morte do seu pai. - Alice falava em um tom sério.
     - Pois então, há quatro anos quando a empresa de seu pai foi lacrada, quem foi fazer todo esse processo foi meu pai Marcony, meu tio Davi e meu avô Antônio. - Alice ouvia atentamente o que Eduardo dizia, assim cada vez mais ia fazendo sentido a história contada. - Um mês depois, através de uma denúncia anônima de que a fábrica estava voltando a trabalhar ilegalmente, os três voltaram e nisso meu pai matou meu avô e tentou matar o Davi por pura ganância para querer tomar a frente da nossa sede do FBI aqui em Vancouver.
     Alice ficou pasma, mal acreditava no que ouvia e ficou mais espantada ainda por nunca ter ouvido falar do ocorrido.
     - Eduardo isso é...horrível, eu sinto muito! Mas como o Davi saiu vivo?
     - Ele conseguiu fugir, meu pai por medo de ser preso e já sabendo que seria desmascarado por Davi se matou também! - Eduardo então parou o carro no estacionamento do prédio em que morava e ficou imóvel com as mãos rígifas no volante. Alice vendo sua situação desligou o carro, tirou a chave do contato e pousou suas mãos gentilmente no braço de Eduardo e o abraçou gentilmente.
     - Isso deve ter mexido com você durante muito tempo, não posso imaginar a dor que isso te causou. Você tinha que me dizer, estamos juntos nessa. - Alice se afastou, deu um meio sorriso para Eduardo, que já aparentava estar mais calmo. Saíram do carro seguindo até o elevador.
     O restante do dia foi calmo, eles não saíram mais de casa. Eduardo se fechou no escritório e Alice ficou em seu quarto refletindo sobre a conversa que teve com seu supervisor. Várias dúvidas então surgiram em sua cabeça, mas ela preferiu esperar um momento mais calmo para colocar em pauta o assunto novamente.
     Eduardo estava sentado na cadeira do escritório debruçado sobre a mesa há horas. Seus cabelos pretos brilhavam quando a meia-luz do abujur que ficava em cima da escrivaninha o refletia. Ele era um homem alto, moreno, de bom porte com os olhos puxados, no auge dos seus vinte e quatro anos com um belo rosto de dezenove.
     O celular de Alice tocou e era mais uma ameaça daquele ser que se identificava como "P". Ao realmente abrir a mensagem viu que foi apenas um aviso.

"BOA TARDE MINHA QUERIDA ALICE! NÃO ME ESQUECI DE SUA EXUBERANTE BELEZA. VENHO POR MEIO DESTA MENSAGEM, NOVAMENTE DE UM NÚMERO PRIVADO E DESCARTÁVEL, AVISAR QUE SUMIREI UM TEMPO PARA PODER TRAMAR MEUS PRÓXIMOS PASSOS! MAS LEMBRE-SE SEMPRE DE MIM!
UM GRANDE ABRAÇO P."
   

     Alice saiu do quarto e se direcionou diretamente para o escritório onde Eduardo estava, bateu algumas vezes, mas Eduardo não atendeu. Ela tomou a iniciativa de abrir a porta e viu Eduardo debruçado sobre a mesa. Foi até o seu lado, cutucou seu ombro e ele levantou a cabeça, olhou nos olhos de Alice e falou:
     - Você não deveria entrar sem bater!
     - Eu bati na porta durante uma hora e nada! - Ela encarou ele colocando a mão na cintura.
     - Então diga e se retire por favor!
     Ela então se afastou, pegou o celular e começou a repetir a mensagem para Eduardo que ouvia atentamente. Ele pediu um print e deixou claro para Alice que essa mensagem poderia ser um falso alerta, e que o "P" poderia estar blefando. Ela se retirou do escritório e voltou para o seu quarto, deitou na cama e adormeceu.

E assim acaba mais um capítulo quentinho. Coloca o dedo na ⭐️ pra ver se ela brilha. Me sigam e comentem.
Bjos Amora_paper😘

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