Mark narrando:
Já lá se vai uma semana do funeral da minha mãe. A pessoa que me deu a vida, que esteve comigo durante toda vida. Que me proporcionou o maior e incondicional amor dessa vida. Se existisse alguém eterno nessa vida de certeza que seriam as mães.
Mesmo passando tanto tempo o meu coração continua apertado, um vazio enorme no meu peito, sinto que parte de mim se foi para um lugar que não faço ideia de onde é, para que eu possa ir buscar. Essa dor é inexplicável. É tudo que ninguém quer na sua vida.
Emilly! Esse nome, o rosto dela, sua expressão autoritária, rígida, inexpressiva, bem no dia que contei sobre a morte da minha mãe vem rodando a minha cabeça mais do que eu pensei. Não falo com ela desde aquele dia, não sei se é raiva ou quê. Só prefiro manter distância. Mas, essa distância é só física pois ela mora nos meus pensamentos.
Fico dirigindo pela cidade, até encontrar um restaurante. O mesmo restaurante que falei com a Emilly pela primeira vez. Andei devagar com a cabeça erguida, eu posso ficar me lamentando ou chorando. Mas para o mundo estou melhor do que nunca. As minhas falhas, ilusões, tristezas, decepções são minhas. Somente minhas.
Sentei em uma mesa afastada de todos, no canto inferior esquerdo. Esperei alguns minutos até o garçon* chegar, como não tenho fome nem nada do género. Pedi uma garrafa de vinho.
O garçon* chegou. Serviu-me no copo e foi-se. Levantei o olhar quando vi a Emilly se aproximando, ela tem um andar despreocupado mas sexy. E aquele vestido acentou-lhe muito bem. Mostra as curvas do seu corpo e por ser preto só a deixa mais linda. O sapato super alto, a bolsa pequena, o cabelo curto, tudo proporcional e perfeito.
O que estou fazendo? Eu estou chateado com ela, ou pelo menos acho que é isso que eu tenho de fazer, me chatear com ela.
- Posso me sentar aqui? - a Emilly chegou na minha mesa como se fossemos amigos e não tivesse acontecido algo há uma semana.
- Não, não pode.
Mesmo assim ela se sentou. Ela pediu por educação não que ela precisasse mesmo de aprovação.
- O que você quer? - perguntei após alguns segundos abanando o líquido contido no meu copo. Concentrando toda a minha atenção nele.
- Quero conversar contigo. E não diga que não, eu não vou embora. - olhei para ela, seus olhos verdes estavam arregalados. Não sei o que significa, então passo.
- Eu posso muito bem ir.
- Mark, eu peço desculpas! Eu não quis que você ficasse mal com as minhas palavras. Eu só quis ajudar.
- Você pediu desculpas, Emilly? - um fraco sorriso escapou.
- Pode rir de verdade. Isso é um marco. - ela baixou o olhar e logo levantou. - Você já está bem melhor, isso é legal. Eu vou embora.
- Para onde? - perguntei
- Para casa!
Ela levantou e estava indo quando segurei no pulso por trás.
- Não vai embora, Emilly! Não agora. - as palavras saíram sem eu sequer perceber.- Tenho coisas a fazer... - disse ao se virar para mim.
- Você nem conversou direito comigo. Termina de falar comigo, depois vá embora.
- Mark, eu...
- Shii! - intepelei* suas palavras com o dedo indicador na sua boca. - Eu pensei muito em você, Emilly. Você não sabe o quanto.
Me encostei mais a ela. Ela ficou corada, nervosa em silêncio. Beijei no topo da sua testa.
- Eu... - engoliu em seco. - Tenho de ir! Desculpa!
- Você se importa de ir. Você não pede desculpas se não se importar de facto.
Segurei em seu queixo, olhei fixamente em seus olhos lindos pra caramba. Seu rosto é lindo de mais na verdade. O nariz, os olhos a boca. A sua boca.
- Você é fria e ríspido comigo. Sabe, qual meu hobby favorito? Pensar em você, todas as horas da minha vida, Emilly. Se tornou viciante de mais. O que é isso, Emilly?
Ela não conseguia falar. Eu sei que ela não conseguia porque ela até abriu a boca. Mas nada saiu.
- Você é linda por dentro e por fora. Não use essa capa comigo. Você pode confiar. Acredita, eu gosto mesmo de ti.
- Eu não posso e nem quero. - se desvencilhou de mim.
- A dureza de seu tom já não me afecta.
Selei os seus lábios ao meu. Beijei ela, e ela correspondeu até sair segundos depois.
***
Oié! Beijinhos 😍
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Minha Gótica Favorita - 2
RomanceEmilly continuava sua vida normalmente desde a morte do Endrew, ela sofreu com essa morte mas ao fim de 5 anos a dor não era a mesma já havia sarado até certo ponto. Mas nem tudo parecia o que realmente era, o que ela não sabia é que mesmo o Endrew...