Capítulo 57

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A vida em Vikary prosseguia pacífica e a equipe montada para o socorro a Tér fez o que se comprometeu. Criando naves e monitoramento para toda sua galáxia, estabelecendo sua Ordem dos guardiões e aliviando assim os encargos de Orfeu e Aryen nesta parte do domínio.

A magia dimensional levou mais de duas décadas para finalmente julgar Orfeu digno e pronto e se direcionar para ele.

Durante esse tempo Aryen começou a dividir seu tempo, entre auxiliar Orfeu, mantendo-o sempre em sua mente e auxiliar Aster nos domínios pouco povoados. Com cada vez maior frequência deixava que Orfeu agisse sozinho, apenas supervisionando e dedicava tempo para guiar naves perdidas para os domínios que precisavam ser repovoados.

Somor a aconselhara a agir assim e ela concordara que seria o melhor meio de forçar Orfeu a aprender com maior velocidade e se preparar mais devidamente.

A essa altura Jack e Brooke, agora pais de quatro filhos e avós de duas crianças gêmeas nascidas de seu segundo filho, Enzo, atualmente com 18 anos, eram os governantes da cidade humana que triplicara em tamanho e população.

Suas leis eram rígidas e o descumprimento delas era passível de morte ou banimento para o continente. A memória coletiva ainda era fresca quanto aos horrores que o continente podia reservar a humanos, portanto o medo mantinha a cidade e a índole das pessoas sob controle.

Marcelle era uma exceção a tudo que se podia referir a humanos. Agora com vinte anos, pouco ficava na cidade, preferindo voar com Miracle, um gato gigante alado que ela encontrara quase cinco anos atrás, ainda filhote próximo da praia e cuidara dele, ajudando-o a se fortalecer e crescer saudável. Chamara Aryen logo depois que encontrara o filhote, porque ele estava muito machucado, Aryen viera e o curara ensinando Marcelle a cuidar do filhote e o deixando com ela.

Marcelle ao contrário dos irmãos e irmãs não estava comprometida com ninguém. Não havia nenhum humano em sua cidade que lhe chamasse a atenção. Eram todos muito limitados e medrosos. Nenhum que a cortejara passara em seu teste número um: um passeio alado pelo continente, claro, com uma parada na Fortaleza da Morte.

Os humanos apesar de conhecerem agora os guardiões, tanto magos quanto vampiros, evitavam ao máximo qualquer contato, principalmente com os vampiros. O que Marcelle achava hilário, porque ela simplesmente adorava passar dias na Fortaleza com eles. Sean era uma piada, Zorak e os outros a perturbavam sem parar também e as vampiras e magas a fascinavam por sua liberdade de ação e expressão. Elas a treinavam em combate e transformaram Marcelle na humana mais letal do planeta. Nem sua mãe, que fora treinada pela guardiã Harsten em pessoa, era atualmente páreo para ela, tendo chegado a conseguir derrubar até seu pai em seu último treinamento. Embora preferisse seu arco e flechas, no que era inigualável, não só entre os humanos, mas mesmo magos e vampiros admitiam sua maestria e perfeição.

Marcelle era capaz de saber as intenções de uma pessoa bem antes dela se aproximar, tinha vislumbres de premonição e podia ouvir os pensamentos das pessoas, embora evitasse esse dom em particular, odiava surpreender homens contemplando o que gostariam de fazer com ela ao olharem para seu corpo bem feito e levemente torneado em músculos definidos pelos treinamentos que ela mantinha com o pai e com as amigas vampiras e magas.

Somor se interessara em treinar Marcelle para refinar seus dons sensitivos e passara um bom tempo com a jovem. O velho ria muito do interesse dela em saber de Orfeu. Não havia uma única visita de Marcelle em que ela não perguntasse por ele, ou explorasse toda a Fortaleza procurando pelo vampiro guardião.

Era inevitável, ela simplesmente era incapaz de evitar sentir a atração que sentia por ele. O conhecia desde sempre, lembrava-se de estar no colo dele quando criança, das brincadeiras que faziam dos absurdos que falavam e isso deveria ser suficiente para vê-lo como um segundo pai, mas não era o que acontecia. Ela o via como ele era, um vampiro, magnífico, alto, forte, bonito, honrado e etc. Desde que alcançou idade para sentir atração física não existira outro que a atraíra como ele.

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