Capítulo 43

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Enquanto os dois conversavam e os três se dirigiam para a Arena Aryen sem se dar conta do motivo começou a devanear sobre Somor. Conhecera o bruxo logo que saiu do treinamento transmorfo, ainda enquanto se candidatava para o treinamento de guardiã galáctica. Um guardião lhe recomendara o nome dele quando disse que precisava de um bruxo para tornar uma ideia irreversível, claro que não contara que ideia.

Quando encontrou Somor pela primeira vez, lembrava-se de ficar surpresa por ele já saber o que ela queria dele e do questionamento quase infinito dele para que concordasse em fazer o que ela queria. Lembrava-se de algumas das perguntas, como a que mais a incomodou na época. Foi a última pergunta que fez e depois que ela lhe respondeu com sinceridade o que pensava do assunto ele cedeu e a ajudou.

Agora se dava conta de que ele fez questão de saber posteriormente se ela realmente reaprendeu o que sua mente esqueceu sobre medicina depois de passar pelo feitiço dele. Por um tempo ainda Somor mantivera contato com ela e várias coisas que ele deixou escapar em suas conversas desde que chegara em Vikary a fizeram perceber que ele nunca deixou de observá-la.

Depois disso sempre que precisou de ajuda com magia e feitiços Aryen procurou Somor e ele a ajudou, instruiu e se manteve como seu amigo. Em suas conversas ele sempre testava a forma de pensar dela, principalmente no concernente a princípios voltados para a preservação da vida, proteção... Enfim, sobre tudo que a habilitava para a função que escolheu para sua vida.

Aryen começou a analisar tudo que sabia sobre o bruxo e agora o que descobrira por Aster e estava realmente em choque por começar a perceber quem realmente era Somor.

— Devo avisar que se disser o que acabou de descobrir em voz alta, teremos uma conversa muito pouco agradável garota. – Somor disse mal-humorado interrompendo os pensamentos de Aryen e a surpreendendo, porque ao mesmo tempo acabava de confirmar o que agora ela era a única que sabia.

— Mas isso não é algo que mais alguém deveria saber? – ela perguntou com um sorriso sarcástico para ele levantando uma sobrancelha.

— Não, não é. Mas podemos falar disso no lugar certo e sem uma plateia. – ele respondeu, então completou – Espero que a fofoca não seja algo transmissível pela mordida.

Ela gargalhou e todos olharam espantados para ela e para ele.

— Do que vocês estão falando? – perguntou Orfeu que estava ao lado de Somor.

— Nada que lhe interesse garoto. Agora se concentre na sua obrigação, não te chamei aqui para ficar me interrogando. – respondeu Somor mal-humorado a ele e Aryen riu.

Mas Somor parou, deteve Orfeu de reiniciar o que estavam fazendo e se voltou para onde estavam Aryen, Aster e Eros.

— E você ex guardião, não tinha um discurso a fazer? – perguntou Somor a Eros.

— Sim.

Todos olharam para Eros e se viraram de frente para ele, esperando o que ele tinha a dizer. Eros olhou para todos, respirou e disse.

— Quero me desculpar com vocês. Fiz muitas coisas erradas e isso afetou as vidas de vocês de maneiras que nem começam a entender. Não posso mudar o que está feito, mas posso ajudar de hoje em diante a melhorar e estabilizar as coisas e o farei. Somente hoje soube que parte do que fiz foi por desequilíbrio. Não sabia que a loucura que se apoderou de minha amada Allenya poderia ser passada para mim por nossa união, mas aconteceu.

"Desde que a guardiã Harsten percebeu que precisaria assumir minhas funções e para isso me neutralizou, esse desequilíbrio me levou a fazer e dizer coisas sobre ela por puro despeito e ódio. Absolutamente nada do que a acusei é verdade e me envergonho disso, de admitir que não fui forte ou honrado o suficiente para suplantar o desequilíbrio e agir de forma sensata".

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