Capítulo 40

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Darwil estava frenético, não dormia direito, se alimentava apenas porque sabia que precisava manter sua força e não pensava em nada que não fosse os problemas que se acumulavam. Não acreditava que mesmo depois de todo o planejamento e execução perfeitos que fizeram estavam na situação em que se encontravam.

Ele chegava a pensar que os deuses os estavam castigando por sua idiotice de ter desobedecido Astaroth e levado aqueles malditos explosivos para o planeta dos devoradores. Porque desde que Aryen desaparecera, sugada pelo explosivo que ela mesma criara, tudo parecia estar indo ralo abaixo.

Platinium parecia impossível de defender, tudo que criaram para sua defesa fora destruído pelo clima do próprio planeta. Endor não estava muito diferente, embora os equipamentos funcionassem lá, não tinham soldados suficientes para a batalha. Os demais planetas não estavam muito melhores, mesmo que não fossem alvos primários.

Além de todas as preocupações e constante mudança de planos para adequá-los ao que enfrentariam, sua mãe e Allenya não paravam de perturbá-lo com suas ilusões otimistas de "não se preocupe criança, vai ficar tudo bem" ou "tenho certeza de que você será maravilhoso e a batalha não será tão difícil".

Darwil estava enlouquecendo com as duas e Astaroth parecia completamente desinteressado em tirar Allenya de Ganthá. Pelo menos se morresse na guerra não teria mais que aguenta-las. Ele pensava nos momentos de humor negro.

Felizmente ou infelizmente chegara a hora de ir para Platinium e não teria mais que aturá-las, pelo menos até o final da guerra. Ao chegar lá, no entanto não sabia dizer se não preferia estar com a mãe e a ancestral. O clima era péssimo, o palácio estava lotado de pessoas refugiadas de vários vilarejos evacuados, Melok, Yan e Mala discutiam infrutiferamente tudo que não tinha mais conserto e Astaroth ainda não aparecera para se juntar aos ajustes de última hora, mesmo faltando apenas pouco mais de uma semana para a batalha.

Valéria como herdeira de seu mundo que sofreria mais de uma incursão e com poderes, praticamente irrelevantes, contra os agressores, assim como diversos outros povos não estava em Platinium e Darwil ainda sentia por não poder estar em Varnon ao lado dela. Tinha esperança de que pudesse chegar lá a tempo de ajudar seu povo, mas com tantos problemas insolúveis aqui e as perspectivas cada vez mais desfavoráveis era improvável que isso fosse acontecer.

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Ao contrário do que acontecia em Vikary, no domínio de Aryen, Tér era tomada pelo desespero e ansiedade. Aster podia sentir a energia do medo coletivo como uma entidade física, era insuportável. E isso se estendia para a orla exterior, pois todos sabiam que se Tér caísse eles seriam os próximos.

Todos que puderam deixaram seus planetas e se afastaram, mas não era realmente eficaz, porque como ninguém sabia de onde as criaturas viriam, foram várias as naves que por infelicidade acabaram indo parar onde colônias se instalaram, outras tantas foram destruídas pelas naves dos inimigos que as interceptaram. Diminuindo assim o número de vidas do domínio.

Entre os que permaneceram em seus planetas existiam os extremos. Enquanto várias espécies e povos treinavam incessantemente na esperança de sobreviverem, outras se entregavam à apatia e melancolia da completa falta de esperanças. Mais da metade dos equipamentos instalados em Platinium haviam sido danificados ou completamente destruídos por chuvas de granizos e nevascas absurdas que atacaram o planeta. Até mesmo alguns veículos blindados foram danificados pela intensidade do mal tempo às vésperas da batalha.

Aster ainda seguia as naves e exterminava as colônias que eles deixavam pelo caminho, mas não fora possível adentrar nas naves. Descobriu que o metal do qual eram feitas não era possível ser atravessado por suas habilidades. Para destruí-las os explosivos deveriam ser muito potentes e ser colocados por fora.

Batalha da AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora