Emilly narrando:
Saí correndo como criança que acabou de dar o primeiro beijo. Que idiota! Primeiro que, eu beijei o Mark, segundo que, senti-me muito bem, terceiro que, eu pensei no Endrew. Eu senti como se o estivesse o traindo, foi uma sensação horrível quando caí na real e quem eu estava beijando não era o Endrew, era outro e eu o traí.
Entrei no meu carro, olhei para a porta do restaurante e nenhum sinal do Mark, de certeza que ele nem se interessou em saber porquê estou assim, isso só prova que beijei o cara errado, que traí o Endrew com o cara errado e que eu não mereço nada legal mesmo. Arranquei o carro.
Passei por uma rua, onde tinha um imenso tumulto. Parei para ver o que se passava, era uma jovem gótica tendo o filho em plena praça pública, com apenas uma senhora ajudando ela. Fiquei estática, ela gritava que não queria ir ao hospital nem o filho, embora se contorcendo de dor e fazendo força para que o bebé saía.
Fiquei observando até ela dar a luz e ficar sem forças totalmente estendida no chão.
- Nós temos que levar ela a um hospital... - eu disse inconsciente vendo que o bebé mal reagia e a senhora que a ajudou tentava reanimá-lo.
- Ela não está reagindo... - a senhora disse.
- Eu levo vocês!
Pedi ajuda a dois rapazes que meteram a jovem no meu carro e junto com a senhora e o bebé nos dirigimos ao hospital.
...
- Felizmente a criança já se encontra em um estado aceitável. Ela teve uma insuficiência pulmonar. Por isso não conseguia respirar adequadamente quando chegou. - a Médica falou e de seguida olhou para prancheta. - Mas, o caso da mãe já é grave ela tem um monte de cortes por todo corpo, e ela não para de dizer enquanto dorme que não quer o filho. Vocês são familiares dela?
- Sim. - respondi prontamente. - Posso falar com ela?
- Sim!
Ela me indicou o quarto e fui até lá. Quando entrei ela estava com o olhar perdido em nada, o semblante triste e a mente sobrevoando tudo menos o hospital.
- Oi!
Ela olhou para mim e voltou a virar os olhos.
- Eu sei que é estranho mas estou preocupada com você!
E estou. Quero ajudar ela, sinto uma necessidade imensa de fazer isso. Não me sai na mente a imagem dela tendo o bebé publicamente.
- Você está bem? - perguntei!
- Se estivesse bem não estaria no hospital...
- Você está aqui porque deu a luz a sua filha...
- Aquele demónio?! - riu forçadamente, e disse irónica. - O anjinho que mudou de lado... - riu
- Como?
- Eu odeio aquela coisa! - dessa vez disse totalmente séria.
- Mas é tua filha.
- Cala a boca... Foi um erro, só um erro. - olhou para a janela observando o nada, e inexplicavelmente dessa vez ela pareceu mais triste. - Fui obrigada, sabe? E, para a minha desgraça é uma menina - riu de novo, mas feliz - o Ultrassom não poderia existir, eu teria tido minha filha condignamente. Eles queriam um rapaz, só eu, e eu dei uma menina.
- Eles quem?
- Não te interessa. Me tira daqui. Como faço para sair?
- Como você se chama?
- Lindsey! Quem é você? O que quer comigo?
- Eu sou a Emilly, e quero ajudar você. Claro, se você quiser.
- Engraçada você... - não moveu nenhum só músculo para sorrir, apenas ficou mais perdida do que nunca em seus devaneios. - Eu amo o pai do meu filho, mas ele é incapaz de amar qualquer mulher. Como você me ajuda nesse sentido?
- Aí, eu não posso ajudar.
- Tchau! Não te quero mais aqui comigo, idiota. Vai procurar coisa para fazer e me esquece. Só porque é rica acha que resolve o problema de todo mundo, mas não. Isso não acontece, dinheiro não é a solução para tudo. Dinheiro não trás felicidade, só nos ajuda a sermos mais felizes quando já somos.
- Lindsey, só confia em mim. Eu não quero te deixar abandonada, nem a tua filha.
- Vai embora...
***
Oi! Tudo bom? 😀😇
O que vocês acham da Lindsey?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Gótica Favorita - 2
RomanceEmilly continuava sua vida normalmente desde a morte do Endrew, ela sofreu com essa morte mas ao fim de 5 anos a dor não era a mesma já havia sarado até certo ponto. Mas nem tudo parecia o que realmente era, o que ela não sabia é que mesmo o Endrew...