XII -....

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Emilly narrando:

Saí correndo como criança que acabou de dar o primeiro beijo. Que idiota! Primeiro que, eu beijei o Mark, segundo que, senti-me muito bem, terceiro que, eu pensei no Endrew. Eu senti como se o estivesse o traindo, foi uma sensação horrível quando caí na real e quem eu estava beijando não era o Endrew, era outro e eu o traí.

Entrei no meu carro, olhei para a porta do restaurante e nenhum sinal do Mark, de certeza que ele nem se interessou em saber porquê estou assim, isso só prova que beijei o cara errado, que traí o Endrew com o cara errado e que eu não mereço nada legal mesmo. Arranquei o carro.

Passei por uma rua, onde tinha um imenso tumulto. Parei para ver o que se passava, era uma jovem gótica tendo o filho em plena praça pública, com apenas uma senhora ajudando ela. Fiquei estática, ela gritava que não queria ir ao hospital nem o filho, embora se contorcendo de dor e fazendo força para que o bebé saía.

Fiquei observando até ela dar a luz e ficar sem forças totalmente estendida no chão.

- Nós temos que levar ela a um hospital... - eu disse inconsciente vendo que o bebé mal reagia e a senhora que a ajudou tentava reanimá-lo.

- Ela não está reagindo... - a senhora disse.

- Eu levo vocês!

Pedi ajuda a dois rapazes que meteram a jovem no meu carro e junto com a senhora e o bebé nos dirigimos ao hospital.

...

- Felizmente a criança já se encontra em um estado aceitável. Ela teve uma insuficiência pulmonar. Por isso não conseguia respirar adequadamente quando chegou. - a Médica falou e de seguida olhou para prancheta. - Mas, o caso da mãe já é grave ela tem um monte de cortes por todo corpo, e ela não para de dizer enquanto dorme que não quer o filho. Vocês são familiares dela?

- Sim. - respondi prontamente. - Posso falar com ela?

- Sim!

Ela me indicou o quarto e fui até lá. Quando entrei ela estava com o olhar perdido em nada, o semblante triste e a mente sobrevoando tudo menos o hospital.

- Oi!

Ela olhou para mim e voltou a virar os olhos.

- Eu sei que é estranho mas estou preocupada com você!

E estou. Quero ajudar ela, sinto uma necessidade imensa de fazer isso. Não me sai na mente a imagem dela tendo o bebé publicamente.

- Você está bem? - perguntei!

- Se estivesse bem não estaria no hospital...

- Você está aqui porque deu a luz a sua filha...

- Aquele demónio?! - riu forçadamente, e disse irónica. - O anjinho que mudou de lado... - riu

- Como?

- Eu odeio aquela coisa! - dessa vez disse totalmente séria.

- Mas é tua filha.

- Cala a boca... Foi um erro, só um erro. - olhou para a janela observando o nada, e inexplicavelmente dessa vez ela pareceu mais triste. - Fui obrigada, sabe? E, para a minha desgraça é uma menina - riu de novo, mas feliz - o Ultrassom não poderia existir, eu teria tido minha filha condignamente. Eles queriam um rapaz, só eu, e eu dei uma menina.

- Eles quem?

- Não te interessa. Me tira daqui. Como faço para sair?

- Como você se chama?

- Lindsey! Quem é você? O que quer comigo?

- Eu sou a Emilly, e quero ajudar você. Claro, se você quiser.

- Engraçada você... - não moveu nenhum só músculo para sorrir, apenas ficou mais perdida do que nunca em seus devaneios. - Eu amo o pai do meu filho, mas ele é incapaz de amar qualquer mulher. Como você me ajuda nesse sentido?

- Aí, eu não posso ajudar.

- Tchau! Não te quero mais aqui comigo, idiota. Vai procurar coisa para fazer e me esquece. Só porque é rica acha que resolve o problema de todo mundo, mas não. Isso não acontece, dinheiro não é a solução para tudo. Dinheiro não trás felicidade, só nos ajuda a sermos mais felizes quando já somos.

- Lindsey, só confia em mim. Eu não quero te deixar abandonada, nem a tua filha.

- Vai embora...

***
Oi! Tudo bom? 😀😇
O que vocês acham da Lindsey?

Minha Gótica Favorita - 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora